PONTO DE VISTA DO IVAN
O castelo parecia mais movimentado que o de costume. As pessoas circulavam carregando o que conseguiam para construir o castelo. Todo estalo de uma roda de carrinho-de-mão e cada batida de martelo reverberavam por todo o terreno do castelo, uma cacofonia do caos que de alguma maneira conseguia insuflar vida nas antigas paredes de pedra. O ar cheirava a madeira recém-cortada, suor e um leve toque de argamassa.
Eu estava na base da muralha leste, com as mãos nos quadris, observando enquanto os trabalhadores, na maioria aldeões e antigos criados que serviram minha família por anos, moviam o que podiam, empilhando pedras para reforçar a fundação e remendando as fissuras nas paredes castigadas pelo tempo.
Não era fácil, mas eu estava fazendo.
Já fazia um mês e duas semanas desde que Arianne nos deixou. Era difícil, mas continuei em frente. A ausência dela era uma ferida que se recusava a fechar, mas continuei em frente. Que outra escolha eu tinha?