Hora de Ir ao Templo

Quando William voltou para a casa de Celine, a bela dama estava deitada no sofá tirando uma soneca.

Já que ela tinha aceitado William como seu discípulo, também significava que o menino ficaria hospedado em sua casa por enquanto. Era assim que funcionava o aprendizado no mundo deles.

Ganhar um discípulo era semelhante a adotar uma criança. Como Mestre, era responsabilidade deles cuidar de seu discípulo até que o aprendizado terminasse.

William e James também discutiram durante o almoço que um cercado para cabras e um abrigo para as mesmas deveriam ser construídos do lado de fora da casa de Celine. o menino de cabelos ruivos precisava cuidar de seu rebanho também, então levá-los para o lugar de Celine era a coisa ideal a se fazer.

Cinco dias depois, um novo cercado e abrigo para as cabras foram construídos na propriedade da Feiticeira das Trevas. James pagou pela mão de obra e materiais, e também garantiu que o novo abrigo para as cabras seria confortável o suficiente para William e o resto das cabras ficarem.

Ele sabia que este seria o quartel-general secreto de William quando ele fosse para o Anel de Conquista. Com isso em mente, James pediu aos carpinteiros que o fizessem relativamente seguro para que ninguém pudesse entrar, a menos que passassem pela entrada da frente.

Após duas semanas de tortura, William e Ella começaram a desenvolver alguma resistência à Maldição Berserk. Mesmo sofrendo, eles também ganharam muito com a experiência. Mesmo que entrassem no estado frenético, havia momentos em que conseguiam manter sua mente até certo ponto.

Vendo que o treinamento era bastante eficaz, William implorou a Celine para adicionar Chronos, Aslan e o resto das cabras no treinamento. Celine não se importou particularmente e até achou a noção interessante.

Oliver ainda era o responsável pelo treinamento, então adicionar mais algumas cabras à mistura não seria grande coisa.

Após dois meses de treinamento intenso, William e seu rebanho conseguiram superar o Décimo Quarto Andar com louvor. Nas primeiras tentativas, o Xamã Goblin conseguiu neutralizar seu grupo com magias de Cegueira e Frenesi. Embora William e Ella tivessem aumentado sua imunidade, o Xamã Hobgoblin era mestre em Magia Negra.

Além de maldições, também era capaz de exercer o poder das trevas até o Quarto Círculo. O que isso significava? Significava que William e Ella tinham que lidar com um mago elemental de verdade, o que era um inimigo muito perigoso de enfrentar.

Um Xamã Hobgoblin era equivalente a William em termos de poder de fogo. Mesmo Ella em sua Forma de Íbex de Guerra não podia se dar ao luxo de levar um ataque direto de seus ataques elementais. Felizmente, levou apenas dois meses antes do grupo conseguir superar esse obstáculo.

William, Ella e as cabras avançaram firmemente enquanto se dirigiam para os andares inferiores. O Décimo Quinto Andar foi bastante desafiador, pois cada grupo de Hobgoblins tinha um Líder Hobgoblin e Xamã Hobgoblin em suas fileiras.

Claro, depois que as cabras desenvolveram imunidade a certas magias, a batalha não foi tão ruim quanto antes. O estilo de luta de William também melhorou consideravelmente e ele agora se tornava um Mago de Batalha Pseudo.

Embora ainda não tivesse polido suas habilidades de combate corpo a corpo, ele não estava indefeso ao lutar contra inimigos de perto.

Mais um mês se passou, e William conseguiu conquistar a Cripta Goblin até o Décimo Sétimo Andar. Ele ainda poderia avançar na exploração, mas decidiu pausar, pelo menos por enquanto.

A razão pela qual decidiu parar o avanço foi por causa da missão pendente que ele ainda não tinha terminado – ir a um templo para conversar com Gavin.

Uma vez que os restos da Maré das Feras haviam sido quase totalmente erradicados, agora era seguro novamente viajar pela Região Oeste. Tudo o que ele precisava fazer era obter permissão de seu Mestre e de seu Vovô para deixar Lont e completar sua missão pendente.

"Está bem, eu aprovo o seu pedido para visitar o templo," Celine disse em uma voz preguiçosa. "No entanto, você deve me trazer uma lembrancinha quando voltar."

"Obrigado, Mestre," William respondeu. "Que tipo de lembrancinha você quer?"

"Qualquer tipo desde que seja bom."

"Entendido."

Após conseguir a aprovação de seu Mestre, William procurou seu Avô em seguida.

