Ela era bela demais. A mulher mais bonita que Dyon já tinha visto.
Seu cabelo estava arrumado em um coque elegante, segurado por alguns grampos de cabelo em estilo chinês com designs tridimensionais elaborados e nobres nas pontas.
Com o cabelo preso dessa forma, realçava seu pescoço longo e esbelto e uma postura imaculada. Seus grandes olhos eram de um belo tom de ouro e seu rosto era esculpido com traços delicados, perfeitamente esculpidos, que capturavam o coração.
A inclinação de seu nariz, o contorno de seus lábios rosados, a ponta suave de seu queixo, tudo era extremamente sedutor.
No entanto, isso nem começava a considerar sua figura. Seu cheongsam roxo aderia à sua silhueta, arredondando os grandes picos de seu peito e perseguindo o volume de seus quadris. Mesmo em uma posição sentada tão graciosa, ela exalava um ar de charme que fazia os pássaros cantarem.
Ao ver o olhar atônito de Dyon, Delia revirou os olhos com força.
"Se eu soubesse que ele estaria aqui também, nunca teria pedido à minha irmã mais velha, Madeleine, para me ajudar a treinar. Que pervertido."
Madeleine riu, aparentemente não se importando. Seu cabelo balançava no coque junto com sua risada suave, seus olhos dourados e brilhantes cintilavam por baixo de seus óculos.
Dyon balançou a cabeça, recuperando-se de seu momento de distração, "Sou Dyon, é um prazer conhecê-la."
Dyon estendeu a mão para cumprimentar Madeleine.
A voz suave de Madeleine respondeu a Dyon. "Sou Madeleine. Eu já ouvi falar de você, Dyon, meu tio pensa muito bem de você."
As mãos pequenas e suaves de Madeleine tocaram as de Dyon e ele sentiu como se estivesse em transe mais uma vez. Seu coração acelerou e seu peito levemente avermelhado, mas, dessa vez, ele conseguiu manter um sorriso composto no rosto.
Mas antes que pudesse soltar a mão de Madeleine, ele franziu a testa, 'A mão dela está mais fria do que deveria estar.'
Sem conseguir se controlar, Dyon exclamou. A preocupação em sua voz era muito maior do que ele mesmo esperava.
"Você está bem?"
Madeleine estremeceu por um instante, lentamente retirando sua mão assim que Dyon a soltou. Delia lançou a Dyon um olhar surpreso.
Dyon coçou a cabeça embaraçado. "Desculpe, talvez não devesse ter perguntado isso."
Madeleine sorriu de forma um tanto amarga. Ela abaixou a cabeça e falou tão suavemente que o gentil balanço da água quase a encobriu completamente.
"Estou doente desde pequena," Mas quase como se nunca estivesse triste, ela levantou a cabeça e sorriu, "Como até mesmo minha família Sapientia não consegue encontrar uma solução, parece que estou um pouco condenada," Ela deu uma risada, "Mas, com toda essa beleza ao meu redor, como poderia estar triste o tempo todo."
O coração de Dyon doeu. Ele nunca havia conhecido essa garota antes, mas sua alma gentil o tocava. Era algo que ele não sentia há muito tempo.
Dyon sentou-se em uma pedra ao lado de Madeleine. "Posso ver sua lira?"
Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Madeleine enquanto ela observava Dyon atentamente.
'Normalmente as pessoas pedem desculpas, sem sequer entender que isso me machuca por dentro. Parece que ele quer se comunicar comigo através da música,' Madeleine cobriu seus lábios vermelhos com suas mãos delicadas enquanto uma risada encantadora escapava dela, 'Eu me pergunto até onde ele entende a vontade da música. Ele pode rivalizar comigo?'
Madeleine assentiu levemente, passando sua lira.
Apenas essa cena já parecia impressionar Delia. Ela sabia quanto Madeleine valorizava aquela lira. Era a única peça de seu Mestre que ela tinha antes de serem forçados a se separar devido à doença de Madeleine.
Talvez Delia e a família de Madeleine fossem as únicas que sabiam que Madeleine nunca deveria estar em um lugar como esse.
Dyon olhou para Madeleine, encantado por seus olhos brilhantes. 'Que sorriso... Como seria bom se nunca desaparecesse?'
Os olhos de Madeleine de alguma forma se tornaram ainda mais gentis ao ver o olhar que Dyon lhe dava.
'Ele não está tentando me impressionar, e seus olhos não estão nublados pela luxúria. Nunca vi um olhar tão puro antes.' O coração de Madeleine se aqueceu sutilmente.
Dyon acenou com as palmas das mãos e um fogo dourado apareceu em suas mãos, queimando, cada vez maior, espalhando um calor suave nos rostos dos 3 que o observavam.
'Isso é...'
'Uma Aurora Inata e é tão poderosa?' Madeleine estava chocada.
Embora ela tivesse visto a exibição de Dyon através de um monitor, ela não havia sido capaz de sentir sua pressão e não pôde fazer um julgamento preciso. De repente, ela olhou para si mesma, 'Por que me sinto muito melhor... ele não está me curando, mas isso é melhor do que qualquer remédio e elixires que já tomei... Ele sabia que isso aconteceria?'
A chama na mão de Dyon lentamente se transformou em um lírio dourado enquanto ele o aproximava lentamente da corda da lira.
'Que controle...' Os 3 pensaram simultaneamente.
As cordas vibravam, emanando uma música suave, que resonava com Madeleine, trazendo cada vez mais cor ao seu rosto. Sua beleza parecia multiplicar, quase como se o fogo dourado estivesse empenhado em levá-la ao auge da perfeição.
Delia olhou para o lado e notou as mudanças na garota que ela chamava de irmã mais velha desde que se lembrava. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
"Você tem sofrido há muito tempo. Como eu, Dyon Sacharro, poderia permitir que uma beleza como essa neste mundo murche mesmo que um pouco."
Ele nunca tinha tocado a lira antes, mas o piano era apenas um instrumento de cordas com passos extras. Com o tom perfeito que Dyon havia aprimorado ao longo de seus anos de prática, ele entendeu as notas que formavam essa lira com relativa facilidade. Nesse caso, tocar se resumia a nada mais do que controle...
Dyon falou baixinho, gotas de suor escorrendo pelo seu rosto. Suas mãos deslizavam pelas cordas, tocando uma melodia que irradiava calor e paixão, aquecendo Madeleine à medida que ele tocava.
'Primeiro nível... Segundo... Quarto...'
A exibição de vontade musical de Dyon disparou.
Sua melodia ficava cada vez melhor, suas mãos se tornavam mais habilidosas e sua melodia mais bela. Sangue quente corria pelo corpo de Madeleine como um fluxo interminável.