Como Crianças Em Uma Loja de Doces

Hirano, sentou no sofá segurando seu celular pensativamente. "Uma bebida por seus pensamentos." Disse Rika colocando um copo de Whisky nas mãos dele.

"Precisamos de armas, veículos e munição." Respondeu ele tomando um gole. "Precisamos de roupas, remédios e itens médicos." Disse ele avaliando as coisas mentalmente. "A maior parte disso é fácil, as armas e veículos porem pode ser difícil." Rika olhou-lhe, concordando com seus pensamentos.

"Podemos conseguir armas no armazém da J.S.D.F contem armas, embora apenas armamento comum, o problema é que a maior parte da população sabe onde fica o armazém, além de estar no centro da cidade onde provavelmente esta, infestado de zumbis no momento." Disse Rika, enquanto o resto das pessoas na sala os observava.

Observando seu grupo ele pensou sobre como proceder. "Quem de vocês sabe dirigir?" Perguntou ele planejando seus próximos passos. Todas as garotas levantaram a mão, surpreendentemente Takashi não sabia dirigir, e pareceu se envergonhar, com seu rosto tornando-se vermelho. "Certo, isso nos das boas opções. Esperem um segundo, ligarei para alguns amigos."

Olhando seu telefone, as únicas opções que ele tinha eram Weller que estava na América, e o jovem amigo dele Michael, que ele conheceu essa manhã, testando a sorte ele ligou para o jovem rezando para dar certo. "Alô, Hirano? Você está vivo amigo." Disse ele em tom alegre enquanto o som de maquinário e gritos era ouvido ao fundo. "Se você for rápido, pode conseguir uma carona conosco de volta para a América, partimos em três horas e meia, talvez quatro. Todo o pessoal esta se retirando e levando tudo que podemos carregar." Era um bom convite, mas ele não sairia do país nesse momento.

"Desculpe Michael, não estou procurando uma carona no momento, mas preciso de uma loja de brinquedos se você souber de alguma." Michael pensou por alguns minutos, antes de responder.

"Mantenha o telefone em mãos amigo, sei de uma boa loja de doces, vou te enviar o endereço. Além disso, não se preocupe com visitantes indesejados, todos os outros que sabiam, agora estão por aí procurando cérebros para devorar." Disse ele fazendo uma pausa. "Se quiser aparecer aqui ainda posso garantir sua carona."

"Obrigado Michael, tenho pessoas importantes aqui, e não posso ir para a América, ainda assim, obrigado amigo e boa sorte em sua viagem.'' Disse Hirano desligando o telefone, enquanto recebia uma mensagem com um endereço.

Anotando o endereço em um papel ele olhou para as garotas antes de se recostar confortavelmente. " Descansem e mantenham silencio por favor, amanhã partiremos para um depósito onde podemos conseguir os suprimentos que precisamos."

Takashi olhou em silêncio enquanto suas mãos se apertavam, ele já não aguentava mais ouvir ordens. "Eu e Saya não iremos com vocês!" Disse ele. "Iremos diretamente para a casa de Saya e depois irei atrás de minha família, Rei você vem comigo?" Ele olhou para a garota de cabelo laranja com expectativa e esperança.

Rei porem não estava com vontade de segui-lo. "Desculpe Takashi, não abandonarei o grupo. Hirano já prometeu me ajudar, além disso, eu me sinto segura aqui." Sua resposta fez com que Takashi se senti-se traído, ela já havia dito na escola que faria isso, porem uma pequena parte dele, esperava que ela mudasse de ideia.

A manhã chegou rápido, como Takashi e Saya iriam para a mansão Takagi, eles não precisariam de alimentos extras, levando apenas coisas básicas e alguns litros de água. O resto dos alimentos e armas foram colocados no Humvee e no H3.

"Shizuka, você dirige o Humvee. Rika e Miku, vão com você.'' Disse ele, antes de virar para Rei. "Você dirige o H3, eu cuido da proteção, Saeko e Chica cuidem de Alice, por favor."

Com o grupo dividido, eles partiram rapidamente em direção ao setor industrial. Estranhamente, todas as ruas estavam vazias, exceto por algumas pessoas que corriam para lojas de conveniência com suas famílias, carregando tudo que pudessem.

