Capítulo Quatro

No dia seguinte, eu acordei bem mais cedo do que o normal, pois eu passei uma boa parte do dia dormindo.

'Meh, já que eu acordei tão cedo, vou aproveitar e fazer a cópia do livro pro Asterion poder pegar o original logo, não quero ser arrastado com ele para uma punição divina.' Eu penso, enquanto pego um caderno e um lápis, que eu acho estranho ter aqui mas ok.

Enquanto eu copiava o conteúdo do livro, eu não pude deixar de pensar no quão útil essa arte marcial vai ser para mim especificamente, já que o meu corpo é um pouco mais frágil que o normal, o que destruiu um pouco os meus sonhos mas ok.

Já que essa arte é baseada em redirecionar os ataques de volta para quem os mandou, usando a força dos inimigos contra eles mesmos.

'Acho que eu já vi isso em algum lugar.' Eu penso.

Depois de 4 horas, eu termino de copiar o livro e ele desaparece instantaneamente, deixando em seu lugar um papel.

Eu peguei o papel, e era uma carta de Asterion dizendo. { Essa foi por pouco a Deusa do Conhecimento acabou descobrindo de qualquer jeito, e só não vai nos punir por que o livro não recebeu nenhum dano, e em troca de você escrever um manual sobre algumas técnicas que você criar.}

'Hm, talvez eu tente criar uma técnica para controlar o sangue dos outros.' Eu penso, já que eu sei como a mana funciona graças aos livros da biblioteca.

Nesse mundo, a mana funciona como um membro extra no seu corpo, mas também é possível aplicar ela em uma área ao meu redor se eu tiver maestria o bastante.

E com isso eu já consigo imaginar uma técnica legal para fazer.

Enquanto eu estou imaginando várias técnicas, a minha mãe entra no quarto e me chama para jantar, pausando os meus pensamentos.

Sabendo que eu vou precisar de mais energia para o treino, eu me levanto e sigo minha mãe para a sala de refeições para tomar um café da manhã.

Enquanto nós estávamos andando, eu me viro pra minha mãe e pergunto.

"Mãe, como vamos descobrir qual o meu atributo?" Eu olho para ela curiosamente enquanto faço essa pergunta.

"Nós vamos usar uma tabuleta de ether." Ela responde.

"O que é isso?" Eu pergunto, já que nunca li sobre isso na biblioteca.

"Uma tabuleta de ether é algo que absorve um pouco da sua mana e usa ela para criar imagens na sua mente que te mostram o seu atributo e as vezes uma técnica básica dele." Ela responde, me deixando mais curioso ainda.

Mas antes que eu possa perguntar mais, nós chegamos na sala de jantar e lá eu vejo meu pai e meu irmão já sentados.

Vendo que meu pai e irmão já estavam sentados, eu e minha mãe decidimos fazer o mesmo e nos sentamos para esperar a comida chegar.

Enquanto nós esperávamos, meu pai me perguntou.

"Então filho, já que você é o campeão de Asterion, o que você planeja fazer?"

"Bom, quando eu ficar forte o bastante, eu planejo viajar o mundo, para encontrar coisas novas e pessoas fortes." Eu respondo sem pensar duas vezes.

Meu pai acena com a cabeça e diz.

"Bom, se você quiser encontrar pessoas fortes, você deveria ir até a ilha dos dragões, e se encontrar com os dragões e draconianos que moram lá, alguns deles são ridiculamente fortes até para mim, que sou um rank 12." Meu pai responde.

Antes que eu pude comentar sobre seu rank ou o fato de ele não parecer mais contra eu sair pelo mundo, a comida chegou e nos ficamos em silêncio para comer.

Depois de comer, nós fomos para o porão da nossa mansão, onde se encontra a tabuleta de ether.

"Muito bem filho, antes de você começar, eu vou te ensinar a como controlar a sua mana." Diz a minha mãe.

"Se vira de costas e não resista, eu vou empurrar a minha mana em você, pra você ter uma noção de como é a sensação de controlar a mana." Minha mãe diz, enquanto concentra sua mana nas mãos.

No momento que as suas mãos tocam as minhas costas, eu sinto como se algo estivesse se movendo dentro de mim, e então eu percebi.

Era o meu sangue, a mana está fluindo pela minha corrente sanguínea e eu sinto como se eu pudesse mexer ela.

Então eu começo a fazer a mana no meu sangue fluir mais rápido e ver para onde ela vai.

Fazendo isso eu consigo ver ela passando por uma orbe ao lado do meu coração e essa orbe está bombeando a mana por todo o meu corpo.

