Fui Abandonado aos 66

Ponto de vista de Catherine

Pa!

Pa!

Pa!

A cada som, outra marca de chicote foi deixada em meu corpo. No quarto escurecido, eu me ajoelhava no chão gélido, me rendendo às chibatadas implacáveis que rasgavam minhas roupas.

"Dói?" Meu pai, Ancião William, perguntou-me na escuridão.

"De jeito nenhum." Eu cerrava os dentes, mordendo meus lábios até sangrarem. Ouvi-me pronunciar a resposta, e as palavras escaparam pela abertura dos meus lábios.

Pa!

O chicote atingiu minhas costas, liberando a ira do meu pai. Ele se enrolava como uma serpente venenosa, devorando meus nervos, causando tremores involuntários pelo meu corpo.

"Catherine," a voz do meu pai desceu de cima, "Eu preciso de uma explicação."

Lutando para manter meu corpo quase desabando, eu mantive meu silêncio, me firmando.

Na obscuridade, nada era visível, mas meu senso de tato se aguçou. Senti meu pai levantando meu queixo com o chicote, o suor no meu rosto deslizando e o umedecendo.