"Visitar o templo?" James brincou com sua barba por um tempo enquanto pesava os prós e contras de enviar William para fora de Lont.

"Não está tudo bem?" William insistiu. "A Maré das Feras já foi resolvida e os monstros que vagam estão sendo caçados. Além disso, eu não estou indo sozinho. Mama Ella e as outras cabras vão me acompanhar na jornada."

"Bem, eu acho que você pode ir," James cedeu após a insistência constante do neto. "Mas, você deve me prometer uma coisa. Se você enfrentar um monstro impossível de vencer, você deve fugir o mais rápido que puder. Deixe eu me fazer claro?"

"Eu prometo." William acenou com a cabeça como uma galinha bicando arroz. "Obrigado, Vovô. Eu serei cuidadoso!"

"Vá e encontre com Helen," James ordenou. "Ela o ajudará a preparar as coisas que você precisará para sua jornada. De acordo com minha estimativa, você conseguirá chegar ao Templo em quatro a seis dias. Peça para ela dar suprimentos para dez dias."

"Ok!" William apressou-se em sair e procurar por sua Tia Helen. Ele estava com medo de que James mudasse de ideia e o impedisse de partir de Lont.

O velho observou o menino partir com uma risada.

"Ezio," James disse baixinho.

Uma sombra apareceu dentro do quarto e um homem vestindo uma túnica preta surgiu na frente de James.

"Senhor." Ezio inclinou a cabeça.

"Vigie meu neto das sombras e garanta sua segurança."

"Ouço e obedeço, Meu Soberano."

Ezio desapareceu do quarto. James olhou pela janela e encarou na direção do Templo Sagrado. Ele esperava que seu neto não encontrasse nenhum contratempo em sua primeira jornada fora das fronteiras de Lont.

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"Cuide para prestar atenção ao seu redor," Celine disse enquanto estava no Portão Norte de Lont para se despedir de William. "Além disso, se você encontrar bandidos pelo caminho, apenas os mate. Matar eles vai garantir que inocentes não tenham que sofrer."

"Um, Mestre, você realmente está pedindo a uma criança de dez anos para matar pessoas?" William perguntou com um bico.

"Eu matei meu primeiro bandido quando eu tinha oito," Celine olhou para ele com um olhar severo. "Você é homem? Por que você é tão molenga?!"

"Eu matei meu primeiro bandido quando eu tinha nove," James comentou. "Como meu neto, você deve fazer o seu melhor para matar esses desgraçados na primeira oportunidade!"

'C-Como bárbaro!' William pensou. 'As pessoas deste mundo são realmente tão indiferentes a matar?'

William veio da Terra então a mentalidade dele em relação a matar pessoas era muito diferente das visões dos habitantes de Hestia. Se possível, ele não queria tirar a vida de um ser humano. Matar monstros era aceitável, porque para ele, eles não eram humanos.

(A/N: Hestia é o nome do mundo atual de William.)

No entanto, ele sabia que se fosse levado a um canto, ele também se prepararia para cometer o ato mesmo que não quisesse.

"Pequeno William, cuide-se," Helen disse enquanto o ajudava a vestir uma capa de viagem. "Eu te empacotei comida e roupas suficientes para dez dias. Certifique-se de comer na hora e descansar na hora, ok?"

"Obrigado, Tia Helen." William sorriu e acenou com a cabeça. "Eu voltarei assim que puder."

"Bom. Eu estarei esperando."

"Un!"

William acenou adeus antes de montar nas costas de Ella. "Mestre, Vovô, cuidem-se!"

"Volte logo," Celine disse enquanto acenava em retorno.

"Sinta-se à vontade para pegar uma garota para trazer para casa como esposa quando você voltar," James gritou. "Não importa quantas você traga. Nós as aceitaremos todas!"

William quase caiu das costas de Ella ao ouvir as palavras indiscretas do avô. O velho ainda não tinha desistido da ideia de ser casamenteiro para William. Ele estava até insistindo que quanto mais esposas ele tivesse, melhor.

Ele acha que garotas bonitas crescem no mato como repolhos?!

Conforme a cidade de Lont desaparecia atrás dele, William sentiu uma sensação de expectativa. Era a primeira vez que ele embarcava em uma aventura longe de casa e isso o deixava animado e ansioso ao mesmo tempo.

O que ele não sabia era que durante essa viagem em direção ao Templo Sagrado, ele encontraria alguém que desempenharia um papel importante em sua vida num futuro não muito distante.