Capítulo 10: O Eco da Vitória e os Desafios do Crescimento

A ordem de Marcos ecoou através do formigueiro, vibrando nas antenas de cada formiga e se espalhando como uma onda de determinação. A colônia, que havia passado por uma transformação tão radical, agora avançava com um propósito unificado. As formigas voadoras dominavam os céus, suas asas batendo com uma cadência militar, enquanto as formigas venenosas se infiltravam silenciosamente nas fileiras inimigas, deixando um rastro de morte a cada mordida.

Marcos sentiu a energia crescente dentro de si, uma força que parecia injetar-se em cada célula de seu corpo. Ele havia se tornado uma figura imponente, mais forte, mais ágil e, acima de tudo, mais focado. O formigueiro, agora duas vezes maior em tamanho, parecia pulsar com vida. As paredes de terra, antes úmidas e opressivas, estavam firmes, como se se estivessem preparando para suportar a nova pressão que vinha com a expansão. O núcleo, o coração de sua colônia, batia com um ritmo renovado, vibrando sob a força do crescimento acelerado.

Mas, apesar da vitória iminente, Marcos sabia que a batalha ainda não estava vencida. Os inimigos, embora parecessem em retirada, eram resistentes, e o terreno continuava a ser uma grande vantagem para as criaturas que habitavam a superfície. Ele precisava garantir que a força recém-adquirida de sua colônia fosse utilizada da maneira mais eficiente possível. A vitória não seria apenas uma questão de números; seria uma questão de como sua colônia se reorganizaria, como eles lidariam com as novas formas de evolução e como poderiam aproveitar suas vantagens para uma ofensiva duradoura.

Marcos começou a caminhar pelo formigueiro, observando cada detalhe da transformação. A base agora parecia um vasto labirinto, com corredores largos o suficiente para acomodar as formigas de tamanho crescente. O núcleo da colônia, onde os ovos e as larvas eram mantidos, havia se expandido, criando câmaras adicionais que poderiam abrigar muito mais formigas, se necessário.

As formigas voadoras faziam patrulhas regulares pelos novos túneis e passagens abertas, garantindo que não houvesse mais surpresas dos inimigos. Elas eram rápidas, inteligentes e, ao contrário das formigas comuns, conseguiam reagir aos movimentos dos inimigos com uma precisão sobrenatural, fazendo delas as melhores sentinelas da colônia. Marcos notou que sua presença nas patrulhas aumentava a moral das formigas, as quais sentiam uma conexão direta com ele e seu novo poder.

As formigas venenosas, por outro lado, tinham um papel diferente. Elas foram posicionadas estrategicamente nos pontos de maior tensão, onde as batalhas estavam mais intensas. Seu veneno, agora muito mais potente do que antes, tornava-as excelentes para manter os inimigos em cheque. Elas se moviam com uma frieza letal, suas mordidas rápidas e certeiras, deixando rastros de veneno que, em poucos segundos, paralisavam qualquer criatura que tentasse resistir. Marcos sabia que sua colônia precisava desse tipo de especialização para lidar com a diversidade de inimigos que eles poderiam encontrar.

Cada formiga nova que emergia do núcleo agora era mais forte, mais especializada. O formigueiro tinha se transformado em uma máquina de guerra, uma estrutura viva e pulsante que se adaptava ao novo ritmo de evolução e à dinâmica da batalha. Marcos, sentindo a pressão do novo papel que precisaria assumir como líder, não se permitia descansar. Cada movimento de sua colônia era agora uma extensão de sua própria vontade, uma projeção de sua liderança.

Com a reorganização da colônia e a reconfiguração das forças, Marcos sabia que não podia dar aos inimigos a oportunidade de se reagrupar. Ele precisava usar a velocidade e a força recém-adquiridas para avançar. Com a ajuda das formigas voadoras, ele conseguiu identificar pontos frágeis nas linhas inimigas e se preparou para explorar essas brechas.

As formigas começaram a se mover mais rapidamente, os corredores sendo limpos e despejados de qualquer inimigo remanescente. Marcos, liderando a linha de frente, foi implacável. Ele sentia cada golpe com precisão, suas mandíbulas afiadas cortando através das armaduras dos besouros e escorpiões. Ele atacava com um ritmo metódico, cada movimento planejado para maximizar a eficiência da colônia. As formigas se espalhavam em todas as direções, como um exército coordenado.

Enquanto as formigas voadoras faziam patrulhas aéreas e espalhavam informações sobre os movimentos inimigos, as formigas venenosas se infiltravam nas trincheiras e ataques surpresa. Mas Marcos sabia que a verdadeira chave para a vitória seria algo mais. Ele precisaria destruir a fonte da resistência inimiga. Aquele era o coração da batalha, o momento em que a colônia deveria dominar completamente.

Foi nesse ponto que os escorpiões começaram a reagir. Eles não eram criaturas fáceis de derrotar, e, quando os grupos de formigas se aproximaram das linhas defensivas, eles começaram a atacar com força redobrada. As formigas voadoras, que até então haviam sido quase imbatíveis, começaram a ser atacadas de forma mais coordenada pelos escorpiões, que usavam suas caudas de forma imprevista, tentando derrubar as formigas do céu.

O combate estava ficando cada vez mais difícil.

Marcos, em meio ao caos, sentiu uma onda de tensão se espalhar por seu corpo. A evolução não se limitava apenas às suas formigas. Ele próprio sentia as mudanças em seu ser, tanto físicas quanto mentais. A força física era óbvia: sua resistência e rapidez haviam aumentado, permitindo-lhe enfrentar os escorpiões e outros inimigos com uma facilidade que antes parecia impossível. Mas havia algo mais. Seu controle mental havia se aprofundado de forma surpreendente. Ele conseguia sentir cada movimento, cada vibração no formigueiro. Ele percebia os pensamentos e as intenções das formigas de maneira nítida e clara.

Isso, para ele, era tanto uma bênção quanto uma maldição. Ele sentia uma responsabilidade imensa. Ele agora sabia o que cada formiga sentia, e isso o fazia sentir cada perda mais profundamente. Cada vida perdida, cada erro, era algo que pesava sobre ele de maneira quase insuportável. No entanto, também era uma força. Ele sentia uma conexão tão profunda com cada formiga que, de certa forma, seu corpo parecia responder às necessidades da colônia de forma instintiva.

Sua mente, agora expandida, se concentrou nas próximas ações. Marcos sabia que os escorpiões estavam começando a cair, mas eles ainda eram muitos e estavam bem organizados. Ele precisava dar a última ordem.

Marcos subiu para a plataforma mais alta do formigueiro, um ponto de comando natural, e deu a ordem. "Ataquem com tudo o que temos! Não deixem nenhum inimigo vivo! Dêem tudo por nossa colônia!"

O grito de guerra, uma onda de comando mental, percorreu todo o formigueiro. As formigas voadoras intensificaram seus ataques, as formigas venenosas saltaram para o campo de batalha, e as formigas guerreiras atacaram com uma ferocidade que beirava o imbatível.

Marcos estava no centro da luta, a figura de liderança que simbolizava a esperança de sua colônia. Ele não se via mais apenas como o líder, mas como o coração pulsante da colônia. Sua evolução não era apenas física ou estratégica, mas agora ele representava tudo o que a colônia precisava para sobreviver. E isso, ele sabia, significava que a batalha nunca seria fácil, mas com cada vitória, com cada avanço, sua colônia ficaria mais forte.