1 Capítulo Prólogo

Parte 0: Prólogo

A história começa com uma linda dragoa de olhos brilhantes. Ela admirava seus ovos, contando os minutos para eles eclodirem. Observava cada um dos oito ovos, ansiosa, imaginando quando começariam a chocar. Durante esse tempo, era alimentada pelo seu marido, um dos Guardiões, chamado Barus, o protetor do octogésimo andar. Sua casa era escondida, bem protegida e muito confortável — ao menos, era o que o casal pensava.

Então, inesperadamente, os ovos começaram a chocar! Irla, emocionada, chama o marido usando a Joia da Alma:

{Irla: Barus, os ovos estão chocando! Venha o mais rápido possível!}

Assim que Barus ouve a mensagem, ele tranca a porta do andar e chama Sozay, o sub-guardião e seu melhor amigo. Ele pede para Sozay proteger o andar enquanto ele ia ver o nascimento de seus filhos.

"Vai logo, pode confiar em mim!", diz Sozay.

Barus então corre, atravessa as colunas da masmorra e salta em direção à sua caverna, rasgando o vento com sua poderosa aura negra. Ao chegar, avista Irla e pergunta:

"O que eu perdi?"

"Não se preocupe, você chegou a tempo", responde Irla, sorrindo.

Combinam então: Barus escolheria o nome dos machos, e Irla, o das fêmeas.

O primeiro ovo se quebra: era um macho. Barus sorri e diz:

"Seu nome será Garzu."

Ele observa o filhote e pensa:

"Ele nasceu bem, mas parece ser um dragão comum."

Logo o segundo ovo se quebra. Irla se emociona:

"É uma menina!"

Barus a observa e percebe algo diferente:

"Ela não é comum. É forte, nutrida… Ela levará o nome do nosso clã adiante."

Ele se prepara para sugerir um nome, mas Irla o interrompe:

"Shhh! O trato foi eu escolher os nomes das fêmeas. Ela se chamará Nila, a primogênita das irmãs, se tivermos outras."

Barus apenas concorda.

O terceiro ovo se choca: outro macho. Com orgulho, Barus declara:

"Seu nome será Diorio, pois seu olhar fará muitos tremerem!"

Irla ri:

"O tempo passa e você não muda..."

Eles trocam um beijo carinhoso. Em seguida, o quarto ovo se quebra: mais um menino. Barus vibra:

"MAIS UM! HEHEHE!"

Irla sorri e o lembra:

"Ainda faltam quatro ovos, querido."

Barus olha para o novo filhote, que o impressiona de forma especial:

"Este se chamará Dairus, herdando o nome do meu tataravô, o Guardião mais forte do 80º andar."

Irla, com um olhar calmo, diz:

"Não devemos ter filhos preferidos. Todos são importantes, meu amor."

Barus apenas responde:

"Sempre temos um preferido…"

Irla apenas balança a cabeça, resignada.

De repente, três ovos se chocam ao mesmo tempo: três meninas!

Irla se emociona e decide:

"Se chamarão Nuna, Tayla e Lua — esta última, com escamas tão brancas quanto a luz da lua."

O último ovo, então, se quebra. Ambos se entreolham. O que veem os deixa em choque: um filhote negro, fraco e raquítico.

Barus, tomado pela raiva, grita:

"Ele nasceu para humilhar nosso clã! É a vergonha da nossa linhagem!"

Se recusa a nomeá-lo. Irla, com tristeza, responde:

"Se você não o nomear, eu o farei."

Ela olha com carinho para o pequeno dragão:

"Meu filho, você sofrerá, mas será respeitado. Carregará o peso de ser o mais fraco e o mais forte. Seu nome será Yuri, em homenagem ao grande líder dos dragões brancos."

Barus ri com desprezo:

"Hahaha! Como ousa nomeá-lo assim? Vai desgraçar nossa honra!"

Dá as costas para a mulher e o filho, rejeitando-os.

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Parte 1: Lembrança

Yuta acorda totalmente desanimado. Era um garoto que sofria bullying constantemente. Com medo de ir para a escola, ele se vira para o lado, tentando fingir que ainda dormia. Sua mãe bate na porta:

"Acorda, filho! Hoje tem aula, o que está esperando?"

"Eu não quero ir...", responde ele, com tristeza.

A mãe se irrita:

"Por que não quer ir? Quer viver mal no futuro, sem trabalho, sem família?"

Yuta suspira:

"Claro que não, mãe... só não estou me sentindo bem."

Desconfiada, a mãe coloca a mão em sua testa:

"Está mentindo. Vai pra escola, sim."

Yuta abaixa a cabeça, resignado, e começa a separar suas roupas. A mãe, já descendo para preparar o café, ainda lhe diz:

"Te espero lá embaixo."

Enquanto se arruma, Yuta pensa:

"Não tive coragem de contar o que realmente acontece... Desde quando isso começou? Eu me lembro. Foi no primeiro dia de aula."

Naquele dia, ele chegou animado. O professor o apresentou à turma. Ele se sentou sozinho. Minutos depois, uma garota linda entrou atrasada e sorriu para ele.

Uma colega se aproximou e alertou:

"Não chegue perto dela. Considere isso um aviso de amiga."

Curioso, Yuta perguntou:

"Qual seu nome?"

"Sakura."

Confiando nela, Yuta se afastou da garota perigosa — Akemi, como viria a descobrir depois. Apesar de tudo, ele focou nos estudos e logo se destacou como o melhor aluno da sala.

Algum tempo depois, Akemi pediu ajuda para estudar. Yuta, inocente, aceitou. Passaram dois meses estudando juntos. Com o tempo, Akemi foi seduzindo Yuta, que acabou se apaixonando.

Após ela melhorar suas notas, Akemi o convidou para uma festa. Lá, Yuta finalmente se declarou. Mas, para seu choque, o namorado dela — um sujeito enorme — apareceu e zombou dele.

"Ele tá se declarando? Kkkkk!", riu o tal Kaito.

A dor só aumentou quando Akemi debochou:

"Você achou mesmo que eu gostava de você?"

"Você me usou!", Yuta gritou.

"Eu nunca disse que gostava de você, só pedi ajuda."

Kaito, então, o agrediu brutalmente, enquanto ela ria. Desde então, Kaito e seus amigos o perseguiam, batendo nele sempre que podiam.

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O Encarnado

Voltando ao presente, Yuta termina de se arrumar e desce para tomar café. Após se alimentar e dar um beijo em sua mãe, ele sai para a escola, escolhendo um caminho diferente para tentar evitar Kaito.

Porém, ao atravessar um beco, escuta passos fortes. Quando se vira, já é atingido:

"PAAH!" — uma madeirada no rosto.

Era Kaito, acompanhado de vários amigos.

Pela primeira vez, Yuta implora:

"Não! Por favor, pare!"

Mas isso só alimenta ainda mais a violência de Kaito.

"Seu moleque de merda!", grita o agressor.

Yuta pensava, desesperado:

"Por que isso? Só porque sou gordo e fraco? Eles se aproveitam disso para me agredir..."

A surra foi brutal. Seus gritos ecoavam pelo beco vazio. Quando finalmente cansaram, Kaito disse:

"Já me diverti o suficiente."

Yuta, ferido e exausto, tenta caminhar até a escola. Mas, quando está prestes a atravessar a rua, uma explosão acontece.

Em meio ao caos, apenas um pensamento atravessa sua mente:

"É assim que vou morrer? Depois de tudo? Eu só queria uma chance... uma chance de ser mais forte... de honrar meu nome!"