AFASTAMENTO

Essa é uma parte da minha vida que marcou grandes mudanças. Quando criança, fui leitor da igreja, participei algumas vezes das Testemunhas de Jeová e frequentei igrejas evangélicas. No entanto, atualmente, aos 22 anos, raramente vou à igreja. Mas, afinal, o que me fez me afastar de todas as religiões?

Primeiramente, quero deixar claro que não critico nenhuma fé e não sou ateu. O que ocorreu foi que me deparei com muitas pessoas hipócritas, o que despertou em mim uma atitude mais questionadora. Apesar disso, mantenho meus princípios: não bebo, não fumo e, todas as noites, agradeço de joelhos pelo dia, seja ele bom ou ruim.

Nunca gostei da ideia de comparação ou superioridade religiosa. Acredito que cada religião tem seu valor e seus princípios e, a partir do momento em que alguém começa a se comparar ou a se autodeclarar superior aos demais, é nesse instante que me afasto. Nunca fui influenciado pelas opiniões de terceiros, mas acho sufocante quando há críticas exageradas às condutas e erros religiosos, pois nenhuma religião é perfeita. Não cabe ao pastor se responsabilizar por todas as ovelhas que se perdem.

Se alguém me convida para ir à igreja, aceito de bom grado, pois acredito que, antes de morrer, preciso me libertar das angústias que carrego. Lembro-me com carinho da felicidade que era participar da catequese, da pré-eucaristia e da crisma. Eram momentos especiais. A jornada da juventude dentro da igreja foi significativa para mim; já dancei em eventos beneficentes e, vindo do interior, essas ocasiões eram uma forma incrível de fazer novas amizades e entreter as pessoas.

Sempre tive uma conexão impressionante com Deus. Minha vida é repleta de boas pessoas que surgiram, mesmo que por um curto período, mas que me ajudaram de forma significativa.