Capítulo 4 – Nunca Se Apaixone Por Mim

Joana estava nervosa, mas, então novamente, ela relaxou. O homem em que ela estava pensando não era deficiente como este, e fazia apenas algumas semanas desde aquele incidente.

Quanto mais ela tentava justificar para si mesma que ele não era aquele, mais forte era a sua convicção de que ele era, embora ela não pudesse explicar o motivo de sua situação.

"Desculpe, eu cometi um engano," disse Joana, perdendo o interesse em qualquer colaboração entre ela e o homem à sua frente. Mas quando ela se virou para ir encontrar Violet na sala privada, ele agarrou seu pulso firmemente, e ela temeu que sua pulseira fosse quebrar.

Suas palavras fizeram suas pernas parecerem gelatina, e elas bambearam.

"Sente-se," ele a ordenou, e devido ao seu aperto firme, ela rapidamente obedeceu, mas Joana estava claramente com medo.

Esse homem não parecia tão simples quanto ela pensava. Talvez ele estivesse em busca de vingança, mas sua mãe era sua maior preocupação naquele momento.

"Eu não tinha ideia de que você era mutilado. Você não é exatamente o tipo de homem que quero para minha vingança," ela fingiu coragem, reunindo forças para olhá-lo nos olhos, mas perdeu a batalha de sustentar seu olhar.

A essa altura, ele deve estar ofendido e deveria deixá-la ir, ou assim ela pensava, mas sua resposta a maravilhou.

"Eu sou um aleijado, de fato, mas por que o casamento deveria ser sua melhor forma de vingança contra seu ex?" Ele ainda segurava seu pulso firmemente, forçando-a a responder quando ela não queria.

Se um aleijado podia ser tão intimidador, então talvez seus braços também precisassem ser removidos. Lutando contra sua agressão, ela pensou em remover-se do buraco que acabara de cavar.

Joanna pegou o copo de vinho à sua frente e bebeu tudo, seus olhos se arregalando de choque com o que ela acabara de fazer.

"Desculpe, eu estava com sede."

Infelizmente, o vinho não estava se acomodando bem em seu estômago porque ela não havia comido nada, mas lhe deu a ousadia de explicar.

"Ainda estávamos nos primeiros estágios do nosso relacionamento, e ele escolheu outra mulher em vez de mim porque ela é rica. De qualquer forma, eu só queria me casar com ele para recuperar as ações da minha mãe."

O homem tinha uma expressão neutra no rosto, tornando difícil para ela discernir o que ele estava pensando.

Ele parecia tão familiar de muitas maneiras, mas no geral, ele se comportava como se nunca tivessem se encontrado, então isso a relaxava um pouco. Talvez ela estivesse apenas pensando demais.

"Supondo que eu aceite sua proposta, o que ganho em troca?" Ele perguntou, esperança ressoou no coração de Joanna, mas a pergunta a deixou pensativa. Joanna pensou no tempo.

Ela ainda poderia conseguir aquelas ações e então poderia retribuir esse aleijado por sua bondade.

estranhamente, ele era tão bonito com uma vibe poderosa, mas o que ela tinha para dar a ele neste momento?

Sua expressão ficou sombria quando ela retirou a mão da dele e removeu o anel de diamante de 18 quilates do dedo médio da mão esquerda. Era uma relíquia de família passada por sua bisavó, dada a ela por sua mãe para guardá-la.

Joanna sempre a mantia consigo, fazendo-a sentir a proximidade de sua mãe.

"Este é o meu bem mais precioso no momento." Então ela esvaziou sua bolsa.

Havia apenas 500 dólares lá, mas ela os deu a ele, se perguntando como ia sobreviver até conseguir outro emprego, mas este casamento significaria que ela conseguiria as ações e não estaria mais falida.

"Tenha isso também. Assim que eu conseguir minhas ações, pagarei cem mil dólares extras."

Ela esperava algo. Uma reação. Algo que lhe desse uma sensação de segurança, esperança ou qualquer coisa, mas sua expressão permanecia indiferente.

"Você deve ter algumas regras também," ele indicou, pegando o anel e deixando o dinheiro onde estava, mas Joana só pensava nas mesmas regras que deu a Logan.

"Bem, o contrato é válido por apenas seis meses. Você pode se mudar para minha casa, mas devido à sua condição, você terá a cama e eu ficarei com o sofá. Você me acompanhará em eventos quando necessário."

O homem serviu-lhe mais vinho, que ela não bebeu devido ao que estava enfrentando com o primeiro copo. "Você não se importa com minha deficiência?"

Ela já havia mencionado antes que fez a proposta porque não tinha ideia de que ele era um aleijado.

Joana deu uma olhada rápida em suas pernas e, como ele estava sentado em uma cadeira, não havia nada de incomum. No entanto, se sua ex disse que ele era um aleijado, então ele de fato era.

"Bem, por seis meses, eu não me importo com isso. Você tem alguma condição? Quer mudar alguma coisa?" Joana perguntou, tentando ao máximo vencer o tempo e ficou maravilhada com a exigência do homem aleijado.

