viagem a Tailândia

O aeroporto estava movimentado, repleto de vozes animadas e anúncios constantes sobre voos partindo para os mais diversos destinos. Riyeon, ao lado da família de Anya, aguardava ansiosamente pelo embarque. O clima era de pura felicidade. Depois de tantos anos, Anya finalmente voltaria à Tailândia para reencontrar sua família. Com as aulas em recesso, os pais de Riyeon permitiram que ela viajasse, um presente merecido por sua conquista: ela havia passado no programa de medicina em primeiro lugar dentre mais de duzentos candidatos.

Seu pai estava radiante de orgulho, e sua conquista foi tão celebrada que a academia organizou uma homenagem especial para ela.

Jornalistas cercaram a instituição para entrevistá-la, enaltecendo a aluna de elite que colocou a escola no topo mais uma vez. E tudo isso sem precisar recorrer ao peso de seu sobrenome. Riyeon já tinha sua bolsa de estudos garantida antes mesmo de concluir o ensino médio.

— Já está quase na hora de embarcarmos. Não seria bom fazer logo o check-in? — sugeriu Riyeon, ansiosa.

Anya olhou para ela com um sorriso contido.

— Estamos esperando uma pessoa.

— Que pessoa...?

Antes que pudesse concluir a pergunta, uma voz inconfundível soou pelo saguão.

— Cheguei, família! Nossa, o trânsito estava um caos!

Riyeon virou-se, e seu olhar se encontrou com Raina, que sorria amplamente, segurando três malas. O choque fez sua expressão endurecer.

— O que diabos você está fazendo aqui?! — Riyeon exclamou, incrédula.

Raina piscou, como se a resposta fosse óbvia.

— Vou com vocês, é claro! Eles me convidaram. E como preciso urgentemente de uma folga da faculdade, aceitei. Nós vamos passar as férias juntinhas, irmãzinha! Isso não é um sonho?

— Isso é um pesadelo! Anya, foi você que chamou essa criatura? — Riyeon voltou-se para a namorada, esperando que fosse uma pegadinha.

Anya ergueu as mãos em sinal de inocência.

— Foi a minha mãe. Eu ia te contar, mas ela pediu que fosse surpresa. Desculpa, amor.

Riyeon suspirou pesadamente, aceitando seu destino.

A chegada à Tailândia

O avião pousou suavemente no aeroporto de Bangkok, e Riyeon sentiu o calor acolhedor da Tailândia envolver sua pele assim que desceram do avião. O ar era diferente, carregado de aromas exóticos e especiarias que pareciam dançar no vento. Ao atravessarem o portão de desembarque, a família de Anya os aguardava, segurando cartazes coloridos e trazendo colares de flores para dar as boas-vindas.

Riyeon observou a cena com admiração. Anya correu para os braços da avó, que a envolveu em um abraço apertado. Seus tios e primos a cercaram, sorrisos largos e palavras carinhosas em tailandês enchendo o ambiente de emoção. Riyeon, mesmo sem entender tudo, sentiu a intensidade do amor e do carinho entre eles. Foi um lindo reencontro.

Raina e Riyeon, sem fluência em tailandês, recorreram ao inglês, e Anya ajudava na tradução sempre que necessário. Mas, em muitos momentos, os sorrisos e gestos eram mais do que suficientes para a comunicação. Era uma sensação nova para Riyeon, que nunca havia experimentado um ambiente tão acolhedor e familiar. A família de Anya gostava de elogiar a beleza de Riyeon, eles estavam encantados com sua figura, e seu tom de pele alvo que contrastava com o clima tailandês.

Os dias seguintes foram um turbilhão de experiências inesquecíveis. Elas exploraram mercados flutuantes, onde provaram frutas exóticas e pratos típicos que faziam os sentidos despertarem. Visitaram templos deslumbrantes, onde Riyeon ficou fascinada pela riqueza cultural e espiritual do país. O Grand Palace, com sua arquitetura majestosa, foi um dos pontos altos da viagem. Anya, em meio à viagem, revelou a ela que gostaria de estudar arquitetura, pois a Tailândia era rica em uma arquitetura que nunca perdia a essência.

Raina, por outro lado, aproveitava cada oportunidade para implicar com Riyeon. Durante um passeio de barco pelo rio Chao Phraya, ela cutucou a irmã e apontou para uma pequena embarcação cheia de turistas.

— Olha só, Riyeon, acho que encontramos seu grupo de estudos. Aposto que eles estão discutindo biologia marinha agora.

Riyeon revirou os olhos, e Anya riu, segurando a mão da namorada.

— Vocês duas nunca mudam — disse Anya, divertida.

A família de Anya achava graça das provocações entre as duas. Jenna sempre arranjava um jeito de transformar qualquer situação em uma oportunidade para brincar com Riyeon, e, apesar das reclamações, Riyeon começava a perceber que gostava dessa dinâmica. As duas se esforçaram para falar um pouco de tailandês, sempre tendo Anya como intérprete.

Riyeon e Anya estavam sentadas à beira do rio Chao Phraya, observando as lanternas refletirem na água tranquila. Uma prática muito comum na região, onde as pessoas gostavam de fazer pedidos e enviar suas lanternas para abrilhantarem o céu.

A brisa noturna soprava suavemente, trazendo consigo o cheiro das especiarias e flores típicas. Ao longe, o som de risadas da família de Anya ecoava pelo jardim, e entre elas, a voz animada de Raina, que já tinha se enturmado completamente. Eles estavam acampando na praia.

Riyeon segurou a mão de Anya, entrelaçando seus dedos com carinho. O silêncio entre elas era confortável, mas Riyeon sentia que precisava dizer algo. Ela olhou para Anya, seus olhos escuros brilhando sob a luz do luar.

— Eu nunca imaginei que minha vida pudesse mudar tanto em tão pouco tempo — Riyeon começou, sua voz saindo baixa, mas carregada de emoção. — Desde que te conheci, tudo ficou diferente. Eu me sinto viva, Anya. Eu não estou apenas seguindo um roteiro, eu estou realmente vivendo. Tudo graças a você.

Anya sorriu, sentindo seu coração aquecer com aquelas palavras. Ela apertou a mão de Riyeon de volta.

— Eu também sinto isso — Anya respondeu com sinceridade. — Antes de você, eu me sentia presa dentro do meu próprio mundo. Era confortável, mas solitário. Você chegou e trouxe vivacidade, emoção... Me fez enxergar que a vida aqui fora é tão bonita quanto as histórias que eu assistia nos dramas.

Riyeon sorriu com carinho e ergueu a mão de Anya até os lábios, depositando um beijo suave em seus dedos.

— Eu agradeço todos os dias por ter escolhido sentar ao seu lado naquele primeiro dia de aula — Riyeon confessou, seus olhos marejando levemente. — Se eu não tivesse feito isso, talvez nunca tivesse encontrado minha verdadeira felicidade. Eu te amo tanto.

Anya respirou fundo, sentindo a mesma emoção tomar conta de si.

— Eu também sou grata. Você mudou tudo, Riyeon. Com você, eu aprendi que o amor não é algo que se vê apenas em histórias... Ele é real. Você me mostrou isso. Eu amo você na mesma intensidade.

Sob o céu estrelado da Tailândia, Riyeon e Anya souberam, mais do que nunca, que haviam encontrado algo raro e precioso: um amor verdadeiro que transformava suas vidas todos os dias. Uma vida além da perfeição.

Fim.