Marca (2)

Leonel fechou os olhos, o fluxo tumultuoso de seu sangue diminuindo até quase parar. A fúria não lhe traria nada, a raiva não lhe traria nada.

Depois de um longo tempo, Leonel levantou-se lentamente e caminhou em direção à porta. Ele não disse nada ao par feminino-masculino. Nada do que dissesse teria mudado algo para começar.

Vendo a reação de Leonel, a jovem permaneceu inexpressiva enquanto o sorriso desdenhoso do homem se aprofundava. Não era óbvio esse tipo de reação? Mesmo que Leonel se sentisse injustiçado, e daí? Ele poderia ter valido algo em seu próprio mundo, mas neste lugar, não passava de uma formiga que poderia ser esmagada ao bel-prazer dos outros.

Leonel saiu do quarto e partiu.

Mesmo sem pisar fora do prédio, ele podia sentir os olhares que recebia como se cada um perfurasse seu próprio ser. A marca que pairava sobre sua testa era muito distintiva. Qualquer um podia vê-la com um único olhar.