Capítulo 159: Um Filho Não Reconhecido

PDV do Victor

Havia árvores aqui, de cabeça para baixo, com raízes crescendo para cima em direção à lua.

O chão ao meu redor não era terra, era apenas água. Eu não sabia como conseguia ficar de pé sem cair, tudo embaixo de mim era apenas água, e não havia uma única alma ao meu redor. O oceano sob meus pés e o céu acima da minha cabeça se mesclavam em uma cacofonia de sinfonias. Havia uma melodia sendo tocada aqui que eu não reconhecia.

Comecei a caminhar para frente.

As árvores se agitavam enquanto eu caminhava por entre suas folhas penduradas. Os galhos eram maleáveis ao toque, como se fossem coisas vivas verdadeiras que se moviam e se encolhiam ao meu toque. Eu segurei um dos galhos, e era como se tentasse me sacudir. Como se eu não fosse digno de tocá-lo.

"Elas não gostam de ser tocadas," chamou uma voz. "Muito menos por coisas mortais."

Eu não sabia a quem pertencia a voz, e quanto mais tentava procurá-la, mais parecia que a voz se afastava.