Capítulo 34 – Dinheiro

O mundo exterior não parecia muito diferente da bacia. Basicamente, só tinha menos árvores.

Ainda havia muita neve por todo lado, e a maioria das árvores eram coníferas.

Uma diferença notável era as mudanças gerais de elevação. A bacia só tinha montanhas ao seu redor, e o interior da bacia era bastante uniforme.

Em contraste, o exterior tinha um terreno muito mais montanhoso. Colinas se estendiam pela paisagem, e Alex conseguia ver algumas montanhas.

Alex não tinha ido ao Alasca na Terra, mas supôs que o Alasca devia ser um pouco assim.

À distância, Alex viu uma pequena aldeia.

A aldeia foi construída na lateral de uma colina, e ele podia ver cerca de 100 casas feitas de pedra.

Obviamente, era uma aldeia bastante pequena.

"Aquela é a Aldeia Coldew. Você pode pedir direções para o Paraíso dos Guerreiros lá", disse o guarda.

"Como você sabia que eu quero ir para o Paraíso dos Guerreiros?" Alex perguntou.

"O Duque escreveu em sua carta que você queria se juntar à academia dele. Aliás," disse o guarda, lembrando-se de algo. "Você pode querer ficar na Aldeia Coldew por um tempo e ganhar algum dinheiro."

"Dinheiro? Por quê?" Alex perguntou.

"As provas anuais para a academia acabaram de terminar. Você precisa esperar cerca de onze meses ou conseguir dinheiro para um exame especial."

Alex não gostou do que acabara de ouvir.

Isso realmente era uma péssima coincidência.

"Dinheiro, hein?" Alex disse.

O guarda riu. "É, dinheiro é sempre um problema. Não importa o quão poderoso você se torne ou que trabalho você tenha. Você sempre precisa de dinheiro", disse o guarda.

"Quanto eu preciso?" Alex perguntou.

"Cinco moedas de ouro," o guarda respondeu.

Alex estava um pouco surpreso. "Isso não parece muito," disse Alex.

O guarda bufou. "100 moedas de cobre são uma moeda de prata. 100 moedas de prata são uma moeda de ouro. Uma maçã média custa uma moeda de cobre. Faça as contas."

Alex fez as contas, e deu um suspiro profundo.

Cinco moedas de ouro eram equivalentes a 50.000 maçãs!

Uma maçã, em média, custava cerca de 20 centavos na Terra. Então, cinco maçãs eram o equivalente a um dólar.

Isso significava que Alex teria que pagar cerca de 10.000 dólares para entrar na academia!

Era muito dinheiro!

"Por que é tão caro?" Alex perguntou.

"Duas razões," o guarda respondeu. "Primeiro, a academia também precisa de dinheiro. Segundo, se você quer que a academia faça um teste para apenas uma pessoa, é melhor que não seja um fraco. Guerreiros fortes podem ganhar dinheiro facilmente. Para eles, conseguir o dinheiro não deve levar mais de um mês."

"Mais poder significa mais dinheiro, e quanto mais dinheiro você tem, menos ele vale aos seus olhos. Um guerreiro fraco que não pode ganhar dinheiro vai achar isso muito caro, mas um guerreiro forte pode lidar com a despesa," explicou o guarda.

Alex assentiu.

Na verdade, era uma política bastante inteligente.

Contudo, isso não impedia Alex de odiar o fato de que tinha que conseguir tanto dinheiro só para entrar em uma academia.

"Como devo fazer para ganhar dinheiro?" Alex perguntou.

"A Aldeia Coldew não tem muito dinheiro," disse o guarda. "Contudo, a Aldeia Coldew é famosa pela sua Madeira Gelada. A Madeira Gelada vem de uma árvore chamada Árvore Gélida Gotejante. A Árvore Gélida Gotejante absorve muito Mana e o converte em Mana de Gelo, que é então armazenado em sua madeira. Magos do Gelo precisam dessa madeira para várias coisas diferentes."

"Então," disse Alex, "você diz que eu deveria pegar um pouco dessa Madeira Gelada e vendê-la numa cidade próxima?"

"Sim," disse o guarda. "Pegue um trenó e uma tonelada de Madeira Gelada. Transporte-a para o Paraíso dos Guerreiros e venda para um marceneiro. Isso deve ser o suficiente para cobrir a sua taxa de entrada."

"E como eu supostamente vou botar a mão em uma tonelada da Madeira Gelada?" Alex perguntou.

"Troque seus serviços por recursos. A Aldeia Coldew está na selva, e há muitas bestas que causam problemas. Pergunte ao prefeito por bestas problemáticas e mate-as. Diga que quer ser pago em Madeira Gelada, e tudo vai dar certo," explicou o guarda.

Alex coçou o queixo pensativo e assentiu. "Isso deve funcionar. Obrigado!" disse Alex com um sorriso.

"De nada," respondeu o guarda, mas então, ele estendeu o dedo indicador direito para mostrar que tinha mais uma coisa a dizer.

"Guarde bem isto," ele disse. "Há muitos bandidos por aí. Está tudo bem em matar um bandido. Na verdade, é até encorajado!"

"Não morra jovem por ter pena de alguém que acabou de tentar tirar a sua vida," disse o guarda.

Alex respirou fundo.

Sua morte na Terra passou pela sua mente.

Ele já tinha matado um ser humano antes, e certamente não tinha gostado.

Alex ficou um pouco nervoso ao pensar em matar um ser humano, mas sabia que era uma necessidade.

Este mundo era regido apenas pela força, e um mundo assim não poderia ser pacífico.

Alex mataria alguém por mais poder?

Provavelmente.

Então, se Alex estava disposto a considerar matar um humano por poder, outros certamente pensariam assim também.

"Eu vou lembrar disso. Obrigado novamente pelo seu conselho," Alex disse.

"De nada. Te desejo sorte no seu exame de entrada!" disse o guarda com um sorriso e um aceno antes de voltar ao caminho entre as montanhas.

Alex observou enquanto o guarda partia e depois focou na aldeia à distância.

'Uma aldeia, hein?' pensou Alex. 'De volta à Terra, aldeias tão pequenas são incrivelmente raras em países muito desenvolvidos. Eu acho que nunca estive numa aldeia tão pequena antes.'

Alex tomou um fôlego profundo e saltou para frente.

As montanhas estavam numa elevação mais alta que o vale abaixo dele, e a estrada descendo era relativamente íngreme.

Por sorte, Alex não estava mais numa floresta densa.

Agora, um caminho estava diante dele.

Alex ficava mais rápido e mais rápido conforme acelerava montanha abaixo.

O vento batia violentamente contra o corpo de Alex, e ele nunca se sentiu tão livre antes!

Alex podia correr tão rápido quanto um carro! Bem, não tão rápido quanto um carro em velocidade máxima, mas ainda assim tão rápido quanto um carro que dirigia fora de qualquer assentamento. Não era nível de autoestrada, mas ainda assim bastante rápido.

Alex olhou para a aldeia à distância, e só podia sorrir.

Poder!

Velocidade!

Liberdade!

Talvez vir para este mundo não fosse tão ruim assim?