Dois dias após a morte da Marília, os seus familiares ainda estavam muito tristes. John pai de Marilia se culpava pela morte de sua filha e se perguntava como encarar sua mulher quando ela chegasse de sua viagem. O dia todo John ficava olhando para o retrato da sua filha, chorava, chorava até que a sua mente cansasse e acabasse por cair no sono.
Jin que também não estava conformado com a morte de sua melhor amiga, pelas 8h da manhã se despediu de sua mãe segurou sua capa e cobriu seu rosto e caminhou até a vila para ver o John, Ana achou que seu filho queria sair para se destrair e por conta disso não lhe disse que ela e Stiven também iam ver o John.
chegando na vila encontrou-se com o velho Wen Long.
—Ei Jin, Jin para onde você vai?—questionou Wen Long.
Jin olhou para Wen Long e disse:
—Ah! Me desculpe velho Long, é que ando meio distraído esses dias—disse Jin com o rosto virado para baixo.
—Eu te entendo meu rapaz, desde a morte da Marília as coisas aqui já não são as mesmas, aquela garota era um prodígio e todos tínhamos fé de que ela seria a primeira pessoa da nossa pequena cidade a ser uma guardiã do império—Lamentou Wen Long.
—Isto afetou muito todos nós, neste momento estou a ir ver o tio John, ontem ele não apareceu em minha casa por isso eu e minha mãe ficamos preocupados—disse Jin
Wen Long respirou fundo e disse:
—O John foi o mais afetado entre todos nós, ontem ele comprou muitas garrafas de bebidas alcoólicas e trancou-se em casa, ele recusa nossa ajuda e expulsa todo mundo que tenta ajudar.
—Bem, eu vou ver como ele está—disse Jin indo embora.
A medida que Jin caminhava as pessoas da vila olhavam para ele e diziam:
—Este não é aquele menino filho da Ana que ninguém vê o seu rosto?
—Sim é mesmo ele, vocês sabem o porquê que ele esta sempre tampando o rosto?
—Não sei, talvez seja muito feio.
Todos ficaram rindo dele, Jin ouviu tudo mas como sempre não ligou e continuou sua caminhada. Após caminhar durante uns minutos ele chega em casa do John e vê os vidros das janelas partidos, ficou preocupado e aproximou-se rapidamente espreitou pela janela e viu a casa totalmente destruída por dentro e o John deitado no chão, varias garrafas de cervejas estavam pela casa. Jin decidiu não incomodar e continuou caminhando até o lugar onde sempre ia com a Marília, chegado lá ele se sentou a beira do rio colocou os pés dentro da água e ficou imaginando uma conversa que teve com a Marília, no mesmo local onde ele estava no momento.
—Ei Jin, você já pensou o quanto esse mundo é lindo?—questionou Marilia.
—Sim, mas a gente nunca sai dessa vila, mas quando eu crescer prometo pra você que vou te levar pra viajarmos pelo mundo—disse o Jin
Marília ficou espantada e disse:
—Sério?
—Sim muito sério—respondeu o Jin.
De repente Marília ficou triste e questionou:
—E se o mundo acabar, e se aparecer um louco como a há 300 anos e querer destruir o mundo?
—Se isto acontecer eles vão sentir minha ira, eu nunca vou permitir que alguém destrua algo que tu amas—respondeu Jin.
—Você promete?—questionou Marilia encarando o Jin nos olhos.
—Sim, eu prometo, não importa o que aconteça eu sempre vou proteger esse mundo.
Marília sentiu um alívio ao ouvir aquelas palavras vindo da boca do Jin e o abraçou.
Após imaginar aquilo, Jin voltou em si com os olhos cheios de lagrimas e disse para si mesmo:
—Eu vou cumprir minha promessa custe o que custar.
Enquanto Jin estava na floresta, pelos portões da cidade entrou uma bela mulher com cabelos pretos e longos assim como o de Marília, vestindo um quimono branco com pétalas rosas, curto e apertado com uma racha na parte lateral esquerda da perna deixando sua linda coxa a mostra.
Ela era a mulher do John e mãe de Marilia, seu nome é Marinela e acabava de chegar na cidade de Arcádia, ela havia saído numa demanda para descobrir mais sobre seu clã.
O clã do Som, um clã cujos poderes se baseavam no Som. Isso explica os poderes da Marilia.
Marinela mal chegou a cidade, meteu-se logo em direção a sua casa ela estava entusiasmada para ver sua família novamente após ter passado dois anos.
