"Por favor, você pode me emprestar aquele livro que está lendo? Só por um dia, não, três dias! Por favor!"
A voz diligente de Eduardo ecoava pela sala de aula, fazendo com que todos os olhares se voltassem para nós dois. Eu tinha certeza de que não era sua intenção atrair atenção para nós, mas seu tom alto e sério tornou isso inevitável.
Agora todos esperavam meu veredito. Seria gentil da minha parte aceitar seu pedido, mas essa não era a opinião pública. Todos na sala, com exceção de alguns que não se importavam, lançavam olhares meio enojados para Eduardo.
Por quê?
Depois de me desafiar e perder, ele ousou se aproximar de mim pedindo um favor. Isso não era o cúmulo da cara de pau? Eu tinha certeza de que Eduardo sabia as implicações de suas ações, mas seu rosto firme não mostrava sinais de recuar. Afinal, pelo seu querido amigo, ele estava disposto a sofrer qualquer forma de perseguição... contanto que conseguisse o que queria.