PDV do Victor
A dor percorria-me. Meu corpo se contorcia com ela e havia uma sensação de formigamento na nuca. Meu corpo tombou e o sangue jorrou da minha boca.
Eu enviei uma prece silenciosa ao meu coração, agradecendo-o por produzir tanto sangue quanto eu vomitava, e então eu também me desculpei com ele, por fazer o que eu fazia.
"Victor…"
Em algum lugar ao meu lado, fosse à esquerda ou à direita, eu não sabia, eu ouvi Axel chamar. Ele sempre fazia isso, dizia meu nome de um modo que segurava a borda afiada de uma faca, onde a piedade e a dor dançavam, como uma canção dourada tocando em salões prateados. Eu odiava o jeito que meu nome soava quando ele me encontrava assim.
Ele me fazia perguntas estranhas, como se eu estava bem, o que ele poderia fazer para ajudar, o que ele deveria fazer, quem ele deveria chamar. Eu nunca respondia, e então ele se respondia com mais perguntas, mais água, mais toalhas secas que eu eventualmente sujava de sangue.