46. Os Goblins (Pos-Batalha) 1

Enquanto o grupo dos mais velhos e Queliand discutiam o quanto enviar de ajuda já que Morton não tinha dito uma quantidade exata, Matt ficou num calado pensando em alguma coisa, uma vez que ele terminou entrou na conversa com uma pergunta um tanto inusitada.

"Se esses goblins que atacaram o vilarejo conseguiam conversar com humanos, será que os que nos atacaram também não poderiam?"

Nisso os mais velhos pararam de conversar e olharam para ele, Sofi foi a primeira há responder.

" Eu duvido, se eles pudessem entender o que falamos, teriam se adaptado a forma de lutar, como talvez mandando um grupo nos flaqurar fando uma vota maior, mas não o fizeram."

"Mas eles também não eram nada normais, talvez tenha mais coisa em relação há eles que só Anne necessidade de alimentos."

Liem disse depois de pensar um pouco no comportamento que aqueles dois goblins maiores tinham demonstrado.

"Concordo, eles agiram de um jeito racional e calculado pra acabar com aquele goblins maior, e eles também demonstravam terem um ressentimento profundo contra ele." Hannah adicionou.

Matt preferiu não comentar o porque dele realmente achava isso, na verdade era mais um desejo que ele tinha que aqueles goblins não fossem normais.

Mesmo não podendo olhar bem ele tinha certeza que tinha visto um semblante familiar no goblin que tinha apontado para ele no último instante antes que o goblin montruoao amasse com ele. Não que ele já tivesse visto algum goblin remotamente parecido com aqueles antes, mas ele sentiu alguma coisa familiar nos olhos, algo que ele não conseguia explicar ou enteder nem para si mesmo.

'Oque será que aconteceu com eles depois disso?'

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(Voltando para logo depois que Evrolk foi morto)

Yag-gob manobrou o melhor que pode seu javali de guerra pela floresta fechada até chegar em uma clareira mais afastada do vilarejo atrás. Essa clareira antes foi usada como ponto de descanso para os guerreiros antes da luta e como tal ainda tinha traços de todos que tinham dormido ali antes, servindo como base temporária e ponto de encontro caso alguma coisa desse errado.

Sem surpresa Yag-gob e seu irmão foram os primeiros há chegar, mas não tiveram que esperar muito até que os poucos guerreiros restantes começassem a aparecer, todos exaustos tanto da luta quanto da correria desenfreada até o "acampamento". Yag-gob deixou seu javali descansando e comendo um pouco da "ração de emergência" enquanto ela e seu irmão organizavam o melhor que podiam os guerreiros.

Logo os guerreiros que tinham chegado, algo por volta de 40 há 50, estavam sentados em grupos de 5 espalhados pela clareira. Os que ainda tinham energia foram incumbidos de distribuir água e comida para os demais. Enquanto eles faziam suas tarefas, sentados no chão ou só desmaiados de cansaço, Yag e seu irmão Gronb-go, chamaram os últimos "capitães" de suas forças ainda vivos.

"Como estão as coisas?"

Yag perguntou ainda com o elmo oque fazia sua voz parecer mais rouba e abafada que era.

"Ruins..gruuf.. chegaram, muito cansados.. feridos... gruf, poucas, chances."

O capitão mais a direita dos 3 falou o melhor que pode, diferente de Yag, seus irmãos e seu... genitor. A maioria dos goblins evitava se comunicar com palavras, não pelo querer, mas pela boca ser mais difícil de articular palavras, preferindo então usar gestos, sons mais guturais e fáceis de produzir e em algumas clãs até cheiros eram usados.

'Nao é de se espantar que a maioria das raças considerem eles como animais ou monstros.'

Yag frequentemente pensava isso toda vez que falava com os goblins normais e percebia a vasta diferença tanto física, quanto mental entre eles e sua família. Bom oque tinha sobrado dela.

"Quantos ainda podem andar e correr até voltarmos ao ninho?"

Gronb perguntou seco para os 3, eles se entreolharam e olharam fixamente para o goblin mais a direita. Esse era um pouco mais diferente que os demais, ele não só tinha as cicatrizes típicas nos ombros que o distinguem como capitão (uma forma de distinguilos que seu genitor tinha bolado, fazer um corte dos ombros perto dos ossos para mostrar que esse goblins seriam fortes pra vencer mesmo com ferimentos pertos dos ossos, pra você ver o quão inteligente ele era), como também tinha varias cicatrizes nas mãos. Essas cicatrizes indicavam que ele também era um remendador de feridas.

Um remedador de feridas seria o equivalente dos goblins para médicos mas de forma bem mais rudimentar, essas cicatrizes nas mães eram algo que os goblins nesse posto já tinham desde que os goblins podiam se lembrar, como a maioria dos feridos sente muita dor e raramente cooperam não é incomum aqueles que os tratam acabarem feridos. Daí veio o costume dos responsáveis pelos feridos ferirem até certo ponto as mãos para que quando fossem tratar os feridos e eles vissem as mãos do goblin saberia que esse poderia ajudar.

"Hummmm, 27 ou 30, gruuf, senhor...se forem, comer."

