Ato 19 - Tempo Acabando...

O dia começou tranquilo.

Oliver foi o primeiro a acordar, como sempre.

Ele se levantou sem pressa, foi até a cozinha e começou a preparar o café da manhã.

Seus movimentos eram precisos e metódicos, como se já tivesse feito aquilo milhares de vezes.

O cheiro de comida se espalhou pelo apartamento, e não demorou para Evelyn sair do quarto, fechando a porta atrás de si.

Ela ainda parecia sonolenta, mas foi direto pegar uma xícara de café.

— Você realmente acorda cedo todo dia, hein…

Oliver não respondeu, apenas continuou cozinhando.

Ayla foi a próxima a acordar.

Ao sair do quarto e ver a mesa cheia de comida, seus olhos brilharam.

— Tudo isso é pra gente?

Oliver colocou a última porção na mesa e sentou.

— Come.

Ayla não precisou ouvir duas vezes.

Ela se sentou rapidamente e começou a comer, visivelmente animada.

Enquanto tomava seu café, Oliver olhou para Ayla e disse:

— Hoje eu te levo pra escola.

Ela o encarou, surpresa.

— De moto?

Ele assentiu.

— Não sou mais seu professor, mas posso te levar e buscar todo dia.

Ayla sorriu, claramente gostando da ideia.

Evelyn, que até então só observava a interação, disse:

— No fim de semana, a gente vai comprar roupas pra você.

Ayla olhou para ela, pensativa, e então perguntou:

— Vocês são conhecidos?

Antes que Oliver pudesse responder, Evelyn disse com naturalidade:

— Somos namorados.

Ayla piscou algumas vezes, analisando a resposta.

Então olhou para Evelyn e perguntou:

— Qual seu primeiro sobrenome?

Evelyn arqueou uma sobrancelha, mas respondeu:

— Maryn.

Ayla abaixou um pouco a cabeça e murmurou algo quase inaudível:

— Maryn Nash não é um sobrenome ruim…

Evelyn não escutou, mas Oliver escutou perfeitamente.

Ele apenas continuou tomando seu café, sem reagir.

Depois que terminaram de comer, Ayla foi se arrumar para a escola.

Oliver pegou o capacete e saiu do apartamento com ela.

Ao chegar na garagem, ele foi até sua moto.

Ayla olhou ao redor, esperando ele pegar as chaves, mas Oliver apenas murmurou algo muito baixo, quase imperceptível.

Ayla não escutou, mas a moto ligou no mesmo instante.

Ela arregalou os olhos.

— Como você fez isso?!

Oliver apenas entregou o capacete para ela, sem responder.

— Sobe.

Ainda surpresa, Ayla obedeceu.

A viagem até a escola foi rápida.

Quando chegaram, Oliver parou a moto, e Ayla desceu, tirando o capacete.

— Você vai me buscar depois, né?

Ele assentiu.

— Sim.

Ela sorriu.

— Então até depois, Oliver!

Ele observou enquanto ela entrava na escola.

Só depois de vê-la desaparecer pela porta, deu a volta com a moto e voltou para casa.

Oliver voltou para casa sem pressa, cortando o vento frio da manhã enquanto guiava a moto pelas ruas.

Quando chegou ao apartamento, encontrou Evelyn ainda na cozinha, agora sentada no sofá, mexendo no celular.

Ela levantou o olhar quando ele entrou.

— Voltou rápido.

— A escola não é longe.

Ele colocou o capacete sobre a mesa e foi direto para a pia, começando a lavar os pratos do café da manhã.

Evelyn o observou por alguns segundos antes de perguntar:

— Então… o que achou de ter uma filha agora?

Oliver parou por um momento, mas logo continuou lavando os pratos.

— Não sei do que você tá falando.

Evelyn deu uma risada leve.

— Ah, claro. Porque uma criança te chamando pelo nome, morando aqui, e te abraçando daquele jeito ontem à noite não significa nada.

— Ela só está aqui porque não tinha outro lugar pra ir.

Evelyn se esticou no sofá.

— E porque você quis que ela ficasse.

Oliver não respondeu.

Ele apenas terminou de lavar os pratos, secou as mãos e se recostou na pia, olhando para Evelyn.

— Você tem problema em ela estar aqui?

Evelyn arqueou uma sobrancelha.

— Você realmente acha que eu sou o tipo de pessoa que ia reclamar disso?

— Não.

— Então por que perguntou?

— Pra ver se você ia reclamar.

Ela revirou os olhos.

— Você é impossível.

Oliver deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, antes de pegar um copo d'água.

— Você tem trabalho hoje?

Evelyn suspirou.

— Infelizmente. Mas só à tarde.

