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A FORJA DE UMA AMIZADE

Capítulo 3 - A Forja de uma Amizade

Uma Jornada de Retorno

Após derrotar a criatura do Abismo e recuperar o cristal mágico, Horuma e Elin deixaram a caverna. O céu começava a se tingir de tons alaranjados, sinalizando o início do pôr do sol.

— Você sabia que ia conseguir derrotar aquele monstro? — perguntou Elin, enquanto caminhavam pela trilha de volta.

— Não exatamente — admitiu Horuma, sorrindo. — Mas sabia que tínhamos uma chance se trabalhássemos juntos.

— "Trabalharmos juntos", hein? — Elin arqueou uma sobrancelha. — Parece que você gosta de mandar.

— Só quando estou certo — retrucou ele, provocando-a.

Apesar das provocações mútuas, o clima entre eles estava mais leve. A experiência de lutar lado a lado parecia ter criado um vínculo entre os dois.

O Perigo Não Acabou

Enquanto caminhavam, Horuma sentiu uma sensação estranha, como se estivessem sendo observados. Ele parou de repente, segurando o braço de Elin.

— Espere.

— O que foi agora?

— Estamos sendo seguidos.

Elin olhou ao redor, mas não viu nada.

— Tem certeza?

Antes que ele pudesse responder, uma flecha passou voando, cravando-se no chão a poucos metros de onde estavam. Do meio das árvores, quatro figuras encapuzadas surgiram, armadas com espadas e arcos.

— Entreguem o cristal, e talvez deixemos vocês viverem — disse um deles, com uma voz grave.

Elin puxou seu arco, pronta para lutar.

— Eu sabia que isso ia acontecer. Esses malditos caçadores sempre aparecem quando não deveriam!

— Caçadores? — perguntou Horuma.

— Mercenários que perseguem artefatos mágicos. Eles vendem tudo no mercado negro.

— Entendi. Bem, acho que é hora de mostrar a eles com quem estão lidando.

A Batalha Intensa

Os caçadores avançaram, e Horuma conjurou uma barreira mágica para proteger Elin enquanto ela disparava flechas com precisão.

— Você realmente não fica quieto, não é? — gritou ela, enquanto abatia um dos inimigos.

— E você realmente gosta de reclamar! — respondeu ele, lançando uma onda de energia que derrubou dois dos mercenários.

Um dos caçadores, mais habilidoso, conseguiu romper a barreira e atacou Horuma diretamente. Ele bloqueou o golpe com sua pequena adaga, mas o impacto foi forte.

— Você é só um garoto — zombou o mercenário, pressionando a lâmina contra Horuma.

— E você é só um idiota.

Com um rápido movimento, Horuma usou magia para cobrir sua adaga com fogo e desarmou o homem, empurrando-o para trás. Elin aproveitou a oportunidade para derrubá-lo com uma flecha certeira.

No final, os dois estavam exaustos, mas os caçadores foram derrotados.

Diálogo Pós-Batalha

Elin sentou-se no chão, tentando recuperar o fôlego.

— Isso foi... intenso.

Horuma se sentou ao lado dela, olhando para o cristal em suas mãos.

— Parece que esse negócio atrai problemas.

Elin riu levemente.

— É o preço por buscar poder. Mas você foi bem.

— Só bem? — Ele arqueou uma sobrancelha.

— Não fique convencido — disse ela, dando-lhe um leve empurrão no ombro.

Eles riram, e pela primeira vez, Horuma sentiu que tinha uma verdadeira aliada naquele mundo.

Chegando à Mansão Lunaris

Quando finalmente saíram da floresta, Horuma viu sua irmã Liliana esperando na entrada da propriedade. Ela parecia furiosa.

— Horuma! Onde você estava?! Eu estava preocupada!

— Ah, oi, Lili... — começou ele, tentando parecer despreocupado.

— Não venha com essa! Você saiu sem avisar e... — Liliana parou ao ver Elin. — Quem é ela?

— Sou Elin — respondeu a elfa, sem cerimônia.

— E o que uma elfa está fazendo com meu irmão?

— Longa história — respondeu Horuma rapidamente. — Podemos explicar tudo depois.

Apesar das reclamações de Liliana, ela os deixou entrar.

A Tensão entre Culturas

Durante o jantar, Elin foi recebida com certa desconfiança pelos outros membros da família Lunaris. Elfos raramente visitavam humanos, e sua presença era um tanto desconcertante.

— Então, você salvou meu irmão? — perguntou Liliana, estreitando os olhos.

— Foi mais uma parceria do que um resgate — corrigiu Elin, olhando diretamente para Liliana.

Horuma, sentado entre as duas, percebeu a tensão e tentou aliviar o clima.

— Na verdade, eu diria que fomos incríveis juntos. Acho que fizemos uma ótima equipe.

Liliana suspirou, mas não insistiu.

O Começo de Algo Maior

Antes de ir dormir, Elin encontrou Horuma no jardim da mansão.

— Obrigada por me ajudar hoje.

— Não foi nada. Foi divertido, na verdade.

Ela sorriu, um sorriso genuíno que ele ainda não tinha visto antes.

— Talvez eu devesse ficar por aqui por um tempo.

— Ficaria feliz se você ficasse. Acho que ainda temos muitas aventuras pela frente.

Com isso, os dois começaram a traçar os primeiros passos de uma amizade que moldaria o destino não apenas deles, mas de todo o mundo de Loria.