A luz do sol derramava-se através das cortinas de veludo da câmara de Anna, dourando o chão com uma luz dourada que não condizia com a inquietação em seu peito.
Ela não havia dormido.
Nem um momento de paz. Ela passou as horas entre a meia-noite e o amanhecer olhando para o dossel acima da cama, contando batidas do coração como se elas pudessem abafar a pergunta que queimava no fundo de seu cérebro:
Onde está o corpo de Rudy?
Ele estava lá. Pendurado perfeitamente. Um pequeno e arrumado suicídio.
Agora ele havia sumido.
Uma batida aguda soou na porta.
"Entre," disse Anna, mantendo a voz tão composta como sempre.
Duas de suas camareiras entraram cautelosamente—Sela, a mais velha, com tranças grisalhas e olhos afiados, e Mirra, a jovem inquieta que sempre parecia a um pedido de desculpas das lágrimas. Elas carregavam uma bandeja de prata e o vestido azul claro que Anna usara apenas uma vez antes.