Brandt não parou de correr, nem por um instante, até chegarmos na vila de Jared. A Floresta Escura passou por nós em um borrão de sombras e chuva. Talvez ele sentisse o mesmo peso esmagador que eu sentia enquanto as árvores sussurravam e chacoalhavam, talvez ele visse as mesmas sombras que permaneciam na escuridão, pequenos pontos de luz dançando contra os troncos das árvores, como estrelas… ou olhos.
Nunca estávamos sozinhos na Floresta Escura. Qualquer que fosse a presença que estivesse lá conosco obviamente não achou que valéssemos a perseguição. Talvez aquelas entidades indescritíveis, que chamavam a floresta de lar, sentissem que estávamos apressados–quebrados, cansados e com medo–e nos deixaram em paz.
Eu estava grata por isso e mais do que grata por ouvir o som de sinos de vento tilintando na chuva de primavera enquanto rompíamos as árvores perto da cabana da Curandeira, com a vila surgindo à distância.
Lar–senti isso com uma certeza esmagadora.