E ainda assim, ele estava vivo. Ainda resistindo. Mas para quê?
Seria a esperança tênue de escapar? A sede de vingança? Ou simplesmente a recusa primal e instintiva de morrer? Ele já não sabia mais.
Tudo que ele sabia era que a dor era insuportável.
E ele queria sair dali.
Foi então que Leo chegou. Seus elegantes sapatos de couro preto pararam a apenas um passo do homem acorrentado na parede. O prisioneiro, com as pálpebras pesadas quase levantando, percebeu os sapatos pretos polidos através de sua visão turva e enevoada pela dor.
Aqueles não eram as botas ensanguentadas de seu torturador.
Por alguma razão—talvez desespero, talvez pura ilusão—ele sentiu um lampejo de esperança. Um fio de crença de que o homem parado diante dele poderia ser sua saída daquele inferno.