Capítulo — Serena vs Sir Magnus
A arena havia sido transformada em um campo semiurbano — com destroços, barris de madeira, caixas de suprimentos e fragmentos de paredes antigas. Tudo cenográfico… mas real o suficiente para uma batalha mortal.
O céu rugia com trovões ao longe.
A multidão gritava… mas quando Serena entrou na arena, um silêncio estranho tomou conta de alguns.
Ela caminhava devagar. Os cabelos azuis claros balançavam suavemente.
Usava uma roupa simples azul-marinho, um vestido leve com pequenos detalhes aquáticos.
Ela parecia deslocada… frágil. Mas seus olhos — mesmo tímidos — escondiam profundezas insondáveis.
Do outro lado, Sir Magnus Ignis surgiu envolto em fogo, com a armadura rubra flamejante brilhando como metal fundido.
Alto, musculoso, barba curta, olhar duro. Em suas mãos, um martelo de guerra gigante, com runas de calor queimando em sua superfície.
O anfitrião ergueu a voz:
— "Quarta luta! Serena dos Falcões Sombrios contra Sir Magnus Ignis, da Casa Ignis!"
Um trovão explodiu. E o combate começou.
Sir Magnus não esperou.
Gritou —
— "ARDA!"
— e disparou uma coluna de fogo de seu martelo, devastando tudo em linha reta.
Serena pulou para o lado, quase escorregando — água escorria de seus braços, como se ela tivesse puxado a umidade do ar.
Com um movimento tímido de mãos, criou uma parede de água giratória, bloqueando um novo ataque de fogo.
Ela tentou recuar, mas Magnus correu.
BOOM!
O martelo caiu onde ela estava, explodindo o chão.
Ela foi lançada contra uma pilastra e caiu rolando.
Seu braço esquerdo estava cortado, mas ela levantou.
“Eu… eu não posso falhar agora.”
Com um gesto discreto, ela fez um pequeno selo de mãos… e um filete de água escorreu por sua sombra… fluindo até se moldar em… um clone.
Um Clone de Água idêntico a ela, que se escondeu do lado oposto da arena, enquanto a verdadeira Serena — silenciosamente — escorregava para dentro de um velho barril de vinho virado de lado, com a tampa quebrada.
Ela segurou a respiração, tremendo, o som abafado dos passos de Magnus ecoando do lado de fora.
Sir Magnus avistou a “Serena” (clone), e avançou.
— "Pensei que você teria mais coragem, menina."
A luta recomeçou.
O clone defendia, atacava, escorregava, mas não falava.
Serena observava tudo de dentro do barril, o coração acelerado.
Ela viu o clone sendo atingido — faíscas e vapor explodindo.
Viu a lança flamejante perfurar o torso aquático.
Viu seu clone ser despedaçado, voltando à forma líquida.
Sir Magnus ofegava, com o martelo erguido.
— "Lamentável..."
Foi então que ele ouviu algo atrás de si.
Um som… suave. Como um rio nascendo.
— "Agora..." sussurrou Serena.
Ela saiu de dentro do barril, as mãos erguidas, e um círculo mágico de água se formou ao redor de Magnus.
— "Prisão Submarina!"
Uma bolha gigantesca de água surgiu ao redor de Magnus como se o tempo tivesse congelado.
A água era densa, pulsante, como o coração do oceano.
Magnus gritou, tentando libertar-se — mas o fogo não queimava ali dentro.
As chamas se apagavam instantaneamente.
Ele socava, girava o martelo — mas era como tentar lutar debaixo de um oceano.
A bolha o sufocava.
Ele começou a afundar… como se o ar fosse roubado.
Seu corpo parou de se debater.
A bolha o lançou ao chão, ainda preso.
Serena caiu de joelhos, respirando fundo.
O público… explodiu.
O anfitrião, com os olhos arregalados, anunciou:
— "VENCEDORA: SERENA DOS FALCÕES SOMBRIOS!"
Mike sorriu, orgulhoso.
Karina e Kyouran aplaudiram.
Julhian cruzou os braços e assentiu com respeito.
E Serena… tímida, com lágrimas discretas nos olhos, apenas murmurou:
— "Consegui…"
Fim do capítulo.
Placar: 4x0 para os Falcões Sombrios.