Capítulo 20

Parte 1: Fuga

O grupo estava sentado em silêncio na sala de interrogatório, com os policiais de rosto sério à sua volta. O clima tenso, carregado de desconfiança, começou a mudar assim que o policial Higetsu, que havia liderado o interrogatório, entrou novamente na sala. Ele segurava um tablet, com a tela piscando em evidência. Os outros policiais se aproximaram para ver, e logo as imagens começaram a ser exibidas na tela.

As gravações das câmeras de segurança da cidade revelavam a batalha que havia ocorrido nas ruas de Shinjuku. O dragão, imenso e feroz, atacando a cidade sem piedade. Os jovens, com habilidades além do comum, lutando de maneira impressionante. As cenas eram nítidas, e os policiais observavam sem dizer uma palavra.

Higetsu olhou para o grupo, sua expressão mostrando um misto de surpresa e ceticismo vai em direção a sala de interrogatório.

Higetsu: Eu… Eu não esperava por isso. Então, vocês realmente têm esses poderes, é?

Sayuri, que estava atenta a cada movimento, sentiu algo estranho. Concentrou-se, fechando os olhos por um momento, e em seguida começou a ouvir os pensamentos do policial. Ele estava pensando em algo que não queria que ninguém soubesse. Uma ordem para ligar para os superiores, algo relacionado a manter os jovens sob custódia.

Sayuri: (pensando) Ele está pensando em chamar os superiores… Eles vão nos levar para um lugar onde nunca mais veremos a luz do dia.

Ela não hesitou e, com uma expressão séria, se aproximou de Soohyun, transmitindo o que havia descoberto através de sua conexão mental.

Sayuri: Soohyun… Não podemos confiar neles. O que eles estão planejando não é bom. Vamos ser levados para um lugar onde não podemos escapar que fica bem longe daqui.

Soohyun olhou para os outros, os olhos cheios de determinação.

Soohyun: Precisamos sair daqui antes que seja tarde demais. Akari, você sabe o que fazer.

Akari assentiu com confiança, seus olhos brilhando com a determinação de alguém que estava pronta para agir. Ela abaixou suas duas mãos no chão e concentrou sua magia, formando um círculo mágico no ar. O ar ao seu redor se distorceu, e uma fenda de luz apareceu, revelando o portal para o Reino dos Celestiais. Mas antes que pudessem entrar, a porta da sala se abriu bruscamente.

Dois homens, vestidos com uniformes escuros, entraram na sala com equipamentos de contenção. Eles dispararam projéteis de tranquilizantes, atingindo os seis antes que tivessem chance de reagir. O impacto foi imediato; seus corpos ficaram pesados e lentos, até que caíram, inconscientes, no chão.

Parte 2: No Sub-solo

Soohyun acordou em uma cama fria e dura, o cheiro de desinfetante no ar. Seu corpo ainda estava fraco dos efeitos do sedativo, mas a sensação de estar preso em um lugar desconhecido o fez se levantar rapidamente. Ele olhou ao redor, tentando entender onde estava. As paredes eram brancas e acolchoadas ao redor dele.

Com passos rápidos, ele se aproximou da porta batendo na superfície dura, gritando para que alguém o tirasse dali.

Soohyun: (gritando) Ei! Me tirem daqui! Eu preciso sair!

Do outro lado da porta, a única resposta foi o som de passos lentos, mas nenhum policial apareceu. Soohyun olhou para os outros em suas respectivas celas, todos aparentemente em estado de recuperação, mas ainda fora de combate.

Impacientemente, ele ficou ali, esperando por uma resposta que nunca veio. O que estava acontecendo? Eles haviam sido levados para um lugar tão distante que nenhuma ajuda parecia chegar. A única coisa que Soohyun sabia era que ele não poderia ficar ali para sempre.

Foi então que a porta da sua cela se abriu. Um homem com traje social entrou, o olhar frio e calculista. Ele se aproximou de Soohyun e sentou-se calmamente em uma cadeira próxima à cama do jovem.

Homem: Você deve estar se perguntando o que está acontecendo aqui. Meu nome é Toyotaro, e você e seus amigos estão aqui porque o governo está interessado em saber como vocês adquiriram esses poderes. Eles precisam de respostas.

Soohyun olhou para ele, o rosto sério e desafiador.

Soohyun: Eu vou sair daqui, de qualquer jeito. Não importa o que você faça.

Toyotaro sorriu de forma enigmática, sua expressão tranquila.

Toyotaro: Você pode tentar, mas isso não será fácil. As paredes dessa prisão são feitas de de concreto reforçado. Estamos a muitos metros abaixo do solo, mais precisamente nas montanhas mais altas do Japão. Ninguém vai vir te ajudar. Então, me diga, Soohyun, você vai cooperar, ou não? Porque, caso contrário, todos os seus amigos pagarão as consequências.

