O Impacto da Reverência
O silêncio era absoluto.
O Guardião de Deus permaneceu ajoelhado diante de Cael, sua voz ainda ecoando na sala.
— "Os Guardiões de Deus aguardam suas ordens, Majestade."
Julius segurou o braço da cadeira, tentando processar aquela cena.
Elara olhava para Cael com novos olhos.
"Ele realmente é um rei… e não qualquer rei. Mas por que ele esconde isso?"
Archibald esboçou um leve sorriso, sua mente calculando todas as possibilidades.
Mas Cael apenas suspirou, passando a mão no rosto.
— "Levante-se, Altair."
O Guardião obedeceu de imediato, mas sua postura continuou reverente.
Cael olhou para ele, sua voz calma, mas firme.
— "Eu já disse antes… não estou interessado em me envolver."
Altair franziu a testa.
— "Com todo respeito, Majestade, o mundo está mudando. O ataque da Ordem do Eclipse prova isso. O Reino de Aurendor aguarda seu retorno."
Cael desviou o olhar, sua expressão indecifrável.
Julius finalmente quebrou o silêncio.
— "Cael… qual é a sua relação com os Guardiões?"
Elara olhou para ele, esperando a resposta.
Cael ficou em silêncio por um instante, então respondeu de forma vaga.
— "Eu os criei."
A resposta foi dita de forma simples e direta, mas o impacto foi imenso.
Julius prendeu a respiração.
Elara sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
Archibald arqueou uma sobrancelha, intrigado.
Altair, por outro lado, sorriu com orgulho.
— "E é por isso que sempre estaremos ao seu lado."
Cael sabia que não adiantaria insistir mais nisso agora.
A atenção do mundo estava voltada para ele… gostando ou não, as peças do jogo estavam se movendo.
Mas ele ainda não tinha intenção de quebrar seus selos.
Não ainda.
A Reação dos Reinos
Enquanto Cael lidava com a situação dentro da academia, o mundo exterior já começava a se movimentar.
No Reino de Velkrath, um dos países mais militarizados, o Rei Luthor estava sentado em seu trono, lendo um relatório entregue por seus espiões.
— "Então o Rei Oculto se revelou?"
Seus generais se entreolharam, incertos sobre como responder.
Mas Luthor sorriu.
— "Interessante… talvez seja a hora de testar sua força."
No Império de Valzareth, a Imperatriz Lilith segurava uma taça de vinho enquanto observava a lua pela janela.
Seu olhar era afiado e calculista.
Ao seu lado, um membro encapuzado da Ordem do Eclipse se ajoelhava.
— "O Executor falhou, Vossa Majestade."
Lilith sorriu de canto, mas seu olhar carregava uma ameaça fria.
— "Isso era esperado. Mas agora sabemos mais sobre nosso inimigo."
Ela então se virou, seus olhos brilhando em um vermelho profundo.
— "Diga aos outros líderes da Ordem… é hora de acelerar nossos planos."
O homem assentiu e desapareceu nas sombras.
Lilith então murmurou para si mesma.
— "Vamos ver do que o Rei Oculto é capaz."
A Ordem do Eclipse se Reagrupa
Em uma fortaleza subterrânea, os membros da Ordem do Eclipse estavam reunidos em torno de uma mesa circular de pedra negra.
O Executor, agora com seu braço regenerado por magia negra, estava de joelhos diante do Conselho da Ordem.
O líder da organização, conhecido apenas como O Arconte, olhava para ele com desprezo frio.
— "Você falhou."
A voz do Arconte soava como mil ecos misturados, carregando uma pressão avassaladora.
O Executor engoliu seco, sentindo o suor frio escorrer por sua nuca.
— "M-Me perdoe, senhor… subestimamos a força dele."
O Arconte ficou em silêncio por um momento, então se levantou.
Seu manto negro se movia como se fosse feito de sombras vivas.
— "A culpa não é apenas sua… mas não podemos permitir que Cael Ardent continue crescendo."
Ele então olhou para o restante do Conselho, sua voz cheia de autoridade.
— "Chamem os Sete Apóstolos."
Todos na sala se entreolharam, um misto de choque e excitação.
Um dos membros da Ordem finalmente falou.
— "Mas, senhor… isso significa que vamos declarar guerra contra Aurendor?"
O Arconte sorriu sombriamente.
— "Guerra? Não… ainda não."
Seus olhos brilharam intensamente, e a sala pareceu escurecer.
— "Mas vamos quebrar Cael Ardent… peça por peça."
O destino já havia sido selado.
O Limiar da Mudança
Enquanto as forças do mundo se moviam, Cael observava o céu estrelado da academia.
Ele sabia que o caos estava prestes a começar.
Sabia que seus inimigos agora estavam mais determinados do que nunca.
E, no fundo, uma parte dele…
Ansiava por isso.
"Venham."
"Mostrem-me o quão longe podem ir."