Ele respondeu depois de dar uma olhada nos goblins espalhados.

Esse era um número muito pequeno considerando o quanto eles tinham trazido para atacar, naturalmente eles já tinham sofrido derrotas antes mas nunca há esse ponto. Eles tinham trazido basicamente toda força de combate que podiam nessa tentativa de invasão, e não só perderam como foram basicamente dizimados.

'Bom pelo menos não foi uma perdida completa.'

Yag se consolou, sim eles tinham perdido muitos guerreiros, incluindo até algumas fêmeas que tinham vindo junto para conseguirem mais respeito no clã. Mas pelo menos a maior ameaça para seu clã tinha sido finalmente erradicada, seu genitor.

Olhado para o lado ela viu seu irmão em pensamento profundo, certamente considerando quem eles deveriam salvar e quem deveria ser... abatido, pelo bem dos outros. Ela estava feliz que não teria que ser ela há fazer essa decisão mas lamentou pelo irmão, até certo ponto pelo menos.

Mesmo que Gronb fosse irmão com quem tinha a melhor relação, não podia dizer que eram, como os humanos diriam, amigos. Mesmo sendo irmão muitas vezes em comunidades goblins isso só queria dizer que você teria mais competição pela comida e possivelmente um oponente constante para melhor as habilidades de luta. Na comunidade de Yag essa noção não era diferente, era até pior considerando seu genitor e até então chefe de clã.

Como várias raças inteligentes sabem goblins não são tão contra o canibalismo, se você tem poucos recursos e muitas bocas pra alimentar não é algo tão inacreditável você diminuir as bocas e ainda conseguir alimento durante esse processo.

Oque as outras raças não sabem é que o canibalismo goblin é algo mais ritualístico e sagrado, é visto como a forma máxima de devoção para o clã, e sendo assim os que são devorados não são abatidos brutalmente como eles acreditam. Mas tratados com o máximo de respeito tendo seus nomes recordados em pergaminhos especiais que todos, absolutamente todos, os clãs goblins possuem, uma última lembrança de tempos imemoriais, de quando ironicamente os goblins não eram tão... primitivos.

Isso é, até seu genitor ter nascido, ele subverteu essa prática ao extremo tornando um antigo ato sagrado como um ato banal e rotineiro, se você não for forte o suficiente não tem outra utilidade além de comida. Essa era a lógica dele, em parte estava bem alinhada com os valores goblins, mas até eles tem respeito pela vida e dão aos mais fracos lugares como trabalhadores em posições baixas como limpadores de excrementos ou responsáveis pelos venenos.

Mas seu genitor não se importava com isso, para ele apenas força era importante, por isso ele não só eliminava e devora aqueles que considerava inúteis como também obrigava outros há fazerem o mesmo outros. Principalmente seus descendentes, nessas horas ele mostrava que não era apenas so mais forte que os goblins comuns ou só um bruto com o cérebro na barriga, mas que também era mais cruel que a maioria dos goblins.

Goblins também tem laços de família e entendem emoções afinal também são seres vivos e inteligentes (ao contrário doque algumas raças afirmem), mesmo que entre irmãos geralmente seje de rivalidade, mas principalmente eles formam laços com as mães, mesmo quando essas são de espécies diferentes da dos goblins, eles são acolhidos por mães goblins da comunidade e essas se tornam responsáveis por eles.

As mães são ainda mais importantes que os chefes em vários casos, isso porque durante as primeiros momentos da vida é que são compartilhados os momentos mais importantes dos recém nascidos e mães, são elas que colocam a noção de pertencimento ao clã nos jovens.

Elas que ensinam o básico e o respeito (do ponto de vista goblin) para os jovens, mas no caso de Yag e seus irmãos, assim que eles cresceram e podiam usar armas, Evrolk os obrigou a matar e devorar suas próprias mães, assim como ele tinha feito.

Do ponto de vista dele, talvez isso não passa-se de algo como um rito de passagem que os fortaleria assim como fortaleceu ele, porém ele esqueceu que ele nem teve a chance de conhecer sua genitora, que morreu quando ele ainda estava no útero, seus filhos por outro lado tiveram. Por isso foi algo extremamente cruel para eles fazerem, e quando esses se recusavam, ele mesmo as matava na frente deles e os obrigava a comer sua carne, e se se recusasem a fazer isso também eles eram devorados vivos por ele.

Afinal do ponto de vista dele eles seriam fracos demais e não mereceriam seguir com suas vidas, não só isso como teriam "desperdiçado" tanto comida quanto potencial ao fazer ele matar suas mães.

Toda vez que Yag olhava para o genitor (ela se recusar e sempre recusar a chama-londe pai) ela lembrava de sua mãe, e de como ela há via olhado para ela naquele dia. Não com choque, ou raiva ou medo, mas com amor, aceitação e lamento, ela já sbai que o chefe do clã iria fazer algo assim e já estava pronta para isso. Só pareceu lamentar pela filha, que seria obrigada a conviver com essa dor, mas pelo menos ela viveria, diferente de vários de seus irmão que se recusaram.

Antes tinham mais de 10 irmãos mas depôs daquele dia sobraram apenas 5.

Depois de hoje apenas 1.