Marinela chegou finalmente na sua vizinhança e saudava todos com um sorriso no rosto, mas as pessoas respondiam ela com tristeza, vendo aquilo ela logo percebeu que algo se passava. Mas alguns se surpreenderam por notar que seu nível estava muito mais alto do que quando estava na vila. Em apenas dois anos seu nível subiu de 25 para 40, ela havia se tornado numa anciã espiritual.
Marinela continuou andando e ao chagar em casa seu corpo meio que congelou, ficou parada por um momento e seu coração ficou batendo muito rápido. Marinela aproximou-se lentamente da casa abriu a porta e viu tudo destruído, olhou em volta e viu John seu marido deitado no chão, ela correu até John o abraçou e disse:
—Que se passa, porque você está neste estado, porque está tudo desarrumado?
—Mari...—dizia John sem responder a questão da Marinela.
—O que se passou aqui, onde está a minha filha?—Questionou Marinela preocupada.
Marinela se exaltou um pouco e gritou:
—Responde onde está a minha filha e porque você esta neste estado?
John começou a chorar e virou seu rosto para outro lado cheio de receio de encarar sua esposa, Marinela percebeu o que se passava seus olhos se encheram de lagrimas e gritou desesperadamente:
—John seu maldito o que você fez com a minha filha?
Stiven e Ana iam visitar John e já estavam quase chegando.
John olhou para sua esposa e disse:
—Eu juro que tentei protegê-la.
Marinela sem paciência exalta muito o seu poder magico mudando a sua aura, segurou John pelo pescoço e o jogou na parede de frente da casa, ela usou tanta força que a parede quebrou e John foi parar fora de casa, Ana e Stiven já estavam na frente da casa e viram tudo acontecendo. Marinela saiu de dentro da casa em uma enorme velocidade e prestes a acertar um murro na cara do John, Stiven o tirou de lá e Marinela acabou acertando o chão fazendo muita poeira pairar no ar.
—Quem será esta mulher?—Questionou Stiven.
Todos ficaram parados e a medida que a poeira foi baixando a imagem da mulher tornava-se mais nítida, por fim a poeira baixa quase por completo e a mulher foi revelada. Ana olha para a mulher e diz:
—Marinela, porque você está fazendo isso? Ele vai morrer se você não parar
Marinela olhou para Ana cheia de ódio e questionou:
—Ana! Ainda bem que você está aqui eu preciso que você me responda uma coisa, onde está a minha filha?
—Por favor acalme-se e vamos conversar—disse Ana no intuito de lhe acalmar.
—Responde Ana... porque ninguém fala nada da minha filha?—gritou a Marinela.
John ganhou coragem levantou, limpou o sangue em sua boca e respondeu:
—Ela está morta.
Ao ouvir aquilo Marinela ficou sem chão, foi como se sua vida tivesse acabado, nada mais parecia fazer sentido, fechou os olhos e começou a fazer a dança do som da morte, Stiven que era também um grande pesquisador de magia rara deu logo conta do que ela estava fazendo e viu que aquilo mataria todos ao redor até mesmo ela e disse em seu íntimo:
—Não poder ser, ela está fazendo a dança do som da morte, achei que o clã do som já estava extinto.
A dança do som da morte era uma técnica que dependia de uma dança e um canto para ativa-la, ela consistia em recolher todos os ruídos feitos no local e transmiti-los no cérebro de seu adversário fazendo-o derreter causando a morte certa, as formas de se defender desse ataque eram desconhecidas, e era considerado uma técnica proibida porque usava a energia vital do usuário para ser ativada.
—Temos de para-la agora—disse o Stiven
—O que ela está fazendo—questionou o John.
—Ela está fazendo a dança do som da morte—disse Stiven.
—Não pode ser—disse John em seu intimo.
—Amor por favor não faça isso você vai matar todos nós, para—gritou o John.
—Amiga por favor para, o teu nível ainda é muito baixo pra usar uma técnica dessas, você vai morrer—gritou Ana desesperada.
Marinela olhou para todos em volta e disse:
—Sem minha filha eu já estou morta mesmo.
Depois de dizer aquilo ela começou a cantar.
O canto servia para finalizar o encantamento, Stiven vendo aquilo não viu outra opção a não ser interromper a dança usando a técnica mais forte que tinha no momento mesmo sabendo que aquilo podia matar muita gente ao redor e disse:
—Liberação total, tempestade hipotérmica.
