aniversário surpresa

Quando chegou em casa, Anya já tinha uma decisão tomada. Ela queria fazer uma festa surpresa para Riyeon no restaurante de sua família. Na cultura tailandesa, os aniversários eram grandes eventos de celebração, e ela queria algo especial, mas discreto. Seus pais adoraram a ideia e ofereceram o espaço, garantindo que o restaurante fosse reservado apenas para a comemoração. Eles viam Riyeon como parte da família e queriam que ela se sentisse acolhida.

Anya também entrou em contato com Jiwon, presidente do fã-clube, para reunir as pessoas mais próximas de Riyeon na academia. Com tudo planejado, restava apenas esperar.

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Na sexta-feira, Riyeon encontrou uma escola decorada com cartazes de felicitações. Como sempre, leu cada um deles e agradeceu o carinho, tirando fotos antes de seguir para a sala. Ao longo do dia, recebi rosas e cartões, guardando tudo na sala particular para que seu motorista os pegasse mais tarde.

Anya se apresentou com um desenho emoldurado, retratando o momento em que se conheceram na pista de skate. Riyeon desejou feliz ao ver a imagem. Mas, aquele não seria o único presente do dia.

— Esse é o melhor presente de todos. — Ela abraçou Anya com ternura. — Obrigada.

No fim da aula, Anya foi convidada para um jantar em família, escondendo a verdadeira intenção. Enquanto isso, seus pais e os amigos preparavam o restaurante, fechando as persianas para manter uma surpresa.

Quando Riyeon chegou, não suspeitou de nada. Ao abrir a porta, foi recebido com um iluminado "Surpresa!". A mãe de Anya segurava um pequeno bolo com velas acesas, enquanto todos batiam palmas e cantava. Riyeon ficou visivelmente emocionada, assoprando as velas e agradecendo.

Do lado de fora, um carro branco de luxo estava parado, observando tudo pelas janelas escuras. Dentro do veículo estavam Raina e os pais de Riyeon. Raina recebeu o convite de Anya e, ao mencioná-lo para os pais, surpreendeu-se ao ver que eles aceitaram. Já que ela sabia, que em todos os anos, eles nunca se lembravam.

Uma Sra. Lee observou a filha sendo abraçada de forma materna pela mãe de Anya. Uma pontada de ciúmes surgiu em seu peito. Nunca houve carinhosa com Riyeon, e vê-la recebendo afeto de outra pessoa despertou sentimentos conflitantes. No fundo, porém, sentiu-se ao perceber que a filha era bem tratada. Ela se sentiu culpada por dar mais importância para o trabalho do que para a família.

— Vamos entrar ou não? — Raina interrompeu seus pensamentos. O motorista abriu a porta e a família do motorista desceu com imponência.

Ao ver os pais, Riyeon congelou. Anya, junto de seus pais, mudou-se respeitosamente e se curvou.

— Espero não estar incomodando — disse o Sr. Lee, com um tom calmo, mas firme.

— De forma alguma! É uma honra recebê-los. Eu sou Kaius Suphakan, e esta é minha esposa, Sonya. Somos os pais da Anya.

A noite sonora de forma surpreendentemente harmoniosa. Os Lee puderam conhecer melhor Anya e sua família, percebendo o ambiente acolhedor em que Riyeon estava subjacente. Pela primeira vez, Riyeon viu seus pais se esforçando para interagir, e aquilo precisava muito para ela.

Mais tarde, quando estavam a sós, Riyeon segurou as mãos de Anya e encarou com emoção nos olhos.

— Obrigada por tudo. Por pensar em cada detalhe, por mim fazer sentir especial. Nunca tive um aniversário assim. Eu te amo.

Anya sinceramente, sentindo o coração caloroso.

— Eu te amo, Riyeon. Você merece ser feliz.

Eles se abraçaram, sabendo que, independentemente do futuro, sempre permanecerão uma à outra. E isso era tudo o que importava.

O restaurante dos pais de Anya estava iluminado com luzes suaves e decorado de forma aconchegante. A comemoração do aniversário de Riyeon acontecia ali, cercada por colegas e sua família. O ambiente era preenchido com risadas, brindes e conversas animadas.

Riyeon caminhou pelo salão, cumprimentando os convidados que tinham vindo prestigiar seu aniversário. Apesar de nunca ter sido do tipo que frequentava grandes festas, sentiu-se grato pela presença de tantas pessoas.

Do outro lado do restaurante, seus pais e Raina conversaram casualmente com os pais de Anya. Era uma cena rara para Riyeon ver seus pais tão à vontade, sem as formalidades que costumavam cercar suas interações sociais. Anya, ao que parecia, estava conseguindo algo que ninguém antes havia feito: criar uma ponte entre eles de forma natural.

Porém, entre tantos rostos conhecidos, Riyeon percebe uma ausência.

— Onde está Anya? — murmurou para si mesma, olhando ao redor.

Antes que pudesse sair para procurá-la, uma entrega próxima à entrada chamou sua atenção. Anya apareceu carregando uma grande caixa, atraindo olhares curiosos de todos ao redor.

— O que é isso? — Raina disse, arqueando uma sobrancelha.

— Um presente para o aniversário — Anya respondeu com um sorriso, caminhando em direção a Riyeon. — Pensei em você assim que vi isso.

Riyeon piscou, surpresa com o tom misterioso. Todos ao redor aguardavam ansiosamente enquanto Anya colocava a caixa no chão, ela estava semi fechada.

— Vai, abre logo! — Raina incentivou.

