Capítulo 8
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Seis
meses depois...
Final de
fevereiro, ano 2332.
Após
perder seu irmão, sua família e parte de si mesma, Fuyuki não abaixou a cabeça.
Depois de muito planejamento, decidiu evacuar todos os civis de Askkadia para
lutar sozinha contra os três Reis das Nações da Terra, Vento e Água.
Neste
dia nublado, eles entraram em Askkadia — agora altamente destruída — todos
usando trajes similares. Quando Fuyuki e os três Reis finalmente se veem frente
a frente, ela quebra o silêncio:
— Bom
dia, hehehe... ou já é tarde? É que vocês demoraram um pouco.
— Acho
que estou certo ao dizer que não viemos aqui para conversar. — disse o Rei de
Tétis.
— Está
ciente de que olhará do inferno as crianças de sua Nação morrerem, ao tomar a
decisão de enfrentar três Reis sozinha? — acrescentou o Rei de Phrygia.
Fuyuki
abriu um sorriso provocativo:
— Isso
eu posso afirmar que é mentira. E posso afirmar uma verdade também: vocês não
vão precisar se preocupar ao ouvir as crianças rindo da cara de tacho de vocês
sendo humilhados!
Em
seguida, ela juntou as mãos e cruzou os dedos, levantando uma redoma de Gou
laranja. Com a ajuda de seus antecessores, ergueu uma proteção que alcançou até
as nuvens, prendendo a si e aos três Reis.
Do lado
de fora, escondidos em um refúgio, estavam os Reis antigos de Askkadia e
milhões de civis, assistindo em silêncio pela escuridão:
—
"Façam silêncio!"
—
"EU NÃO CONSIGO OUVIR, MEU POVO!"
—
"Boa sorte, Fuyuki..."
Dentro
da redoma, Fuyuki descruzou as mãos e brincou:
—
Gostaram?! Eu até queria colocar uns detalhes pra ficar diferenciado, mas até
eu consigo ficar sem Gou, né? Hahaha.
O Rei de
Gaia zombou:
— Hah!
Você acha mesmo que vai derrotar nós três sozinha? Você não vai me fazer nem
sangrar, idiota! Que patética! HAHAHAHAHA!
Fuyuki
colocou a mão na cabeça, com uma expressão de tédio:
— Nossa,
sua risada tá me dando dor de cabeça... — estendeu a mão para o lado — Quer
saber? Vou abrir um buraco pra você passar e a gente faz uma batalha de
verdade!
Um
buraco começou a se abrir na redoma, trazendo um sorriso malicioso no rosto do
Rei de Gaia. Mas, quando ele se preparava para avançar, o buraco se fechou
abruptamente.
— Se bem
que, do jeito que você ri, ia acabar estourando os tímpanos dos animais a 1 km
de distância! Melhor você morrer aqui mesmo.
O rosto
do Rei de Gaia ficou coberto de veias, sua raiva borbulhando.
— Aii!
Quem devia ser o vulcão sou eu, então nem vem inventar de explodir, menino! —
provocou Fuyuki.
— Urgh!!
— o chão começou a pulsar com a força do Gou do Rei.
— Se bem
que... — Fuyuki sorriu friamente, olhando para ele — Não tá afim de desistir e
tacar pedrinha num lago?
Basta.
O Rei de
Gaia, explodindo de fúria, partiu para cima dela.
—
Imbecil... — pensou o Rei de Phrygia, assistindo de longe.
O Rei de
Gaia saltou alto, erguendo plataformas de terra para aumentar sua altitude. Com
um salto giratório, concentrou o Gou de Gravidade em seu punho, arrastando uma
pilastra do chão com ele, tentando esmagar Fuyuki, que estava presa pela
pressão do Gou.
Num
golpe brutal, desferiu seu soco, mas só acertou o chão.
Das
rochas pulverizadas, Fuyuki emergiu — uma tentativa de emboscada frustrada,
pois o Rei sentiu seu Gou através da terra. Ele agarrou seu pescoço e a esmagou
contra o pilar, lançando outro soco mortal.
Mas,
então, luzes faiscantes tomaram o ambiente. Fuyuki bloqueou seu ataque com uma
rede de Gou de Raio:
— Teia
Elétrica!
