Hades
Caminhei pelo caos, o corpo mole de Eve jogado sobre meu ombro. Os limpadores já haviam sido chamados, os reparos em andamento enquanto eu atravessava a multidão que assistia—os habitantes da Torre Obsidiana.
Ninguém falou. O único som era o dos meus próprios passos ecoando contra o mármore e o metal, um ritmo lento e deliberado de julgamento. Kael era uma sombra silenciosa logo atrás de mim. Os Montegues o seguiam, o silêncio deles carregado de apreensão. Nenhum deles ousou falar.
Apesar da fachada fria estampada no meu rosto, meu interior era diferente.
Dor.
Angústia.
E uma raiva imensurável que parecia ferro fundido queimando minhas entranhas.
Eu deveria sentir alívio. Eu deveria me sentir vitorioso.
Mas ao invés disso—
Eu me sentia vazio.
Cada passo em direção ao andar mais alto era um compasso em uma marcha fúnebre, e eu não tinha certeza se era por ela ou pela parte de mim que ela havia levado sem permissão.
Eu não deveria tê-la segurado.