Entre Prata e Ouro

A caixa torácica de Soleia parecia prestes a se despedaçar com a velocidade intensa com que seu coração batia. Seus olhos se arregalaram e seus lábios se entreabriram. Até mesmo o oxigênio no ar parecia escasso, sua cabeça rapidamente ficando leve enquanto ela se concentrava no cristal roxo pendurado.

Ele cintilava à luz das velas, brilhando quase de forma zombeteira para Soleia. Esta pedra era mais brilhante, maior, mais reluzente e, de modo geral, de uma qualidade superior a qualquer outra ametista que ela já havia visto. Mas ainda era aquilo― uma ametista.

E havia apenas uma outra pessoa que ela conhecia que amava tanto essas gemas semipreciosas roxas.

"Você..." Soleia murmurou em descrença, sua garganta sentindo-se seca.