Mesmo
imobilizada, resistia ao impacto com outra técnica:
— Tsuchi
Ni Taishite! — uma película de resistência à Terra, protegendo suas costas
contra o pilar que se despedaçava sob eles.
Eles
caíram juntos até o solo, abrindo uma cratera de destruição.
Separando-se,
sem perder tempo, correram um para o outro com ataques ainda mais ferozes:
—
Chama Absoluta... — disse Fuyuki.
— Árvore
Divina... — respondeu o Rei de Gaia.
— 5
VERDADES FLAMEJANTES!!!!!!!
— PALMA
DA MÃE NATUREZA!!!!!!!
As 5
Verdades Flamejantes transformaram os punhos de Fuyuki em chamas puras,
enquanto a Palma da Mãe Natureza tentava bloquear e petrificar.
Golpes
de fogo e terra explodiam em cada contato, criando pequenas pedras de magma e
cristais vermelhos no ar.
De
longe, os outros Reis analisavam:
— Por
quanto tempo isso vai durar? — perguntou o Rei de Phrygia.
— Até o
Gou de um deles prevalecer... — respondeu o Rei de Tétis, observando friamente.
—
Hmpth... ele tá ferrado.
As mãos
rochosas do Rei de Gaia começaram a derreter sob o calor insano das Verdades
Flamejantes.
—
GRR!!!
Fuyuki,
com um rugido de pura determinação:
—
AAAAAAAAAAAAARRRGHHHHHH!!!!
Incinerou
completamente a defesa dele e, enfim, acertou seu verdadeiro alvo.
— AS 5
VERDADES FLAMEJANTES!!!!!!!
O Rei de
Gaia foi lançado longe, seu corpo parcialmente queimado pelas chamas de Fuyuki.
Ele caiu
pesadamente no chão, respirando com dificuldade.
E
Fuyuki, encarando-o sem piedade, preparava-se para o próximo adversário.
Deitado,
inconsciente, Fuyuki se aproxima do mesmo, suspirando um pouco cansada, mas
rapidamente recupera a sua postura e cerca sua mão de chamas novamente, prestes
a derrubar o maior pilar de uma Nação.
— Já vai
tarde! — exclamou Fuyuki, derrubando o Rei de Gaia.
Daquele
buraco, de onde uma densa fumaça emanava, surgiu uma silhueta feminina. Fuyuki
caminhou calmamente na direção dos dois Reis restantes, parando com uma mão na
cintura e inclinando o corpo de lado, exibindo um sorriso confiante.
—
Desculpa, demorei demais? — provocou.
— Isso
deveria nos assustar? — debochou o Rei de Tétis. — Ele não passava de um peso
morto!
— Por
que acha que torcíamos para ele morrer quando tomava a linha de frente? —
completou o Rei de Phrygia, zombando. — Não passava de um amontoado de músculos
sem cérebro!
Fuyuki
torceu o nariz em nojo:
— Nossa,
esse é o nível de harmonia desse grupo? Espero que melhorem nessa dupla!
Recompondo
a postura, Fuyuki deu um soco leve contra a própria mão, estalando os dedos, e
declarou com um sorriso chamativo:
— Mas
enfim... Vamos começar.
Sem dar
espaço para mais palavras, Fuyuki projetou uma grossa camada de fogo ao redor
da perna e usou o impulso para se lançar como um míssil em direção ao Rei de
Tétis, acertando-o em cheio no peito com um chute brutal.
Enquanto
Shura cambaleava para trás, o Rei de Phrygia aproveitou a oportunidade para
agir. Com um movimento rápido das mãos, criou um campo de vácuo, retirando o ar
em volta de Fuyuki:
— Vazio.
Sem
conseguir respirar, Fuyuki rapidamente projetou uma fina, porém resistente,
camada de Gou em volta de si mesma, retendo o pouco ar que ainda restava.
Concentrando Gou nas pernas, saltou para fora da área de vácuo, passando por
cima de Phrygia e pousando com leveza.
Ela riu:
—
Hahahaha! É só isso que conseguem fazer?
O
insulto inflamou Shura. Com um movimento rápido de selos, criou clones de água
e, junto deles, encheu as bochechas, preparando a técnica:
—
Disparo de Jato D'Água!!
Jatos
cortaram o ar em direção a Fuyuki em alta velocidade. Ela, por sua vez, ergueu
pequenas paredes de terra para se defender. As águas explodiam nas barreiras,
espalhando-se em todas as direções.