As duas liberações chocaram uma com a outra, John usou sua alquimia para proteger ele e a Ana, ventanias muito fortes sugiram e destruíam tudo em seu caminho, a Liberação do som da morte sendo mais forte conseguiu subjugar a tempestade hipotérmica do Stiven e todos foram parar ao chão, Marinela quase a finalizar sua técnica, avistou a 20 metros um menino se aproximando a correr com lagrimas nos olhos, fixou o olhar na criança e notou que era o Jin, não conseguindo atacar o Jin por causa do carinho que sentia por ele, ela parou sua técnica antes que matasse todo mundo, mais devido a fraqueza e quase sem energia acabou desmaiando.
Marinela enquanto desmaiada, sonhou com Marilia sua filha:
No sonho:
Marinela estava deitada no chão desacordada e quando abriu os olhos viu uma luz se aproximando dela lentamente notava-se que havia alguém envolvida por essa luz, quando essa luz chegou muito perto a imagem tornou-se mais nítida, Marinela começou a chorar dizendo:
—Por favor filha me perdoe, eu nunca devia ter saído e deixar você sozinha com seu pai, a culpa é toda minha.
Marilia chegou mais perto de sua mãe, acariciou o seu rosto e sorriu e disse:
—Para de chorar mamãe, os únicos culpados são aqueles que causaram minha morte, você, o papai e todos aqueles que eram próximos a mim fizeram de tudo pra me proteger sempre e sou muito grata a isso, e por favor mãe não brigue mais com o papai, promete pra mim que vocês vão ficar de boa por favor.
—Está bem filha, eu não vou mais brigar com o seu pai, mas também não volto mais a ficar com ele, que sua alma descanse em paz filha e que sejas muito feliz na próxima encarnação e com pais melhores—disse Marinela olhando fixamente para Marília.
—Também desejo tudo de bom para você mamãe, mas não creio que vá reencarnar tão cedo pois a minha alma está presa ao Jin devido as promessas que fizemos um no outro e estarei com ele aonde quer que ele vá—disse a Marília.
Marinela tentou tocar na Marília mas o sonho terminou e quando a alma de Marilia partiu John sentiu como se um espirito muito aconchegante tivesse abraçado ele, coisa que o fez lembrar de sua filha fazendo-o deixar cair uma gota de lágrimas pelo olho direito, no mesmo instante Marinela acordou de seu desmaio olhou em volta viu seus amigos e disse:
—Fico feliz em saber que estão todos bem.
—Que bom que você acordou—disse a Ana.
Jin estava fora sentado sozinho e Stiven observava muito atentamente a Marinela.
—Podem me deixar a sós com minha esposa por favor?
Stiven e Ana saíram deixando apenas os dois para conversar.
—Mainela eu...—dizia John até ser interrompido.
—Para, por favor não me expliques mais nada eu sempre disse para você que nossa filha podia dar-se bem como comerciante mas você insistiu cria-la como uma guerreira—disse Marinela olhando fixamente para o John.
John olhou para o lado e disse:
—Olha, eu sei a culpa é minha e você não sabe o quanto eu me arrependo disso, queria muito voltar no tempo, mas isso é impossível, agora só nos resta seguir em frente acho que é isso que a Marilia iria querer que nós fizéssemos.
—Sim tens razão, vamos seguir em frente, mas cada um faz seu caminho apartir de agora, eu não vou conseguir continuar contigo carregando está dor que sinto cá dentro—disse a Marinela.
—Por favor não me deixes, não me faça ficar sem você agora por favor—disse John implorando.
—Não, eu que peço favor me deixe partir, não torna a situação mais difícil do que já está, eu encontrei as poucas pessoas que restam no meu clã, vou voltar para eles, treinar e ajudar a recuperar totalmente o clã —disse Marinela.
Marinela levantou-se saiu para fora olhou para Stiven e a Ana e disse:
—Por favor cuidem bem dele.
Depois daquilo ela deu um grande salto e num instante saiu fora da cidade, deixando todos com rostos tristes principalmente o John, Jin se aproximou de sua mãe e questionou:
—Mãe porque a tia Marinela está indo embora?
—Bem, você ainda é apenas uma criança, mas um dia vais entender.
Todos ficaram ai parados sem saber o que fazer, apenas estavam muito tristes devido a situação em que se encontravam.
Continua...
Capitulo 10: Começam os treinos: Lição sobre cultivo.