Almoço estratégico (2)

Sete, a Primavera: 

Poder total recuperado [12%/100%]

Divindade total recuperada [6%/100%]

Corrupção do mundo dissipada [0,17%/100%]

Herdeiros das divindades salvos [4%/100%]

Moedas da loja de sementes: 420

Agricultura [lv. 1]

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— Está pronto! — Bianca anunciou, retirando o enorme frango assado do forno com a ajuda de Ethan. 

Um aroma rico encheu a cozinha do bunker por completo, fazendo todos ficarem com água na boca. A pele do frango estava dourada-brilhante, e a carne branca abaixo estava macia e úmida por causa do sumo de laranja. Já sobre a mesa, Bianca passou a cortá-lo em fatias para distribuir entre eles.

Sete foi a primeira a provar a comida, a fim de testar se era realmente possível comê-la sem envenenar-se com corrupção. Os quatro se inclinaram para perto dela, esperando por alguma reação quando a jovem colocou um pedaço da carne na boca.

A Primavera abaixou a cabeça e fechou os olhos, parte de seu cabelo castanho claro cobrindo o rosto. Um sabor agridoce muito agradável a recebeu de início, o frango estava salgado e macio na medida certa, as ervas finas e o gosto defumado deixado pela lenha de laranjeira adicionaram suculência extra para a comida.

Delicioso. Simplesmente delicioso. 

— É a melhor coisa que eu já comi! — Sete exclamou após um momento de silêncio, antes que os quatro herdeiros ficassem preocupados com sua falta de reação. — E é seguro para vocês! — Ela afirmou ao comprovar que não havia sequer um resquício de corrupção no alimento.

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Eles acabaram devorando quase metade do frango super-crescido assado, afinal, fazia muito tempo que não comiam carne de verdade. 

As atividades agropecuárias são muito restritas neste mundo devastado pela corrupção, então ingredientes como vegetais, ovos, carnes e frutas são apenas para aqueles que podem pagar por isso. Os custos para cultivar plantas saudáveis e manter tantos animais são exorbitantes, altos o suficiente para custear as despesas básicas de um pequeno estado inteiro, o que multiplica o valor do produto final em várias vezes.

Então, com as barrigas cheias de algo que nem imaginavam poder provar, o grupo finalmente começou a desenvolver uma estratégia para salvar os herdeiros prisioneiros.

— Acredito que a forma mais simples de emboscar o comboio da E.G.O. é criando algum tipo de bloqueio na estrada. — Thomas sugeriu. — Talvez vinhas espinhosas para furar os pneus, ou poderíamos juntar sucata e destroços dos prédios para erguer uma barricada.

— Isso é uma boa ideia, no entanto, teremos que ser discretos. — Ethan opinou, cruzando os braços sobre o peito. — Esses carregamentos de alto risco sempre andam rodeados por drones militares, que patrulham o caminho à frente com suas câmeras. Eles avisam a central sobre qualquer obstáculo ou movimentação suspeita e, dependendo do que for, podem até mesmo eliminar as ameaças com seus armamentos pesados.

— Nesse caso, podemos eliminar os drones discretamente e bloquear a passagem dos furgões. Eu posso lidar com alvos à distância e, com algum treino, Bianca conseguirá me ajudar. — Sete falou, seriedade estampada nos olhos verdes. Bianca concordou com um aceno. — É claro, consigo posicionar vinhas espinhosas em alguns pontos do caminho, para furar os pneus. E também dá para distribuir entulho pelo caminho, assim eles terão que diminuir a velocidade para passar por nós, sem que os drones precisem agir efetivamente.

— Isso parece bom. — Thomas concordou, acenando com a cabeça. — Mas e quanto aos agentes da E.G.O.? Vai ter pelo menos meia dúzia deles nos carros, sem contar com o motorista.

— E-eu posso ajudar a lidar com eles. — Ethan se ofereceu. — Se for preciso.

— Hm. Nós vamos treinar bastante até o dia da emboscada, vai dar tudo certo. — Sete prometeu com um brilho perigoso no olhar, seu sorriso delicado tinha um ar voraz arrepiante.