No
entanto, aproveitando o disfarce, o verdadeiro Shura surgiu nas costas de
Fuyuki, perfurando-a com uma lâmina de gelo formada em seu antebraço.
—
Argh!!! — gemeu Fuyuki, ao ser lançada contra o chão.
Shura
sorriu cruelmente:
— Você
ainda nem viu metade do que minhas enchentes podem fazer!
Enquanto
Fuyuki estava imobilizada, o Rei de Phrygia canalizou seu Gou branco para gerar
poderosos tufões, tentando destruir a redoma que cercava a batalha.
— Vamos
expandir essa luta! — gritou Noro.
Vendo o
plano, Fuyuki usou seu próprio Gou para reforçar a redoma, impedindo que fosse
rompida.
Pressionada
contra o solo, ela fechou os olhos por um instante, sentindo o Gou do mundo a
sua volta. Ergueu o olhar para Shura e declarou:
— Quero
ver continuar com essa sua marra por muito tempo, Shura!!!
E então,
gritou:
— Zona
Infernal!!!
Uma área
de dez metros foi consumida por chamas vermelhas, o calor tornando o ar
insuportável. Forçado a recuar, Shura saltou para fora da zona.
O
Rei de Phrygia avançou, mas seus olhos refletiam irritação:
— Você é
idiota?!
Sem
perder tempo, ficou em posição segura, observando-a.
Fuyuki
desfez a Zona Infernal e se levantou lentamente, sem grandes ferimentos
aparentes. Alongou-se, estalando os ombros, e, distante dos dois, falou em alto
e bom som:
—
Hahaha... Se é só isso que os Grandes Reis Shura e Noro têm para me oferecer,
isso não passa de brincadeira de criança! Venham aprender a verdadeira lição,
fracotes!
Furioso,
Noro avançou.
Fuyuki
levantou sua perna direita à altura da barriga, ergueu os braços à frente do
rosto e começou a girar em altíssima velocidade. Combinando sua técnica com o
Gou, induziu a combustão de sua perna, consumindo cerca de 20% de sua energia
total.
O calor
era tão intenso que tudo em volta carbonizava instantaneamente. Sua aura tomou
a forma de um Oni vermelho carmesim, terrível e poderosa.
O Rei de Tétis avistou o ataque vindo em sua direção, enquanto sua inimiga gritava com todo o ar de seus pulmões:
- SINTA A IRA DO JULGAMENTO DO DEUS FLAMEJANTE!
Percebendo a força absurda do ataque combinado com o Noro, Shura desistiu de tentar desviar. Em vez disso, canalizou 50% de seu Gou para invocar o Hi ni Taishite, criando uma densa película flamejante de energia laranja ao seu redor sua última defesa.
Um calafrio percorreu sua espinha quando, em menos de um segundo, a barreira foi desintegrada. Ainda assim, ela cumpriu seu papel: reduziu drasticamente o impacto da investida.
Mesmo atingido em cheio, Shura foi arremessado a dezenas de metros, mas escapou com ferimentos mínimos.
Fuyuki
pousou de pé, deslizando alguns metros, antes de parar com as mãos na cintura,
disfarçando seu cansaço.
—
Lembram do que eu falei sobre harmonia? Vocês não têm nenhuma! É impossível me
vencerem desse jeito!
Shura se
ergueu, irritado, e se lançou novamente contra ela. De seus antebraços, formou
lâminas de gelo que avançaram em cortes rápidos e ferozes.
Apesar
do cansaço, Fuyuki, totalmente tranquila, esquivava-se com leveza, enfurecendo
ainda mais o inimigo.
—
Urgh!!... An?!
Sua
raiva deu lugar à perplexidade ao ver que seu último corte foi parado... por um
único dedo de Fuyuki.
— Que
porra é essa?! — rosnou Fuyuki, bloqueando o golpe de Shura com um único dedo.
— Por acaso tô lutando contra uma criança aprendiz de artes marciais?! Até
aquela criança me fez desviar do golpe dela!
Ela
contra-atacou violentamente, com socos potentes que acertaram vários pontos
vitais de Shura, obrigando-o a recuar.
Enquanto
isso, Noro, o Rei de Phrygia, cambaleava ao se levantar, o corpo gravemente
ferido. Mas ao focar seu Gou em cura, regenerou seus ferimentos quase
completamente. Logo em seguida, transformou-se em vento, desaparecendo quase
totalmente da visão de Fuyuki e Shura.
