A primeira coisa que Ravina percebeu foi o frio. Não o tipo que vem com o vento ou a noite, mas o tipo que se infiltra sob sua pele—anormal e cortante.
Ela não sabia o que havia acontecido, embora suas memórias estivessem rapidamente retornando.
Ela despertou lentamente, seu pequeno corpo aninhado contra algo macio mas empoeirado. Conforme sua visão clareava, seus olhos se abriram para um mundo envolto em uma névoa escura e densa. Ela se sentou, grogue e confusa, o ar nebuloso ao seu redor pesado com o cheiro de mofo e ervas estranhas.
Ao redor dela havia algumas cabanas tortas—habitações improvisadas com tecidos esfarrapados tremulando como bandeiras feridas, suas paredes construídas de madeira escura e ossos.
Figuras encapuzadas se moviam entre elas, silenciosas como sombras, seus rostos obscurados por capuzes profundos. Nada daquilo parecia real. Nada daquilo parecia seguro.
Ela podia sentir em seus ossos que estava muito, muito longe de casa... de todos.