*Lena*
Ele estava certo em não se despedir.
Nem sequer percebi quando ele partiu, e acordei por volta do meio-dia com o som da chuva batendo contra o topo da tenda. Gotas de água percorriam o teto, canalizando-se no centro e escorrendo por um dos postes centrais que sustentavam o teto, acumulando-se em poças no chão.
De repente, a cama parecia grande demais para uma pessoa, as bordas frias ao toque.
Ele já deveria estar perto das Ilhas.
Obriguei-me a levantar e a vestir-me, a esguichar água fria no rosto e a trançar meu cabelo para trás. Queria nada mais do que me encolher na cama e chorar, mas minhas lágrimas eram inúteis. Ele cumpriria sua palavra; ele sempre cumpria.
Minha mandíbula ainda doía da mordida que eu tinha cravado em seu peito. Poderia ser apenas coisa da minha cabeça, mas eu jurava que ainda conseguia sentir o gosto do sangue dele na minha língua.