Durante
a troca intensa de golpes entre Fuyuki e Shura, uma rajada de água acompanhou o
ataque de Shura, circulando e formando uma auréola em torno do corpo de Fuyuki.
A corrente a envolveu, erguendo-a para o alto.
— Isso
já deixou de ser brincadeira, garota! — gritou Shura.
No
instante seguinte, ele tentou jogá-la contra espinhos de água que emergiram do
chão. Antes que pudesse reagir, Noro surgiu em cima dela, pisando com força e
propulsionando Fuyuki contra as estacas com uma explosão de vento.
Perfuração
brutal.
Saltando
para o lado de Shura, Noro girou os braços, usando ventos para lançar Fuyuki a
vários metros de distância, tombando-a no chão.
— Não me
atrapalhe. — resmungou Shura, irritado.
—
Colaboremos! — insistiu Noro. — Se nos juntarmos, podemos voltar vivos para
nossas nações... e levar essa rainha para a cova!
— Fale
por você. Não me dê ordens. — Shura o fuzilou com os olhos. — Ou você vai cair
no chão, junto com ela.
— Você
sabe tão bem quanto eu: enquanto gasta Gou se curando ou defendendo, ela guarda
energia pra explodir em dano monstruoso. Quando ela usar Raio, eu a atrapalho
com Vento. Acha que sua habilidade com Vento é metade da minha?!
Shura,
irritado, olhou para Fuyuki. Ela se levantava lentamente, expelindo a auréola
de água com uma força de vontade absurda. Suas mãos pressionavam os ferimentos,
mas ela se recusava a se curar.
— Está
bem. — respondeu ele, tenso.
— Então
avance. Talvez continuemos essa parceria.
— Tá,
tá! As duas princesas já terminaram?! — gritou Fuyuki à distância, zombando. —
Nossa luta ainda não acabou!
Ela
saltou e disparou uma bola de fogo.
Noro foi
atingido novamente — enquanto Shura desviava com facilidade e, com um
movimento, cercava a bola de fogo com água, transformando-a num pequeno
meteoro, que lançou contra Fuyuki.
Ela,
porém, evaporou a esfera com um simples gancho de direita.
— An? —
murmurou Fuyuki, sentindo o perigo.
Tremores
surgiram.
Shura
elevava seus braços trêmulos ao céu. Cada dedo que se movia fazia o solo tremer
violentamente. Até que, finalmente, ao erguer as mãos completamente, ondas
monstruosas romperam o subsolo, devastando tudo.
—
AFOGAMENTO DAS ALMAS!!! — bradou Shura, liberando o terror.
As ondas
avançaram como um tsunami infernal. Fuyuki correu o mais rápido que pôde,
analisando:
"Se
eu abrir a redoma pra usar trovões... posso deixar todos vulneráveis... Mas se
ficar presa... é o fim!"
Então,
uma voz ecoou.
—
Socorro... me ajuda...
Assustada,
Fuyuki olhou para trás.
Nas
ondas, via-se a imagem de pessoas: crianças, mulheres, homens. Todos se
afogando, implorando por salvação, chorando, gritando...
—
Mamãe!!!
O terror
a paralisou por instantes. As almas das vítimas do mar de Tétis. A técnica mais
cruel que Fuyuki já havia presenciado.
Sem
perceber, desacelerou — e foi tragada pelas águas.
Shura
assistia, esperando.
As ondas
devastadoras atingiram o limite da redoma. Dissipando-se, revelaram uma luz em
meio à escuridão.
Fuyuki.
Emergindo
em velocidade absurda, envolta em raios azulados, repelindo toda a água em
volta, Fuyuki avançava furiosa.
— SEU
MALDITO!!!
Mas
então, uma presença ameaçadora surgiu atrás dela.
Os
ventos foram absorvidos em um único ponto, formando um pequeno orbe de vento
branco, girando em todas as direções.
Noro
surgiu, sorrindo arrogantemente.
— Eu te
ajudo!
— FÚRIA
DE BORÉAS!!!
A
explosão de ventos disparou Fuyuki como uma flecha em direção a Shura,
queimando suas roupas e pele, mesmo com sua proteção de vento parcial
("Kaze Ni Taishite").
