Cobra Enrolada

"Princesa, não venha―" Oliver gritou, e Soleia mordeu o lábio tão forte para sufocar o grito de dor que ameaçava surgir quando ouviu a maneira como sua voz foi cortada.

No silêncio da noite, ela ouviu o barulho nauseante de sangue espirrando no chão. O cheiro metálico de sangue encheu o ar, e ela fechou os olhos por um segundo, lamentando a morte de Oliver.

Ele não merecia morrer. Soleia cerrou os punhos, seus dedos se enterrando na pele das palmas. A dor a mantinha focada. Ela continuou a se aproximar de Ricard, fazendo questão de manter seus passos o mais silenciosos possível.

"Ops, acho que exagerei," Ricard disse em voz alta. Soleia podia imaginar seu encolher de ombros indiferente. "Devo dizer, você é incrivelmente cruel por deixar esse homem morrer dessa maneira. Mas acho que é isso que nos torna uma combinação perfeita."

Ele soltou um suspiro e levantou a voz. "Pronta ou não, Princesa, aqui vou eu!"