"Senhora, por favor, não desanime tanto. Sua situação não é tão grave. A capacidade de conceber está intimamente relacionada ao estado emocional. Mantenha uma atitude positiva e coopere com o tratamento. Acredito que você terá um bebê saudável."
Era a temporada mais quente em LA, mas Emily Carter, recém-saída do hospital, sentia-se envolvida em um frio como se uma brisa gelada tivesse passado por ela, fazendo seu corpo estremecer incontrolavelmente.
A sogra dela, Carol, estava na entrada do hospital, agarrou a mão de Emily assim que a viu e arrancou o relatório de saúde dela, murmurando sem parar: "Deixe-me ver. Como alguém pode ser casada por tantos anos sem ter um filho?"
Emily instintivamente tentou arrancar o relatório de volta.
Mas Carol a empurrou, desconsiderando o rosto pálido de Emily, e abriu o relatório ali mesmo na rua.
Emily cambaleou para trás, quase caindo. O estresse recente tinha cobrado seu preço, e ela percebeu que não bebia água há muito tempo. O sol escaldante do verão a fez sentir-se tonta por um momento.
Carol continuava murmurando, mas Emily não conseguia ouvir por um momento.
"Olha só! Este é o seu problema! Você simplesmente não pode conceber," Carol gritou, puxando Emily de volta da tontura.
"Eu..." Emily se sentiu muito fraca para discutir com ela. Ela só queria ir para casa.
Carol franziu a testa ao ver as palavras "trompas de Falópio bloqueadas" no relatório, seu rosto escurecendo como se ela tivesse acabado de voltar do inferno.
"O que mais você tem a dizer? O diagnóstico do hospital te dá menos de 20% de chance de engravidar!" A raiva de Carol crescia.
Emily balançou a cabeça, tentando clarear a mente. Ela sabia que Carol sempre a desgostara, pois ela havia se casado com Nathan há quatro anos sem engravidar. Não, Carol a desgostava desde o primeiro dia em que se casou com Nathan.
Pessoas passando ouviram a voz de Carol e olharam para elas. Emily se sentiu como um palhaço.
Nathan Reed era o único herdeiro da famosa família Reed em LA. Emily entendia o desejo de Carol por um garoto para herdar a fortuna da família, e uma vez que seu casamento não era baseado no amor, ela vinha suportando silenciosamente.
"Carol," Emily tentou manter a paciência, "vamos para casa primeiro."
"Aquela é a mansão da família Reed, não a sua casa. Entenda isso direito! Você não merece!"
Emily franziu a testa. "De qualquer forma, Nathan e eu somos casados legalmente. Você não pode mudar esse fato..."
"Não posso mudar? É melhor você se divorciar de Nathan agora mesmo! Não pense que não sei o que você está planejando. Deixe-me dizer, você não vai tirar nada da fortuna de nossa família!"
Cada vez mais pessoas se reuniram ao redor, e o tempo escaldante e olhares afiados ao redor a fizeram se sentir cada vez mais envergonhada.
Emily respirou fundo, sentindo-se desesperada e impotente.
Se ela soubesse que seria assim, talvez não tivesse concordado em se casar com Nathan desde o início.
Ela era apenas uma garota comum, originalmente sem chance de conhecer um bilionário como Nathan. Mas o avô de Emily e o avô de Nathan eram amigos, e seu avô até salvou o avô de Nathan. Depois, a família de Emily declinou, e Emily só podia viver nos cortiços. Para cuidar da pobre Emily, o avô de Nathan pediu a Nathan que se casasse com ela antes de morrer.
Nathan inicialmente relutava. Que solteiro elegível casaria com uma garota comum como Emily? Mas vendo seu avô fraco no hospital, ele concordou.
Este ano marcava o quarto ano de casamento deles. Nesses quatro anos, Nathan não a havia maltratado, mas também não havia sido muito entusiasmado. Sua relação era apenas um pouco melhor do que a de estranhos, e nem sequer poderia ser considerada amizade. O círculo de amigos de Nathan era completamente diferente do dela, e ela não esperava que Nathan a entendesse ou resistisse a Carol por ela. Ela apenas não esperava que esse casamento acabasse em um impasse tão grande.
"Carol, nosso casamento foi decidido por nossos avôs..."
"Ele está morto, não está? Emily, você acha que pode ser a Senhora Reed para sempre?"
O tom de Carol se tornou mais alto. Justamente quando Emily pensou que Carol estava prestes a iniciar outro ciclo de reprimenda, Carol de repente colocou um sorriso no rosto e apontou para um casal abraçado não muito longe, dizendo a ela: "Viu aquilo? Alguém está dando à luz um herdeiro para nossa família. Sugiro que você desista rapidamente da posição de Senhora Reed. Alguém mais é mais adequada que você."
