Chego a casa bastante confusa com o acontecido em casa do Dave e sigo até a cozinha onde encontro a minha mãe.
- Olá mãe! - cumprimento-a. - Então como foi o dia?
- Olá filha, o meu dia correu bem e o teu?
- O meu correu bem, mas também confuso - confesso.
- Confuso? Então, por quê? Queres desabafar?
- Não, não quero falar sobre isso. Falemos sobre ti, como vai as coisas com o ajudante de cozinha?
- Vai bem, nós somos um dar-nos super bem. Ele tem sido um querido comigo, trata-me como uma princesa. Ai filha já não me sentia assim há muito tempo, desde que o teu pai morreu, eu nunca mais tinha me relacionado assim com alguém e está a fazer-me muito bem. É pena o teu irmão não apoiar a minha aproximação a Andrew - ela confessa com um sorriso no rosto que desvanece na última frase.
- Eu já tentei falar com ele sobre esse assunto, mas ele sempre foge da conversa. Mas não te preocupes que com o tempo ele vai aceitar a vossa "relação" - faço aspas em relação por ainda não estar oficializado.
- Só espero que sim, filha.
- Mãe, vou subir para o meu quarto para descansar um pouco e quando for hora de jantar eu desço.
- Está bem filha, bom descanso - ela diz e eu saio da cozinha em direção às escadas.
Subo as escadas e sigo até ao meu quarto, mas paro, ao passar à porta do quarto do meu irmão, quando oiço o nome da Isa e fico a ouvir.
- Eu sei que ter-me afastado da Isabella não faz sentido, ela apenas disse que não sabia se sabia eternamente por mim se eu não uma atitude.
- E ela tem razão, devia tomar uma atitude, a rapariga é tímida e insegura, tu afastas-te dela com a desculpa de não teres a certeza se gosta dela depois de teres corrido atrás dela durante dias, porque não é capaz de dizeres que fica inseguro com aquilo que ouviste, pois dezenas medo de a perder. Então, preferiu magoá-la, pois de certeza que ela ficou a pensar que tu estava a gozar com a cara dela quando disseste que gostava dela e que ela não passou de mais uma, em vez de ficar com ela enfrenta os teus sentimentos, porque uma probabilidade do sentimento dela desaparecer, pois já existe algum tempo - a voz que vem do computador, que percebo que é do Thomas, manda tudo à cara do John. - Mas se sabe uma coisa isso, eu acho que o sentimento dela vá desaparecer assim do nada, pois se o sentimento dela por ti já sobreviveu durante 2 anos em que não houve alguma correspondência da tua parte, não acho que agora que correspondência vai desaparecer assim do nada. Acho mesmo que vai aumentar se vocês voltarem a estar juntos, se não voltarem é provável que ela coloque na cabeça que não é o homem para ela, então vai fazer com que te esqueça.
- Mano, eu estou muito confuso. O sentimento dela até pode não desaparecer se estámos juntos, mas a verdade é que não estamos juntos a mais de um mês, como é que eu posso saber se o sentimento já não desapareceu? Como é que eu sei que ela já não me esqueceu? E mesmo que o sentimento dela ainda não tenha desaparecido, como é que eu consigo com que ela volte para mim, se eu disse que não sabia se gostava mesmo dela, sendo que já tinha dito que gostava dela anteriormente? Como é que consigo que ela acredite que eu gosto mesmo dela, visto que como tu disseste ela deve pensar que eu gozei com a cara dela? Como? Explique-me, por favor - o John diz desesperado.
- John, primeiro acalma-te. Segundo, eu tem quase a certeza que ela ainda gosta de ti, a forma como ela olha-te na escola todos os dias é forma de alguém apaixonado. Terceiro, como eu já disse e tu agora disseste, ela deve pensar que tudo o que tu disseste é mentira e apenas gozaste com ela, por isso vai ter de -lhe que gosta dela e fazer o que desvia ter feito há muito tempo: tomar uma atitude.
- E como é que faço isso? - John pergunta sem saber o que fazer.
- Eu ajudo-te - Thomas oferece-se.
- E eu também ajudo - ofereço-me, entrando no quarto do John.
- Anne? - John olha para mim - Estás aí há muito tempo?
- Apenas há tempo suficiente para perceber que o que disseste à Isa é mentira e que na verdade gostas dela.
- E tu vais ajudar-me a reconquistar a Isa, porquê? Sabendo que eu lhe menti e que a magoei por a ter feito a acreditar nessa mentira - ele pergunta confuso.
- Porque eu sei que tu gostas mesmo dela e ela de ti e que a mentira foi a forma, estúpida que eu o diga, que arranjaste para não sofreres e também porque eu quero ver a minha melhor amiga e o meu irmão felizes. E eu sei que os dois separados estão infelizes - eu confesso.
- Obrigada mana - ele diz abraçando em forma de demonstrar o agradecimento.
- De nada. Agora vamos tentar ter ideias e rapidamente, pois eu já não aguento ver a Isa triste pelos cantos - eu digo deixando o John triste por este saber que é o principal responsável pela infelicidade da minha amiga.
Ficamos a discutir algumas ideias e formas de as colocarmos em prática até à hora do jantar, acabando por conseguirmos algo concreto que tentaríamos colocar em prática no dia seguinte depois das aulas. Depois disso jantámos, arrumámos a cozinha e fomos cada um para o seu quarto.
Já no meu quarto, a minha cabeça voou até ao que tinha ouvido à tarde na casa do Dave. algo que com quanto mais pensava, menos percebia e mais confusa ficava. Acabando por perceber que o melhor era esclarecer tudo com o Dave, afinal fora por isto que eu tinha me aproximado dele a principio, para perceber o que realmente tinha acontecido no passado para toda gente não gostar dele, e algo dizia me que o que eu tinha ouvido em casa dele estava relacionado.
Acabo por adormecer com os meus pensamentos e acordo só no dia seguinte com o despertador a tocar. Levanto-me, preparo-me e apanho junto do meu irmão boleia da minha mãe para a escola por já estarmos atrasados.
Chegamos à escola e entramos por já estar quase na hora do toque, sigo em direção aos cacifos com o meu irmão, onde suponho que os meus amigos estejam à minha espera, mas para minha surpresa para além do Leon, da Isa, da Liza e do Justin, que agora passa a vida grudado na namorada, está também o Thomas, abraçado de lado com Leon, algo que eu não esperava de todo, e quem eu não queria nada ver agora, apesar de precisar de falar com ele, o Dave.
- Bom dia - cumprimento-os a todos. - O que se passa para estarem todos aqui reunidos?
- Bom dia e estamos aqui todos reunidos, porque vamos ter furo e estávamos a ver o que íamos fazer para não ficarmos na seca - a Liza responde e eu apenas assinto. - Alguma ideia?
- Até tenho, podíamos jogar verdade ou consequência - sugiro e vejo todos a assentirem, até mesmo o Dave. - É melhor jogarmos lá fora no campo por isso vamos - digo começando a seguir em direção ao campo.
- Esperem, aquele ali não é o aluno novo? - Thomas diz fazendo com que os que seguiam na direção oposta, incluindo eu, se virassem para ver.
- Tu?! - eu e o Dave dizemos em simultâneo por reconhecermos a pessoa, apesar de eu não saber de onde ele o conhece.