No
instante seguinte, Shura a recebeu com um gancho brutal de esquerda.
Impacto.
Fuyuki
voou, foi capturada por uma prisão de água, esmagada pelos ventos de Noro — e
atirada violentamente ao chão.
Ela
ainda se levantava.
Mas o
estado dela era deplorável. Sangrava, sua respiração era irregular.
E os
Reis não tinham remorso.
Noro e
Shura se posicionaram lado a lado. Seus Gou’s exalavam: uma aura branca para
Noro, uma ciano para Shura.
As duas
se uniram, fundindo-se em um verde vibrante, denso e poderoso.
UNIFICAÇÃO
DE GOUs: COMPLETA.
As Auras
retornaram a seus corpos, mas com a nova coloração, aumentando ainda mais sua
velocidade, força e resistência.
Noro
conjurou correntes de vento, prendendo braços e pernas de Fuyuki, fixando-a ao
chão e ao ar.
Enquanto
isso, Shura invocou no céu uma lâmina gigante branca.
Noro,
com seu Gou, modelou o projétil em um tridente colossal, de três pontas
afiadas, com uma estrutura tão maciça que perfurou o próprio solo ao se
expandir. A lâmina central era a mais longa, com um buraco aberto em seu
centro, ressoando poder.
Pedregulhos
quebrados do chão foram atraídos para orbitar ao redor do tridente, girando em
alta velocidade como pequenos satélites de destruição.
Fuyuki,
presa, sangrando e exausta, só podia olhar para o céu, vendo o julgamento de
dois Reis prestes a ser lançado sobre ela.
Shura
acrescenta grandes estacas de gelo ao lado dos pedregulhos orbitando o
tridente, tornando a cena ainda mais ameaçadora.
Sem
hesitar, os dois Reis decidem disparar o golpe final, recitando em uníssono:
Noro
e Shura:
— 3
ESTÁGIOS DA IRA!
***
1º
ESTÁGIO: METEOROS DEVORADORES DE MUNDOS
Os
pedregulhos gigantescos são lançados com força brutal em direção a Fuyuki.
Vários
atingem seu corpo, esmagando seus ossos, despedaçando suas defesas e afetando
gravemente sua mente, a ponto de quase a fazer desmaiar com o impacto.
***
2º
ESTÁGIO: FÚRIA DO GELO!
Em
seguida, as estacas de gelo reforçadas com Gou disparam brutalmente, perfurando
quase completamente o corpo de Fuyuki.
Ela
sente cada perfuração rasgando suas carnes, inundando seu corpo de sangue.
Ao
tentar focar em seu Gou, percebe, horrorizada, que vários de seus meridianos
foram selados pela energia das estacas, reduzindo seu poder total em 20%.
O choque
volta à tona quando, sem aviso, seu antebraço direito é arrancado, fazendo o
sangue jorrar em uma explosão grotesca.
***
3º
ESTÁGIO: TRIDENTE DESTRUIDOR DE ALMAS
O
tridente colossal, que poderia facilmente desintegrá-la, subitamente é
comprimido até o tamanho de um palito.
Este
pequeno projétil flutua lentamente na direção de Fuyuki, que, já
semi-consciente, sabe que, se for atingida, estará à beira da morte — ou
morrerá de forma definitiva.
Num
último esforço, ela reveste o interior de seu corpo com o próprio Gou,
protegendo seus ossos e órgãos para tentar sobreviver ao impacto.
Sem
piedade, o "palito" atinge Fuyuki.
Por
alguns segundos... nada.
Então,
uma onda de dor inimaginável a consome.
Ela
sente como se estivesse sendo atacada por mais de 10.000 homens ao mesmo tempo.
Seu
corpo inteiro pulsa, estilhaça por dentro, ameaçando explodir.
A dor é
tão intensa que Fuyuki desejaria a morte imediata, imploraria por um fim, mas a
tortura é lenta, devastadora, e atinge até sua alma, como se estivesse sendo
dilacerada camada por camada.
Quando
finalmente cessa, o corpo de Fuyuki permanece, imóvel e silencioso.
Nenhum traço de Gou podia ser sentido nela.
****
Fuyuki:
...
As
correntes que a mantinham presa se desfazem, e, sem forças, seu corpo despenca
no chão.
Aos
olhos de Shura e Noro, a Rainha de Askkadia está sem vida.