Mingmei

Era sábado, final da segunda semana de março. A primavera acabara de começar e, como sempre, a primavera em Nova York, com sua paleta vibrante e o perfume das flores, era um convite ao renascimento. As árvores, outrora esqueléticas, agora estavam vestidas em tons de verde que pareciam ter sido pintados à mão por algum artista muito talentoso. Flores tímidas, como bailarinas recém-ensaiadas, floresciam nos canteiros das ruas, exibindo uma variedade de cores nesta cidade cinza.

Naquela tarde ensolarada, um calor tímido derretia os últimos resquícios de neve nos paralelepípedos desgastados pelo tempo.

Os nova-iorquinos saíam de seus casulos de inverno, deixando para trás casacos pesados e cachecóis nos armários, ansiosos para sentir o toque gentil do sol em sua pele.

Pela primeira vez desde o ano anterior, a cidade vibrava com a energia pulsante da primavera.