Rapaz, se teve uma pessoa que jamais poderia faltar na minha vida, era meu tio "Marrom". Pensa em um homem cujo humor era inabalável! Ele era aquele tipo de pessoa que se diz: "nunca muda".
Um tio que, às cinco da manhã, já estava de pé para ligar a bomba da água que vinha do poço. E, aproveitando que as galinhas ainda estavam dormindo, pegava uma para fazer um grande almoço. Lembro-me de como ele era implacável quando o assunto era tempero e do quanto era querido em todos os lugares por onde passava. Nunca o vi reclamando da vida, pelo contrário, ele vivia sempre sorrindo.
O mais interessante disso tudo é que ele era o tipo de pessoa que unia a família. E, com sua despedida deste lugar que chamamos de Terra, acabou-se a união que ali habitava. Era como se um vínculo de anos de risadas e bons momentos se encerrasse. Lembro que, depois de sua partida, nem mesmo o som melancólico do meu outro tio cantando se ouviu mais:
"Já estou com o prato na mão,
vamos para a casa do Marrom
comer arroz com feijão."
Pensa em uma feijoada boa, hein? Mas que nunca mais terei o prazer de repetir... Pouco sei sobre sua vida, mas os curtos momentos que passei com ele são algo que jamais irei esquecer.