Um par de olhos o observava do vazio. Eles o observavam desde o início.
O dono daqueles olhos desesperadamente queria desviar o olhar. Ele desejava não ter que ver as cenas que estava vendo.
Mas ele não podia. Não, ele não iria.
Ele sabia em seu coração. Essas cenas eram algo que ele precisava testemunhar. Se ele se virasse agora, não seria diferente do homem patético que tentou se matar após apenas alguns dias de dificuldades.
Não, ele não podia pensar assim. Isso era parte do problema.
O homem que havia entrado na masmorra não era diferente de uma pessoa normal. Para ele não enlouquecer e não morrer naqueles dias antes de sua mutação foi uma conquista incrível, mesmo com toda a sorte que contribuiu para que conseguisse.
Descontar essa conquista era algo que ele não faria mais.
Ele não se lembrava.
As cenas que estavam sendo mostradas a ele, ele não as lembrava.
A maneira como ele se lembrava das coisas não tinha nada a ver com o que ele estava assistindo.