Luna saiu da sala do diretor com a cabeça fervilhando de perguntas. O que exatamente era essa "Ordem"? Por que tinham tanto interesse nela? E por que Lucas parecia estar no controle de tudo? Enquanto caminhava pelos corredores do colégio, sentiu o peso de uma decisão que não queria tomar.
— Ah, a Sofia está me esperar na biblioteca, preciso me apressar. — Disse ela, após lembrar que Sofia estava lhe esperar na biblioteca.
Ao chegar à biblioteca, seu refúgio habitual, Luna tentou se concentrar nos estudos, mas as palavras no livro não faziam sentido. Tudo o que conseguia pensar era na escolha que Lucas e o diretor lhe haviam apresentado. Se aceitasse, ela estaria se jogando no desconhecido, correndo riscos que nem sabia ao certo quais eram. Se recusasse, sabia que as coisas não terminariam por ali. Lucas não parecia ser do tipo que aceitava um "não" como resposta.
— Essa não. — Disse Sofia ao notar que Luna estava sempre pensativa. — Independentemente do que você ouviu, mas agora precisas se concentrar nos estudos, pois que, em breve começaremos com os exames.
Ela suspirou e se afundou na cadeira. — Vou tentar, mas acho que não vou conseguir.
O que ela deveria fazer?
— Pensando na nossa conversa? — a voz de Lucas a tirou de seus pensamentos.
Luna levantou os olhos e o viu encostado na estante, com aquele sorriso enigmático que já começava a irritá-la. Ele era como uma sombra, sempre aparecendo nos momentos em que ela mais precisava de espaço.
Lucas ao notar que Luna estava com Sofia, mostrou um olhar macabro para Sofia, querendo dizer, se contar sobre a Ordem, ele fará algo pior do que já fez na vida dos pais dela. Mas Luna notou aquele olhar do Lucas para Sofia, e notou que o rosto da Sofia mudou para um rosto meio pálido.
" Será o que ele deve ter feito pra ela ou pra família dela? ". — Luna pensava.
— Você está me perseguindo? — Luna perguntou, sem esconder a irritação.
— Apenas cuidando para que você tome a decisão certa — ele respondeu, sentando-se à sua frente sem ser convidado. — Nós temos mais em comum do que você pensa, Luna.
Ela franziu a testa, cética.
— E o que exatamente temos em comum?
Lucas se inclinou para frente, aproximando o rosto do dela. Seus olhos escuros pareciam hipnotizá-la por um momento.
— Você não é como os outros aqui. Sempre à margem, observando. Mas há algo mais em você, algo que até agora você tem medo de reconhecer.
Luna ficou em silêncio. Havia algo naquelas palavras que tocava uma verdade que ela evitava confrontar. Desde que se entendia por gente, sempre sentiu que não se encaixava totalmente, como se estivesse apenas esperando algo grande acontecer. E agora, aquilo que ela sempre temeu parecia estar se desenrolando diante dela.
— O que você sabe sobre mim? — ela perguntou, tentando soar confiante, mas sua voz traiu uma leve insegurança.
— O suficiente para saber que você é a pessoa certa para estar ao meu lado — Lucas disse, com um tom de certeza que a deixou desconfortável. — Mas, se você realmente quiser respostas, terá que se juntar a nós.
A tentação de aceitar a oferta crescia. Luna sabia que não podia mais ignorar o que estava acontecendo ao seu redor. No entanto, uma parte de si ainda lembrava das palavras da Sofia antes de ir à sala do diretor, por isso, resistia à ideia de se envolver com algo que claramente estava cercado de manipulações e segredos obscuros.
— O que acontece se eu recusar? — Luna perguntou, tentando sondar as consequências.
Lucas sorriu, mas dessa vez o sorriso era frio.
— Se você recusar, não vou te machucar. Mas o que você não sabe pode te destruir de maneiras que nem imagina. O que você acha que acontece com as pessoas que não jogam conforme as regras?
Ouvindo essas palavras, Sofia lembrou o do último dia em que havia conversado com Lucas após a sua rejeição. Sofia respirou fundo ouvindo aquelas palavras.
O silêncio entre eles se intensificou. Luna podia sentir o peso da ameaça nas palavras de Lucas, embora ele falasse calmamente, sem levantar a voz. Ela estava numa encruzilhada: ou aceitava se juntar à Ordem e descobrir a verdade, ou viraria um alvo por saber demais.
— Me dê um tempo para pensar — disse Luna, tentando ganhar mais espaço.
Lucas olhou para ela, avaliando suas palavras. Então, levantou-se.
— Você tem até amanhã — disse ele. — Não demore muito para tomar sua decisão.
Quando ele saiu, Sofia e Luna sentiram um alívio imediato de estarem alí sem ele, mas a pressão ainda a sufocava. Amanhã, teria que decidir seu futuro.
— Ficamos quase 1h e não conseguimos de estudar nada. — Disse Sofia com uma cara brava. — Levanta, temos que ir Luna...