Quando acordei, o cheiro estéril de um hospital encheu meu nariz. De novo.
Não fazia muito tempo desde a última vez que estive aqui.
Meu corpo doía, uma dor surda irradiando do meu lado, mas eu estava vivo.
De alguma forma, eu havia sobrevivido.
Mas enquanto olhava para o teto, a realidade da minha situação se acomodou. Eu havia sido baleado, quase morto, e ainda assim a única coisa na minha mente não era o perigo do qual eu acabara de escapar. Era aquele nome. Minha verdadeira família.
"Você está acordado?"
Eu pisquei, desorientado, e virei em direção à voz. Lina estava casualmente sentada em uma cadeira ao lado da cama, as pernas cruzadas enquanto sorria de orelha a orelha. O brilho em seus olhos era quase avassalador, um contraste gritante com a dor surda na minha cabeça.
"Felizmente, a bala não atingiu nenhum órgão vital, e nossos médicos conseguiram costurar você sem complicações," ela disse, seu tom quase casual demais para a situação.