Soohyun, com a fúria tomando conta de seu corpo, não se intimidou. Ele sabia que tinha algo maior dentro de si, algo que poderia usar para escapar de qualquer prisão. Toyotaro se levantou e saiu, deixando Soohyun sozinho, com os pensamentos sobre o que fazer a seguir.

Soohyun sabia que a única maneira de sair de ali era usar ao máximo sua energia celestial para destruir a porta que o trancava. Ele fechou os olhos, concentrando-se, sentindo a energia dentro de si crescer até o ápice. Ele sabia que a fuga não seria fácil, mas estava determinado a fazer o que fosse necessário para libertar seus amigos.

A cela de Soohyun estava silenciosa, mas dentro dele, a energia celestial pulsava, mais forte do que nunca. Ele sentia a necessidade de agir, e com determinação, focou sua mente e corpo. Era hora de fazer o impossível. Ele estava ciente de que, para garantir a liberdade de seus amigos, precisaria ser mais rápido, mais forte, mais astuto do que qualquer um. E não era apenas a sua vida em jogo. Os amigos dele estavam lá, e ele nunca os deixaria para trás.

Soohyun fechou os olhos e, com um movimento quase imperceptível, começou a concentrar sua energia.

Com um movimento, Soohyun avançou até a porta da cela e a golpeou com a força do próprio corpo na porta, quando a porta caiu no chão Soohyun observou vários agentes armados em plataformas, ele sabia que aquele momento seria decisivo e, com a força de sua energia, correu com uma velocidade impossível. Ele não estava mais tocando o chão; seus pés se moviam em alta velocidade contra as paredes em espiral da prisão. Ele sabia que os agentes treinados não hesitariam em atirar, mas ele estava preparado para eles. Ele invocou Ryūjin, sua katana celestial, que brilhou intensamente enquanto ele a segurava. A lâmina parecia pulsar com a mesma energia de seu próprio ser. Ele corria numa velocidade gigantesca, cortando os corredores e destroçando qualquer um que ousasse cruzar seu caminho.

Os agentes, que estavam posicionados nos corredores, nem tiveram tempo de reagir. Um após o outro, eles eram derrubados com um único movimento. Soohyun não dava espaço para respiração, cada golpe, cada movimento fluía com uma precisão mortal. Cada ataque era mais rápido e letal que o anterior.

Quando chegou na sala onde seus amigos estavam, ele rapidamente foi até Sayuri, acordando-a com um toque suave, mas urgente.

Soohyun: Sayuri, acorda. Temos que sair daqui.

Sayuri, ainda atordoada, olhou para ele e viu a determinação em seus olhos. Ela sabia que não havia tempo a perder. Junto com os outros, ela se levantou, e Soohyun os conduziu com rapidez.

Enquanto isso, mais agentes estavam se aproximando rapidamente.

Soohyun sabia que eles não teriam tempo para escapar por completo se ficassem lutando. Ele rapidamente abriu a porta para um elevador que havia visto, empurrando os amigos para dentro.

Soohyun: Fiquem no elevador. Sayuri, acorde os outros e explique a situação. Eu vou dar cobertura!

Mas, ao olhar para a escada à sua frente, Soohyun sabia que não poderia apenas correr para a saída. A situação estava longe de terminar. Ele precisava manter os inimigos afastados do elevador. Ele então começou a subir as escadas, um inimigo atrás do outro, correndo em alta velocidade pelas paredes. Seus movimentos pareciam um turbilhão de luz, derrubando agentes como se fossem fantoches.

Quando chegou ao subsolo viu uma porta que parecia ser a saída, foi então que ele abriu a porta, foi enquanto que ele saiu e podia se ver que tudo ao seu redor estava coberto por neve, parecia que ele não estava mais em Shinjuku. Enquanto os seus amigos ainda não haviam chegado, ele foi surpreendido por uma nave do governo, a mesma que tentava rastrear e capturar os jovens. Soohyun sentiu a pressão aumentando enquanto a nave descia em sua direção a uma velocidade aterradora. Ele não hesitou e correu em direção à nave.

A nave estava armada, com várias submetralhadoras prontas para disparar, mas Soohyun estava em uma velocidade impossível. Ele correu, pulou e, com um golpe perfeito de sua Katana Ryūjin, cortou uma das asas da nave, fazendo-a perder altitude. Mas isso não foi o suficiente.

Soohyun girou no ar, saltando novamente com um grito de batalha, e usando sua espada com um golpe vertical que cortou a nave ao meio. O som do impacto foi ensurdecedor, e a nave explodiu em uma série de faíscas e fumaça. Mas Soohyun não parou. Ele estava focado em sua missão: garantir a segurança de seus amigos.

