O Que Tiver Que Vir, Virá

Meia hora depois, os seis patifes deixaram o local em lágrimas, com rostos inchados e hematomas por todo o corpo. Não poderiam parecer mais miseráveis.

"Missão cumprida. EXP +137, reputação na Cidade da Montanha Vermelha +10."

"Você alcançou o Nível 3. Seus atributos aumentaram."

Lendo a notificação, Roland se sentiu extremamente confortável, como se tivesse tomado um elixir. A coisa mais feliz da vida era liberar pressão enquanto se obtinha retornos abundantes.

Betta disse, "Estou no Nível 2 agora. Pensei que teria que matar as aranhas gigantes por mais algumas semanas, mas elas vieram e nos ofereceram experiência. Se vierem mais algumas vezes, acho que podemos chegar ao Nível 5 em breve."

Ele estava sendo muito ganancioso. Roland sorriu e disse, "Metade da cidade nos viu batendo neles. Embora estivessem felizes em ver isso, inevitavelmente sentiriam que somos violentos. Se fizermos isso mais algumas vezes, há chances de nos transformarmos de matadores de dragões em dragões."

Betta pensou por um momento e concordou com ele. "Isso faz sentido."

Então, eles perceberam que as crianças os olhavam com admiração.

Os patifes eram tão descarados na Cidade da Montanha Vermelha porque eram parentes do prefeito.

A maioria dos aldeões não ousava irritá-los. Se não fosse por Falken, eles teriam sido ainda mais sem lei. Mas como Falken estava cada vez mais velho, essas pessoas estavam mais arrogantes do que antes.

Após a lição de hoje, provavelmente se recolheriam por um tempo.

A maioria das crianças vinha de famílias pobres que haviam testemunhado as ações dos valentões. Suas personalidades poderiam ser afetadas pelo medo.

Os adultos não ousavam fazer nada com os seis patifes. Naturalmente, seus filhos também tinham medo deles. No entanto, Roland e Betta mostraram-lhes que poderia haver outra solução além do medo e da tolerância.

Crianças são grandes imitadoras. Está em sua natureza seguir o que seus ídolos fazem.

Agora, as crianças gostavam cada vez mais de passar o tempo próximo ao lago. A maioria delas estudava os fundamentos das artes da espada com Betta.

Alguns esperavam aprender magia com Roland… Ah, embora Roland tentasse direcioná-los, ninguém conseguia sentir os elementos mágicos.

No fim, todas as crianças estudavam as artes militares da espada com Betta.

Roland estava feliz que seu trabalho foi poupado. Ele se focou na Proficiência Linguística, o feitiço de nível dois.

Os nós mágicos densos eram de tirar o fôlego. Como Betta podia usar Proficiência Linguística, Roland pediu sua opinião.

No entanto, Betta simplesmente abriu suas mãos e disse, "Bruxos Criados por Dragões não precisam de experiência. Só precisamos recitar os nomes das habilidades para usá-las. Então, não há nada que eu possa ensinar você."

Eventualmente, Roland decidiu que tinha de contar consigo mesmo.

Dias passaram. Roland passava o dia no clube de boxe e a noite no jogo todos os dias.

Agora que sua vida era muito mais rotineira, ele estava muito mais saudável do que antes. No entanto, ele tinha uma estranha sensação de falta de ar na realidade.

Não era uma sensação física, mas uma mental.

Sempre sentia que algo estava faltando no ar.

No entanto, a sensação não era forte ou constante, então ele não se incomodou. Ele pensou que era porque a qualidade do ar na realidade era pior do que a no jogo.

Meio mês passou num piscar de olhos. Durante esse tempo, Roland e Betta haviam caçado mais de sessenta aranhas gigantes, mas ainda havia muito mais na floresta.

Era porque a floresta de bordo era muito grande. Depois que as aranhas daqui fossem eliminadas, as aranhas do outro lado da crista se mudariam.

Não era ruim ter aranhas gigantes incessantes para fornecer carne para as crianças. No entanto, Roland franzia a testa.

Ele e Betta deixariam a cidade algum dia, e ela ainda estaria sob a ameaça das aranhas. Como os aldeões lidariam com elas?

Próximo ao lago, Betta ainda brincava com as crianças. Alguns dos pequenos talentosos haviam dominado os movimentos básicos, e Betta estava praticando com eles.

Claro, não era um treino um-a-um. Betta estava resistindo a cinco crianças simultaneamente.

O nobre bonito e loiro parava no centro e resistia às varas que vinham. Os ataques das crianças eram bem ferozes. Adultos regulares não teriam conseguido resistir ao trabalho em equipe deles, mas Betta bloqueava-os com muita facilidade.

Até ataques direcionados para as suas costas eram esquivados ou desviados facilmente.

Esse treinamento era útil? Claro! Roland podia dizer que Betta manejava a espada mais rápido e com mais estabilidade agora.

Enquanto Betta fazia progresso, Roland estava preso em sua pesquisa mágica.

Proficiência Linguística era muito mais complicada do que ele pensava. Tinha 372 nós mágicos.

O modelo matemático era muito grande para ele anotar no memo.

Roland estava bastante deprimido com seu lento progresso.

Sentado no corrimão, ele assistia Betta treinar com as crianças.

Pilares de fumaça subiam contra o pôr do sol. O coaxar dos sapos e o farfalhar das folhas podiam ser ouvidos.

Roland respirou fundo.

A vida aqui era tão pacífica e bela. Seu abatimento era inapropriado.

Ele estava prestes a tentar novamente, quando um sino tocou no templo da Deusa da Vida.

O som ecoou no coração de todos três vezes.

Todos os aldeões largaram seus trabalhos e subiram a montanha em silêncio.

As crianças também ficaram quietas. Olharam para o templo ao longe ao mesmo tempo, como se estivessem perdidas.

Betta estava confuso. Ele perguntou a Roland, "O que está acontecendo? Uma reunião de emergência?"

Roland vagamente adivinhou o que havia acontecido. Ele baixou os olhos e balançou a cabeça.

Naquele momento, uma criança olhou para seus pés e disse, frustrada, "Toda vez que o sino toca duas vezes, alguém da cidade será enterrado atrás da montanha."

Betta perguntou surpreso, "E se tocar três vezes?"

"Não sei", respondeu a criança em voz baixa.

As crianças não sabiam, mas os aldeões sabiam.

Quase todos os aldeões caminhavam para o templo. Roland abriu levemente a boca e disse roucamente, "Vou dar uma olhada."