O grupo não olhou muito para a situação, sua prioridade no momento eram armas, depois que eles as conseguissem poderiam encontrar alimentos e outras coisas. Quinze minutos de uma viagem tranquila depois, eles se viram em frente aos portões de um complexo de depósitos.

Digitando o código de segurança que ele havia recebido, eles entraram no primeiro depósito avaliando o lugar, caixas podiam ser vistas espalhadas ao redor. Tudo porem parecia normal e frágil demais para conter armas, abrindo as caixas eles encontraram roupas e sapatos de diversas marcas e modelos.

Hirano, avaliou a situação por um segundo, antes de manter os grupos como estiveram durante a viagem. "Tudo bem meninas, temos mais três depósitos para inspecionar, o primeiro grupo que encontrar algo, manda mensagem para os outros."

O segundo era semelhante ao primeiro depósito, cheio de caixas frágeis. Essas porem, estavam cheias com eletrônicos. Olhando para tudo ali, ele finalmente entendeu o que estava acontecendo, esse era um armazém destinado a contrabando, provavelmente um dos outros dois armazéns possuía comida e o último as armas de que precisava.

Analisando os endereços de entrega, variavam entre países do sudeste asiático e do continente africano, principalmente regiões de conflito. Enquanto ele pegava algumas caixas com relógios, seu telefone tocou indicando o armazém três.

Correndo para lá eles encontraram algo diferente dessa vez. Ali no meio do depósito três grandes caminhões Hemmit M983A4 estavam parados. Dois deles eram grandes e possuíam carroceria blindada e completamente fechada, utilizados para transporte de pessoal, o terceiro tinha carroceria aberta e engate para um semi-reboque, o tipo utilizado para transporte de cargas.

Além deles, uma duzia de Humvee em várias versões estavam parados, assim como centenas de caixas diferentes espalhadas pelo lugar, era como um passeio ao armazém de uma zona de guerra. Para Hirano porem, era uma grande loja de doces.

"Que tipo de lugar é esse Hirano?" Perguntou Saeko enquanto as outras garotas também o encaravam, curiosas sobre que tipos de amigos o jovem tinha para enviá-los a um lugar assim."

Rika, também olhava para o lugar com interesse, e foi ela quem respondeu à pergunta. "Isso é um depósito de contrabando de armas. Grandes empreiteiras militares compram armas usadas em leilões realizados em zonas de guerra, então enviam para esses depósitos e depois as distribuem pelo mundo."

"Olhem para os veículos com cuidado, vocês perceberão que não tem bandeira ou qualquer indicação de quem pertence." Com isso, eles ficaram em silêncio enquanto Hirano entrava nos caminhões e os avaliava.

"Shizuka, leve Alice com você e avalie os carros médicos, escolha a que melhor te sirva." Disse Hirano, apontando três grandes carros no canto. " Saeko, pegue um dos dois caminhões e leve Miku e Chica, vocês vão ao armazém de roupas, consigam roupas e calçados para todos nós. Escolham as resistentes por favor, nas cores cinza e preta preferencialmente. Queremos as que duram mais e não se destacam."

"Rika, Rei vocês olham o que está disponível no último armazém se for algo útil encheremos o segundo caminhão e levaremos também." Disse Hirano, enquanto o grupo se dividia. Não havia tempo para olhar o interior de todas as caixas, pegando uma empilhadeira, ele começou a carregar toda a carga no caminhão de transporte enquanto Rika voltava.

"Infelizmente, não há comida ou munição apenas equipamentos de vigilância como câmeras de vigilância e sensores de movimento, como podem ser úteis levarei uma empilhadeira e um dos caminhões e guardarei o máximo que puder." Disse ela caminhando para uma empilhadeira. Levou duas horas para terminar tudo, incluindo retirar as coisas dos carros em que chegaram e passar para o caminhão de transporte.

"Certo pessoal, fila única e mantenham a velocidade em 40 kph, no perímetro urbano." Hirano começou a passar a formação de viagem. " Vou à frente com o caminhão de roupas, abrindo caminho.

"Segundo Miku, você dirigirá o caminhão de eletrônicos."

"Terceiro Shizuka, você dirigirá a ambulância, leve Alice com você."

"Quarto Saeko, leve o caminhão com armas e munições."

