O Último Grito da Escuridão e do Gelo

Dentro do Cubo de Trevas, Gustavo e Julios continuavam trocando golpes ferozes. O frio penetrante da Tempestade Gélida dificultava os movimentos de Gustavo, enquanto Julios aproveitava sua vantagem.

Com um movimento ágil, Julios congelou os pés de Gustavo, prendendo-o ao chão. Ele então recuou ligeiramente e abriu um sorriso provocativo.

— Parece que agora temos tempo para uma conversa, não acha, Gustavo?

Gustavo tentou forçar os pés para se libertar, mas o gelo era denso e resistente. Ele cerrou os dentes e fitou Julios com fúria.

— Do que você está falando?

Julios passou a mão pelo cabelo, como se estivesse entediado.

— Ah, apenas um plano… um plano incrível. Mas não posso te dar muitos detalhes.

— Que plano?! — Gustavo rugiu, tentando se mover.

Julios se aproximou lentamente, sua lâmina brilhando com um leve reflexo azul.

— Antes disso, me diga… quantas páginas do livro o mundo já encontrou?

Gustavo ficou atônito. Sua expressão de raiva se transformou em choque.

— Como você… como você sabe sobre isso?!

Julios riu.

— Gustavo, Gustavo… eu tenho olhos e ouvidos em todos os lugares. Sei sobre o mapa que você encontrou… o mapa que leva ao posto de troca do mercado negro. Sei que vocês planejam ir para lá e que essa missão é de Ranking S.

A mente de Gustavo girava. Essas informações eram ultraconfidenciais. Ninguém além da elite do Leste deveria saber disso.

— Quem te contou isso?!

— Eu mesmo descobri — Julios respondeu casualmente. — E não se preocupe, não pretendo ficar até o final dessa guerra.

Gustavo o observou com desconfiança.

— O que você quer dizer com isso?

Julios se inclinou ligeiramente para frente, com um olhar afiado.

Pretendo trair o general.

Gustavo arregalou os olhos.

— Você está brincando.

Julios sorriu de canto.

— Não. Estou muito sério.

O silêncio pairou no ar gelado do cubo. Gustavo sabia que Julios era traiçoeiro, mas algo em sua voz sugeria que ele não estava mentindo.

Então, Julios se aproximou mais um pouco e murmurou:

— Agora, você tem duas opções, Gustavo. Ou me liberta, ou eu destruo esse cubo.

Hah! Você acha que eu me renderia assim tão fácil?! — Gustavo gritou, tentando se soltar do gelo.

Julios então estreitou os olhos e acrescentou em um tom sombrio:

— Você conhece Ragnar, certo? Agora me diga… será que seus pupilos sobreviveriam contra ele?

Gustavo sentiu seu corpo congelar mais do que já estava.

Ragnar.

Um dos seres mais poderosos que ele já havia encontrado. Um monstro de poder absoluto.

A raiva explodiu no olhar de Gustavo.

Desgraçado…!

Mas então ele respirou fundo, acalmando-se.

— Eles me seguiram por conta própria… — Gustavo murmurou. — E eu já disse que, se quisessem me seguir, deveriam estar prontos para a morte.

Julios deu um sorriso satisfeito.

— Heh… gostei dessa resposta.

Mas Gustavo já havia tomado sua decisão. Ele reuniu o que restava de sua mana e explodiu a escuridão ao seu redor, rachando o gelo de seus pés e avançando em alta velocidade contra Julios.

Julios, por sua vez, canalizou o resto de seu poder e conjurou lâminas de gelo ao seu redor.

Os dois se chocaram com toda sua força restante.

BAM!

O impacto final fez o Cubo de Trevas ruir completamente.

E então… no mundo real…

Gustavo e Julios estavam cara a cara, ajoelhados no chão, completamente esgotados. Nenhum dos dois tinha mais mana para continuar.

O frio ainda pairava no ar, e a escuridão se dissipava lentamente.

A batalha estava finalmente decidida.

Fim do capítulo.