"Sim. Temos que assinar um acordo pré-nupcial. Eu não preciso do seu dinheiro, exceto deste anel." Ele não explicou o motivo de seu interesse no anel, mas Joanna não estava disposta a perdê-lo.

O homem a olhou profundamente, e ela se perguntou se ele estava sendo tolo. Ele tinha sequer dinheiro? Além de sua boa aparência e roupa casual impecável, nada nele gritava luxo.

Joana franziu a testa, pensando no que ele tinha, mas isso seria vantajoso para ela, já que ela estava prestes a obter ações avaliadas em cinquenta milhões.

"Feito."

"Há mais," ele disse seriamente. Joana sustentou o olhar dele interrogativamente.

"Você nunca deve se apaixonar por mim, nunca questionar meus movimentos ou decisões, e nunca, jamais, quebrar este contrato antes de completar os seis meses, ou vou te processar por uma quebra de contrato de cem milhões."

Joana estava pálida, mas, então novamente, o que ele tinha, e como ela poderia se apaixonar por um aleijado? Seus modos misteriosos mexiam com seus instintos, mas ela estava desesperada demais para pensar duas vezes sobre isso.

"Combinado. Mas eu vou querer meu anel de volta quando o acordo terminar. Ele é precioso demais para mim."

Ele não recusou, mas também não concordou, então ela assumiu isso como um sim. "Colocarei tudo por escrito, mas precisamos assinar o certificado de casamento rápido."

O homem estendeu a mão em direção a ela para um aperto de mão e se apresentou.

"Ótimo. Pode me chamar de Alex. Tenho vinte e nove anos e sou um Oficial de TI. E você?"

Joana se sentiu à vontade. Era um caso de identidade trocada. Não era o homem que ela pensava que era, porque se fosse, ele não teria perguntado seu nome, certo? Além disso, aquele homem que ela achava que ele era, era muito poderoso.

Sua mão encontrou a dele estendida firmemente. "Joana Baker, vinte e quatro. Fui demitida do meu emprego há alguns dias, então, por enquanto, estou procurando, mas não se preocupe, já que você está trabalhando, dividiremos todas as contas. Se isso te faz sentir melhor, você não é meu tipo, então eu nunca vou me apaixonar por você."

Ela viu algo estranho passar pelos olhos cinzentos de Alex, mas desapareceu antes que pudesse capturá-lo.

"Tudo bem, vamos nos casar. Então, onde está o seu carro?" Ele perguntou. Joana soltou um sorriso apertado. A condição de Alex exigiria um veículo, mas o dela ainda estava na oficina.

Então ela se lembrou de Violet. "Eu já volto. Apenas espere por mim aqui."

Ela correu para a sala privada para ver Violet esperando por ela, as várias delícias suculentas à sua frente intocadas. Joanna se sentiu culpada.

"Desculpe, mas acabei de arrumar um noivo substituto. Posso pegar seu carro emprestado?"

Violet franziu um pouco a testa. "Este carro pertence ao meu irmão. Fizemos uma troca porque ele queria surpreender alguém. Então, se você puder esperar o garçom embalar toda a comida, então te darei uma carona até onde você está indo."

"Vou aceitar a oferta, mas meu noivo substituto também está vindo, e ele é aleijado," Joanna revelou. Violet parecia bastante divertida.

"Bom. Ele não vai te trair como Logan. Você deveria casar de verdade com ele."

Joana ficou sem palavras, mas não estava com humor para piadas. "Podemos ir agora?"

Após duas horas, ambos conseguiram seus certificados de casamento. Na frente do cartório de casamento, Joanna deu a Alex seu cartão. "Tenho que ver meu pai. Ligue para mim se precisar de alguma coisa. Mas você quer que eu te leve a algum lugar?"

A condição dele a preocupava por deixá-lo assim, mas ela precisava conseguir aquele dinheiro para sua mãe e, esperançosamente, poderia pagar pelo conserto do carro também.

Em vez de uma resposta, ela viu o homem escrevendo seu contato atrás do cartão dela. "Você não pediu meu número, mas aqui está. Já memorizei o seu."

Violet ficou espantada, mas manteve sua observação para si mesma até que chegaram ao carro dela. "Você realmente vai deixá-lo lá assim?"

Joana estava dividida e olhou pela janela, mas para seu choque, ela só viu a parte de trás de um carro familiar, e Alex não estava lá.

"Espero que eu não esteja sonhando, certo? Ele não está lá."

"Talvez um amigo o tenha pegado," Violet deu de ombros. "Para onde vamos agora? Estou realmente faminta."

Joana se sentiu culpada, mas planejou dar um presente a Violet após receber suas ações. "Para a casa do meu pai. Vou pegar seu número e te agradecer depois."

Violet não aceitou nem recusou a oferta, mas quando Joana apresentou o certificado de casamento ao pai, foi recebida com um tapa que a jogou no chão.