Foi então que ele correu até a base dos agentes em direção aos seus amigos, ele rapidamente tentou bolar um plano para tirar os seus amigos de lá, foi então que ele viu um veículo blindado e decidiu que iria colocá-los lá provisoriamente.

Soohyun: Unemiya, pisa fundo no acelerador!

Parte 3: O início do Fim

O grupo estava em um clima tenso dentro do carro, com os agentes da organização se aproximando cada vez mais. Soohyun, em alta velocidade, alcançou finalmente o carro dirigido por Unemiya. Ele olhou rapidamente para a irmã, Akari, que estava ao seu lado.

Soohyun: Akari, eu tenho uma ideia. Vamos despistar os agentes.

Akari, que estava concentrada no que acontecia ao redor, olhou para ele, pronta para agir.

Soohyun: Escuta, vocês vão seguir para aquele túnel. Eu vou ficar para trás para atrasar os agentes. Quando vocês chegarem lá, Akari, você invoca o portal e todos entram o mais rápido possível. Menos você, Akari, não entre ainda, me espere. Assim que eu chegar até você, pulo no portal e todos estaremos a salvo.

Akari acenou com a cabeça confirmando para Soohyun.

Unemiya, com as mãos firmes no volante, acelerou o carro, focado no caminho à frente. O túnel estava se aproximando rapidamente, mas o som dos carros da perseguição ainda ecoava ao longe. A tensão aumentava a cada segundo.

Enquanto o grupo avançava para o túnel, Soohyun se preparava mentalmente para o que viria. Ele olhou para os carros que se aproximavam e sabia que precisava de algo mais para ganhar tempo. Quando o carro de Unemiya entrou no túnel, Soohyun acelerou ainda mais, separando-se rapidamente do grupo e correndo em direção à parte da estrada onde os carros da organização se aproximavam.

A distância entre ele e os carros de perseguição diminuiu rapidamente, mas Soohyun sabia que precisava manter a calma. Ele usou sua velocidade para criar um emaranhado de movimentos rápidos, dificultando que os agentes o alcançassem com facilidade.

Dentro do túnel, o grupo estava pronto. Akari, com uma expressão de pura concentração, levantou as mãos e começou a invocar o portal, o ar ao seu redor distorcendo enquanto o círculo mágico se formava no chão assim fazendo uma fenda para que todos pudessem passar.

Sayuri: Rápido, Akari! Eles já estão se aproximando.

Akari: Tá tudo bem, Sayuri, vão logo!

Sayuri e os outros com confiança em Akari, assim entraram no portal com esperança em Soohyun.

Akari: Não vou conseguir segurar o portal por muito tempo, Soohyun!

O portal se fechava aos poucos. Soohyun, ainda correndo com tudo que podia, agora estava muito perto de Akari. Quando ele alcançou a borda do portal, ele olhou para ela em desespero.

Soohyun: Vamos!

Ele pulou, seguido rapidamente por Akari, que também entrou no portal antes que ele pudesse se fechar completamente.

No mesmo instante, os carros e as naves da perseguição se chocaram contra o túnel estreito que convergiu numa explosão

gigantesca.

Com o portal se fechando atrás deles, o grupo conseguiu escapar da organização, deixando os perseguidores para trás.

O grupo atravessou o portal e, em um instante, seus corpos foram lançados para fora, caindo no chão de maneira brusca, mas sem gravidade suficiente para causar ferimentos.

Soohyun: Tsc… Isso foi mais intenso do que eu esperava.

Soohyun se levantou rapidamente, seus olhos percorrendo o ambiente ao redor. O portão de uma casa familiar se erguia diante deles. Ele reconheceu o lugar no mesmo instante.

Sayuri: Agh… Onde estamos?

Sayuri tentou se apoiar nos braços para se levantar, seu corpo ainda sentindo os efeitos do teletransporte.

Akari: Haa… haa… O portal nos trouxe para cá… Eu escolhi a casa da mamãe…

Akari respirava pesadamente, seu corpo ainda sobrecarregado pelo uso excessivo de energia.

Unemiya: Hah… Por que eu sinto que fomos atropelados por um caminhão?

Unemiya passou a mão na cabeça, sentindo a leve tontura causada pela travessia dimensional.

Akira: Tsc… Para de reclamar, Unemiya. Pelo menos estamos vivos.

Akira se colocou de pé, ajudando Maki a se levantar logo em seguida.

Maki: Ai… O chão não podia ser um pouco mais macio?

Maki resmungou enquanto tirava a poeira das roupas.

Soohyun virou-se para a casa à sua frente. Ele conhecia bem aquele lugar. Era a casa de Minji Park. A casa de sua mãe.