Com uma confusão de curiosidade e expectativa, Riyeon se mudou e abriu cuidadosamente a tampa da caixa. Assim que o fez, deu de cara com dois olhos lindos e olhando para ela. Um cachorrinho pequeno, com orelhas pontudas e uma pelagem fofa e branquinha, saltou para frente, balançando o rabinho animadamente.

— Ah… — Riyeon arregalou os olhos, completamente surpresa.

— É um West Highland White Terrier — Anya explicou, sorrindo. — Achei que ele combinaria com você.

Riyeon ficou sem palavras. Suas mãos tremiam levemente enquanto pegava o filhotinho no colo. Ele se aconchegou imediatamente contra ela, como se já soubesse que ali era seu lugar.

Seus pais, que observavam tudo, trocaram um olhar significativo. Fazia muito tempo que não via Riyeon com uma expressão tão genuinamente feliz. Raina, ao lado deles, parecia igualmente empolgada.

— Ah, meu Deus! Finalmente temos um cachorro! — Raina exclamou animada.

— Você gostou? — Anya disse baixinho.

Riyeon virou-se para ela, os olhos brilhando de emoção.

— Eu amei — respondeu, sem hesitar.

Anya sorriu, aliviada.

— Você sempre disse que se sente um pouco sozinho… Então pensei que ele poderia te fazer companhia quando eu não estiver por perto.

A sinceridade na voz de Anya fez o coração de Riyeon se aquecer ainda mais. Sem pensar duas vezes, ela segura Anya para um abraço apertado.

— Você não existe, sabia? — sussurrou contra os cabelos dela.

Anya riu, abraçando-a de volta.

— E então, como vai chamá-lo? — Raina disse, se aproximando para brincar com o filhotinho.

Riyeon olhou para o pequeno animal em seus braços, que abanava o rabodo, e brilhava.

— Vou chamá-lo de YA.

— SIM? — Anya repetiu, inclinando a cabeça.

– Sim. Algo simples, mas significativo.

Anya sorriu, entendendo.

— Combina com ele.

A partir daquele momento, a festa parecia ainda mais especial. Enquanto os convidados se revezavam para brincar com YA, Riyeon não soltava o filhotinho do colo. Seus pais, observando a cena, finalmente entenderam o quanto Anya disse para sua filha.

De forma silenciosa, Anya havia conquistado sua aprovação.

E Riyeon, em muito tempo, sente-se verdadeiramente completa.

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Ao chegar em casa depois de uma festa, a energia ainda pairava no ar. Riyeon subiu para o seu quarto, onde YA, seu novo cachorrinho, corria animado pelo ambiente, já completamente à vontade. Ela se sentou no tapete e começou a brincar com ele, rindo suavemente enquanto acariciava sua pelagem fofa.

Pouco depois, Raina bateu levemente na porta e entrou sem esperar resposta. Ao ver Riyeon brincando com YA, um sorriso divertido surgiu em seus lábios.

— Eu gostei dos pais da Anya. Eles têm a mesma essência dela, são açúcares.

Riyeon, ainda focado em YA, focado sem olhar.

— Eles são uma família muito unida, na verdade.

Raina se encostou no batente da porta, observando a irmã antes de acrescentar:

— E olha que fez um lindo aniversário surpresa para você. Acho que você foi mesmo obrigado por eles.

Riyeon riu baixo, coçando atrás da orelha do filhote.

— É, eu também sinto isso. Eles são muito acolhedores, diferentes do que estou acostumada...

Raina arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Falando em diferença, você percebeu como a nossa mãe ficou durante a festa?— sua voz foi um tom levemente provocativo.

Riyeon desviou o olhar de YA por um instante, agora curioso.

— O que tem ela?

Raina caminhou até a cama e se sentou, observando a ocorrência da irmã antes de continuar.

— Ela ficou... enciumada. Eu nunca vi nossa mãe demonstrar emoção tão evidente assim. Mas quando viu a mãe da Anya sendo tão carinhosa com você, ficou diferente. Acho que, de alguma forma, aquilo mexeu com ela.

Riyeon ficou pensativa, coçando distraidamente a cabeça de YA, que se aconchegava em seu colo.

— Estranho... ela sempre foi distante. É difícil imaginar ela com ciúmes por algo assim.

Raina suspirou, apoiando as mãos no colchão.

— Talvez seja porque, no fundo, ela sabe que nunca foi muito presente. E agora vi outra mulher fazendo o papel que talvez ela devesse ter feito.

Riyeon não respondeu de imediato, apenas olhou para YA, sentindo o calor do pequeno corpo contra o seu. Ela se perguntou se seus pais realmente estavam começando a importar. Desde que voltei da festa, o ambiente em casa parecia diferente, mais... leve.

— Você acha que eles mudaram um pouco depois da festa? — Riyeon perguntou, finalmente quebrando o silêncio.

Raina sorriu de lado.

— Eu acho que nossos pais voltaram tocados com tudo. A nossa mãe, principalmente. Vamos ver se isso significa alguma mudança real ou se é apenas um momento passageiro.

Riyeon soltou um suspiro, olhando para Raina com um pequeno sorriso.

— Só o tempo vai dizer.

Raina se declarou, dando uma leve tapinha no ombro da irmã antes de sair do quarto.

— Exatamente. Mas até lá, aproveite sua família adotiva. Pelo menos eles já deixaram claro que gosta de você do jeito que você é.

Riyeon riu baixo, observando YA bocejar e se aninhar ainda mais em seu colo.