"Quinto Chica, você leva um dos 1025 com a metralhadora.50."

"Ultimo Rei, você dirigirá o segundo 1025, Rika estará operando a metralhadora.50 já que ela é a única entre vocês com experiência em armas".

"Mantenham-se sempre em linha reta atrás de mim, rádios abertos o tempo todo. Vamos rodar pessoal" Disse ele com um sorriso entranho no rosto. Saindo pela porta do complexo de armazéns eles rapidamente alcançaram a auto estrada rumo ao norte, eles estavam indo para casa.

"Hirano-chan? Como ligo o rádio disso? Quero ouvir o que esta acontecendo no mundo." Veio a voz de Shizuka, cujo radio havia sido deixado ligado por Rika.

"Um segundo Shizuka, estou conectando para você." Disse ele mantendo o ritmo enquanto saiam da zona urbana e aceleravam para sua casa, agora era apenas quinze minutos de trânsito livre. "Podem acelerar pessoal, me sigam."

O rádio rapidamente começou a sintonizar com notícias de como estava o mundo enquanto se aproximavam rapidamente de sua casa parando em frente ao portão. Pegando o telefone, Hirano ligou para um dos funcionários, o telefone tocou por alguns segundos antes que uma voz alegre soasse dos alto-falantes, Hirano-chan? Onde você está? Tudo está bem?" Veio a voz animada e cheia de perguntas do homem mais velho.

"Estou bem tio Hayato, agora por favor abra o portão da frente." No momento seguinte os grandes portões se abriram permitindo que os seis veículos entrassem, antes de voltar a fechar.

Chegando a frente do segundo portão, a mesma cena se repetiu lacrando o interior da propriedade de todo o mundo. Os três grandes caminhões ocuparam quase todo o espaço do jardim frontal da propriedade, porem seriam extremamente uteis para eles.

Eles estavam quase saindo dos carros quando uma transmissão diferente começou a passar nos rádios.

"Essa é uma transmissão de emergência: Meu nome é Yoshida Hideki, sou pesquisador chefe da divisão japonesa do projeto Apocalipse." Ele fez uma pequena pausa. "Primeiramente nos perdoem, o mundo está caminhando para a extinção em massa, fome, guerras mudanças climáticas, tudo isso contribuindo para o fim do mundo."

"De modo a evitar o fim de toda a humanidade, os governos se reuniram e criaram o projeto Apocalipse a dez anos, felizmente agora o estamos implantando. A primeira fase que começou a duas semanas, todos os militares do mundo receberam uma vacina com um vírus ativo de incubação lenta que age modificando o D.N.A dos seres vivos, em casos positivos esse vírus fornece força, resistência vitalidade e às vezes poderes especiais como telecinesia, controle elemental e outras coisas estranhas, mais estudos não foram possíveis infelizmente, disse o homem tossindo."

"Em casos negativos, como eu, o vírus lentamente nos transforma em zumbis, não sei se eles irão evoluir ou não, mas sempre esperem o pior. Essa foi a faze um."

"A fase dois, que se iniciou anteontem, um vírus de ação rápida foi espalhado por todo o mundo através de 'drones' e aeronaves, cada lugar do mundo, sem exceção, foi infectado."

''Centenas de milhões, talvez bilhões, morrerão durante a fase dois, e então os governantes com seus soldados que foram previamente injetados e já despertaram suas habilidades, irão entrar em ação e controlar o mundo, criando a nova ordem social, em um governo justo."

"Essa foi a proposta que eu e meus colegas recebemos. Infelizmente, descobrimos tarde demais que os governantes já possuíam acordos com empresas financeiras, entre outras para projetos de reconstrução e enriquecimento, até mesmo projetos para guerrear e conquistar os países mais fracos."

"Não podemos permitir que o que criamos para salvar o mundo, seja usado para torná-lo pior, por isso enviaremos o mundo de volta a idade das trevas. Nesse momento eu declaro o protocolo Apocalipse-II ativo. Deus abençoe vocês."

Hirano tinha os olhos arregalados enquanto escutava o rádio, no momento seguinte um brilho intenso surgiu no alto do céu, enquanto o rádio do carro fazia sons de estática. Uma bomba EMP, havia sido usada sobre o Japão, e provavelmente a mesma cena se repetiria em todo o mundo.