Seguindo o gesto de Carol, o olhar de Emily caiu em seu marido Nathan, que estava segurando ternamente uma mulher grávida com uma barriga levemente saliente em seus braços, baixando a cabeça afetuosamente. A mulher sussurrava algo em seu ouvido, e Nathan sorria gentilmente, beijando a testa dela.
Ela nunca havia visto Nathan sorrir tão ternamente para si mesma.
O olhar dela caiu na mulher grávida nos braços de Nathan, e uma estranha sensação de familiaridade a envolveu.
A mulher grávida não era estranha; era sua prima, Sophia.
Choque, raiva, incredulidade. Várias emoções inundaram sua mente, e Emily quase não conseguia acreditar no que via.
Sophia notou o olhar dela e, caminhando lentamente até Emily, acariciando a barriga, disse feliz: "Emily, minha prima, estou grávida do filho de Nathan. Acabamos de fazer um exame e o médico disse que o bebê está muito saudável. Adivinha se é menino ou menina?"
Emily olhou para a barriga já prenha, tremendo, incapaz de falar palavras completas. "Como você pôde... Ele é seu cunhado! Como pôde fazer isso comigo? Como pôde seduzir seu próprio cunhado?"
Emily instintivamente levantou a mão para dar um tapa nela, mas sua mão foi agarrada no ar.
Nathan, com um rosto severo, segurou sua mão e a empurrou com força. Avançando, ele protegeu Sophia atrás dele e disse em voz baixa: "Emily, você viu. Vamos nos divorciar."
Emily fechou os olhos, sobrecarregada pelo esgotamento e pela impotência. "Quando vocês dois se juntaram? Como sua esposa, ainda tenho o direito de saber."
"Você ousa perguntar? Deixe-me dizer, Emily, você não tem direito de interferir nos assuntos de nossa família, nem no Nathan!" Carol estava extremamente arrogante naquele momento.
Emily sentiu-se sufocada e gemeu baixinho: "Eu sou a esposa de Nathan. Meu marido traiu, e eu tenho o direito de saber, não tenho?"
"Você, com seu passado vivendo na favela, ousa pensar que pode ser a esposa da família Reed? O avô de Nathan estava confuso, mas eu não estou!"
Mais e mais pessoas se reuniam ao redor, como se assistissem a um verdadeiro espetáculo de drama.
Ela nunca imaginou que um dia seria a protagonista de tal farsa.
Sophia parecia culpada, encostada docemente no peito de Nathan, dizia baixinho: "Carol, não culpe Emily. É minha culpa. Eu... Eu apenas amo muito Nathan."
Carol pegou a mão de Sophia e sorriu: "Sophia, você é diferente dela. Você é culta e agora está carregando o herdeiro da família Reed. Você é minha nora reconhecida."
Emily fechou os olhos, esperando que isso fosse apenas uma alucinação provocada pelo esgotamento.
"Sophia, sempre cuidei de você. Desde que você veio para esta cidade para estudar na universidade, eu a tratei como família! Eu ajudei você a entrar na empresa de Nathan." Emily não conseguia mais controlar suas lágrimas. "Como você pôde fazer isso comigo?"
"Emily," Nathan falou, avançando e protegendo Sophia atrás dele com uma postura firme, "Sophia agora é minha mulher. Se você está com raiva, você pode falar comigo sobre isso."
Raiva?
Que raiva ela poderia ter?
Durante quatro anos, ela suportou todas as injustiças sozinha, transformando toda a sua raiva em agradar. Ela tinha se esforçado muito para construir um bom relacionamento com Nathan e Carol, até mesmo tratando bem a empregada. O que mais ela poderia dizer agora?
No início, ela estava animada para se casar com Nathan. Ela gostava dele. Ela queria ser uma boa esposa, cuidar do marido e ter um filho fofo. O que havia de errado com isso?
Ela não tinha parentes. Ela pensou que tinha ganhado novos membros da família depois de se casar, mas seu casamento foi arruinado pela prima.
Seu coração parecia estar sendo rasgado por uma mão invisível, fazendo com que ela não pudesse se manter em pé direito de tanta dor.
"Vá para casa. Não faça papel de palhaça na rua", Nathan, um famoso bilionário em LA, não queria ser reconhecido na rua pelos outros.
Mas quando a mão de Emily agarrou a maçaneta da porta do carro, Nathan disse: "Pegue um táxi, não pegue este carro. Sophia sentará neste carro."
Era um carro com quatro lugares. Ele dirigia, Carol sentava no banco do passageiro, e Sophia sentava sozinha no banco de trás, pedindo desculpas com um sorriso: "Desculpe, Emily. Nathan só está muito preocupado com esta criança..."
Ela sorriu amargamente e fechou a porta do carro.
A raiz de tudo isso era porque ela não podia ter um filho.
Nathan partiu em um Bugatti preto, deixando-a sozinha em pé na entrada do hospital, apontada e falada pelos transeuntes.
Ela era a esposa nominal de Nathan, mas também um membro da família não reconhecido pela família Reed.