A menina andava pelo quintal e descia o caminho da frente, completamente desprovida de medo dos corpos mortos e dos corvos famintos.
Mila e eu a seguimos de perto.
Eu podia ver os olhos da menininha vidrados, andando pelo caminho como um pequeno zumbi. Ela estava absorta, provavelmente totalmente alheia ao seu entorno.
Seguimos a jovem Mila até a cidade ao pé da colina. À nossa direita, a floresta ainda queimava, mas o incêndio estava mais distante, como se estivesse queimando há dias e já tivesse carbonizado tudo perto da cidade.
A jovem Mila continuava a caminhar pelas ruas.
Corpos cobriam as calçadas, drapados sobre varandas e escadas, as casas todas queimadas e desmoronadas.
O único som era o de madeira rangendo e corvos cacarejando enquanto se banqueteavam com os corpos.
Pelo cheiro, eu sabia que estavam mortos há vários dias. Percebi que muitos deles haviam sido movidos e suspeitei que também tivessem sido roubados e revistados, assim como os corpos na mansão.