No instante em que Soohyun vai em direção ao portão, ele é teletransportado instantaneamente.

O grupo ficou em silêncio por um momento, assustado com o que acabara de acontecer. Sayuri foi a primeira a quebrar o silêncio, com uma expressão de preocupação.

Sayuri: O que foi isso? Pra onde ele foi?!

Akari, ainda com os olhos fixos no lugar onde Soohyun estava, respirou fundo, tentando se acalmar antes de falar.

Akari: Ele... Ele foi para o Reino dos Celestiais. O meu pai... O Locart, ele deve ter teletransportado Soohyun.

Todos ficaram em choque com a revelação. Unemiya parecia ainda mais confuso, sem saber o que estava acontecendo, enquanto Maki e Akira trocavam olhares apreensivos. Sayuri, ainda com a mente cheia de perguntas, olhou para Akari, com uma expressão preocupada.

Sayuri: Mas... Por que ele faria isso? Soohyun e Locart brigaram, e Soohyun estava com raiva dele. Por que ele pediria para Soohyun ir para lá assim, de repente?

Akari olhou para o chão, tentando processar a situação, antes de dar sua resposta.

Akari: Eu não sei, Sayuri... Mas, se não fosse algo importante, ele não teria feito isso, não sem motivo. Ele provavelmente tem algo urgente para dizer a Soohyun.

Sayuri, sem saber mais o que dizer, olhou para os outros, que estavam todos igualmente confusos e apreensivos.

Akari: Vamos, precisamos ir até a casa da minha mãe. Não sabemos quanto tempo Soohyun vai ficar lá, mas se Locart o teletransportou, é porque algo sério está acontecendo.

Com isso, Akari começou a caminhar em direção à casa de Minji Park, os outros a seguindo, cada um com seus pensamentos e incertezas.

Soohyun: gritando Porque você me trouxe pra cá?! Não já era o suficiente você mentir pra mim e agora me traz aqui pra me fazer olhar pra essa tua cara desagradável?!

Locart estava em sua forma humana, os olhos fixos em Soohyun, uma expressão calma, quase serena, como se o jovem não fosse uma ameaça para ele.

Locart: Ikaris está chegando.

Soohyun: O quê? Isso é mentira! Você tá mentindo pra mim, não tem como Ikaris estar vindo.

Locart: Eu não estou mentindo. Eu sei que você não quer ouvir isso e está no seu total direito, mas mesmo que tenhamos nossas diferenças, você precisa deixar isso de lado e me ouvir.

Soohyun, ainda em pé, respirando pesado, sentia a raiva consumi-lo, mas, no fundo, havia algo que o fazia hesitar. Nunca tinha enfrentado alguém do nível de Locart, muito menos a ameaça de Ikaris. Ele sabia que precisava ser inteligente e, por mais que a ira o consumisse, ele precisava ouvir o que Locart tinha a dizer.

Soohyun: Eu vou ouvir, por enquanto. Mas não pense que vou confiar em você.

Locart: Você está longe de estar preparado, Soohyun. Ikaris... ele é poderoso, muito mais do que você imagina. Você não está nem perto de 20% do poder dele.

Soohyun se calou por um momento. O peso das palavras de Locart caiu sobre ele como uma pedra. Ele sabia que não estava nem perto de estar pronto para lutar contra alguém como Ikaris, mas o que ele poderia fazer? Fechar os olhos para a realidade não faria a ameaça desaparecer.

Soohyun: com voz mais baixa, mas ainda firme Então o que eu preciso fazer? O que preciso pra ficar forte o suficiente pra enfrentar ele?

Locart olhou para Soohyun por um instante, como se avaliasse o jovem antes de responder.

Locart: Você precisa treinar, Soohyun. Seu poder ainda está subdesenvolvido. Você precisa aprender a lutar melhor, aprimorar seus poderes aí máximo. Somente então você será capaz de enfrentar Ikaris.

Soohyun: E como eu faço isso? Onde eu treino?

Locart: Eu vou te guiar. Mas primeiro, você tem que deixar de lado seu orgulho e aceitar que não pode enfrentar isso sozinho. Ikaris não vai esperar por você se preparar. A hora de agir está chegando.

Soohyun olhou para o chão, absorvendo as palavras de Locart. Ele nunca tinha sido alguém que gostava de pedir ajuda ou aceitar que precisava de treinamento, mas, nesse momento, ele sabia que não tinha escolha.

Soohyun: Eu vou fazer o que for necessário, independente do quão lixo você foi comigo, com a Akari e com a minha mãe.

Locart assentiu, Soohyun sabia que o que estava por vir não seria fácil, mas ele não tinha outra opção. Ele não podia deixar Ikaris destruir tudo o que ele se importava e amava.

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Fim do capítulo 20