PDV da Tara
Que a Deusa não me fulmine pelas mentiras que contei.
Eu tentei me afastar dele naquele jardim o mais rápido que pude. Usei as trilhas dos fundos, as que eu sabia de cor seriam menos iluminadas que as outras. Não precisava que mais ninguém me visse chorando agora.
Lágrimas de raiva e frustração surgiram de meus olhos, e eu senti meu nariz queimar com a frieza do ar ao meu redor. Novamente, envolvida em uma noite hostil, com o ar frio e companhia ainda mais fria.
Não sabia se Victor podia dizer se eu estava mentindo descaradamente ou não. Não fiquei tempo suficiente para descobrir. A expressão magoada no rosto dele, o modo como seu leve sorriso, aquele sorriso perfeito e perigoso que ele mantinha, finalmente caiu. E eu não consegui evitar a sensação de ter conseguido algo me invadir.