'Então esse é o meu núcleo.' Eu penso, enquanto me acostumo a controlar a mana.

Depois de alguns minutos, eu consigo fazer a mana sair pela ponta de um dos meus dedos e pergunto para a minha mãe se isso já é o bastante, e quando ela me diz que sim, eu vou até a tabuleta.

Quando eu me aproximo da tabuleta, eu encosto o meu dedo nela e faço a minha mana fluir.

Enquanto a minha mana estava entrando na tabuleta, eu vi os meus arredores mudarem um pouco, até que eu me encontrei em um lugar estranho.

Eu estava acima de um lago de sangue, e ao olhar ao redor, eu percebi que o céu era vermelho, e haviam florestas de ossos e montanhas feitas de órgãos por toda a parte.

'Caralho que lugar é esse?' Eu me pergunto, enquanto tento não vomitar pela aparência grotesca do local.

Quando de repente eu escuto uma voz estranha e distorcida me chamando.

{V&n#@ a€ē m∆m ¢£i@n¢a}

'Caralho que porra foi essa.' eu penso, enquanto olho na direção que a voz veio.

{V&n#@ a€ē m∆m ¢£i@n¢a}

A voz continua se repetindo e então, percebendo que nada vai mudar se eu não seguir a voz, eu começo a caminhar em direção a voz.

Depois de andar por um tempo pela floresta de ossos, eu me deparo com uma das montanhas de órgãos, mas essa tem uma abertura, de onde a voz aparentemente vem.

Então sem pensar duas vezes, eu começo a caminhar para dentro da abertura.

Enquanto eu vou chegando mais fundo, eu não consigo parar de pensar sobre a aparência desse lugar.

'Parece uma caverna de videogame, por que tem tantos vasos no chão? Será que se eu quebrar um eu ganho uma tocha ou moedas?' Eu penso brincando, não é como se eu precisasse, já que essa caverna é estranhamente iluminada.

Enquanto eu estou chegando mais fundo, eu me deparo com 3 túneis, e fico confuso.

Enquanto eu estou pensando em qual túnel seguir, eu escuto a voz de novo.

{P£l0 m£io}

'Hm, agora a voz está menos distorcida, será que é por eu estar mais perto?' Eu penso, enquanto vou em direção ao caminho do meio.

Depois de entrar pelo caminho do meio, não demorou muito para eu me dar de cara com a fonte da voz.

{Então você é o próximo usuário do atributo sangue} A pessoa diz, com uma voz normal agora.

Olhando direito, essa pessoa parece ser uma mulher, ela é bem alta, possui cabelos pretos e longos, sua pele é muito pálida, como se tivessem jogado tinta branca nela, e ela está vestindo um vestido normal preto.

"Acredito que sim, e por sinal, que lugar é esse?" Eu respondo e aproveito para perguntar.

{Esse lugar é a representação de um dos possíveis caminhos que você pode seguir com o atributo de sangue, mas tudo depende de como você usar.} Ela responde.

{ Esse lugar representa o maior grau de maestria com o sangue possível se você focar apenas em controle sobre o seu atributo, você poderia controlar órgãos, carne, ossos, acho que você entendeu.} Ela diz, enquanto olha para mim.

"Quem é você? E o que você quer comigo?" Eu pergunto.

{Meu nome é Mira, deusa do sangue e sub-deusa da vida. E eu queria ver quem vai herdar o manto de Asterion e o meu.} Ela diz, me deixando em choque.

"Pera aí, como assim herdar o seu manto?"

{Bom, é por que eu represento a parte do sangue da vida, enquanto Asterion representa outros aspectos, e já que você foi escolhido por ele e também possui o atributo sangue, você irá tomar o lugar de nós dois, e eu finalmente vou poder tirar férias.} Ela me responde, e eu concordo, já que faz sentido.

{ Por sinal, já que você vai herdar os dois mantos, eu vou te avisar que se o Asterion depois de você não ter o atributo sangue, você ainda vai ter que ser o deus do sangue até alguém com esse atributo ascender.} Ela avisa.

{Mas chega de enrolação, eu vou te passar o conhecimento de uma técnica que serve para você usar o sangue para fortalecer o corpo e a sua magia temporariamente.} Ela diz enquanto aponta o dedo para a minha testa.

Antes que eu pudesse falar algo, conhecimento sobre a técnica aparece na minha mente.

{Agora adeus.} Ela diz e estala os dedos.

Quando eu me toco, eu estou ajoelhado em frente a tabuleta no porão, enquanto meus pais e irmão olham para mim.