Ela deu um gole no café e o encarou.

— Você vai continuar dando aula?

— Não. O professor fixo já voltou.

— Então o que vai fazer agora?

Oliver deu de ombros.

— Ainda não decidi.

Evelyn cruzou os braços, pensativa.

— Você devia arranjar um emprego fixo.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Eu tenho um emprego fixo.

— Ser bombeiro não conta. Você só aparece quando quer.

— O esquadrão ainda me considera o líder.

— Então parabéns, você é o líder mais preguiçoso que eu já vi.

Oliver riu baixo.

— Eu prefiro o termo "eficiente".

Evelyn balançou a cabeça, rindo.

— Você que sabe. Mas já aviso: agora que você trouxe uma criança pra casa, vai ter que se virar pra cuidar dela.

Oliver pegou o capacete de novo e se dirigiu para a porta.

— Eu sei.

Evelyn o observou sair, sem saber exatamente para onde ele ia dessa vez.

Oliver passou o resto da manhã resolvendo algumas coisas na cidade.

Fez algumas compras para o apartamento, incluindo um pequeno armário para Ayla, como havia prometido.

Quando voltou para casa, Evelyn já tinha saído para o trabalho.

Ele montou o armário sozinho, sem pressa, e organizou o espaço ao lado da cama da garota.

O tempo passou rápido.

No fim da tarde, Oliver pegou a moto e foi buscar Ayla na escola.

Quando a menina saiu dos portões e o viu esperando, seus olhos brilharam.

— Você veio mesmo!

— Eu disse que viria.

Ayla correu até ele, colocando o capacete que ele lhe entregou.

— Como foi o dia?

— Legal! A professora nova é meio estranha, mas as aulas foram divertidas.

Oliver subiu na moto e ligou o motor.

— Estranha como?

— Ela fala com as mãos o tempo todo, parece que tá sempre contando uma história de aventura.

Oliver deu uma leve risada.

— Pelo menos não é chata.

Ayla subiu na moto e segurou firme.

— Vamos!

Oliver acelerou, e eles partiram.

De volta ao apartamento, Ayla tirou os sapatos e correu direto para o quarto.

— AAAAAAAAH, VOCÊ COMPROU MESMO!

Oliver apareceu na porta, vendo a garota abrindo as gavetas do novo armário com um sorriso enorme no rosto.

— Agora você pode guardar suas roupas direito.

Ayla virou para ele, ainda sorrindo.

— Obrigada!

Antes que ele percebesse, a menina pulou para abraçá-lo.

Oliver piscou, surpreso, mas não afastou o abraço.

Ele deu um leve tapinha na cabeça dela.

— Vai tomar um banho antes do jantar.

— Tá bom!

Ayla saiu correndo.

Oliver ficou parado por um momento, pensando.

Ele não tinha planejado nada disso.

Mas, de alguma forma… não parecia ruim.

A noite chegou tranquila no apartamento.

Evelyn voltou do trabalho um pouco mais tarde do que o normal, jogando a bolsa no sofá e soltando um longo suspiro.

— Estou morta…

Oliver, que estava na cozinha terminando de preparar o jantar, olhou para ela de relance.

— Problemas no trabalho?

— O de sempre. Cliente chato, chefe mais chato ainda… e trânsito infernal.

Ela se aproximou da mesa e viu Ayla desenhando em um caderno.

— Oi, pequena.

Ayla olhou para cima e sorriu.

— Oi!

Evelyn notou o pequeno armário no quarto da garota e ergueu uma sobrancelha.

— Comprou hoje?

— Sim.

Ela cruzou os braços e olhou para Oliver.

— Sozinho?

— Sim.

Evelyn soltou um risinho.

— Impressionante.

Oliver apenas ignorou o comentário e terminou de colocar a comida na mesa.

— Vamos comer.

Ayla fechou o caderno e se sentou animada.

Evelyn fez o mesmo, esticando os braços antes de pegar os talheres.

— E então, como foi o primeiro dia de Ayla na escola depois de tudo?

A menina deu um gole no suco antes de responder.

— Foi legal! A professora nova é meio esquisita, mas a aula foi divertida.

— Esquisita como?

— Ela se mexe muito quando fala, parece que tá contando uma história de aventura o tempo todo.

Evelyn riu.

— Bem, pelo menos não dormiu na aula, né?

— Eu nunca durmo!

Oliver observava a conversa, apenas ouvindo enquanto comia.

Evelyn então se virou para ele.

— E você? Fez algo além de ser babá hoje?

— Resolvi algumas coisas.

— Como sempre, cheio de detalhes…

Ayla olhou para os dois, observando a interação.

Um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca.

Eles realmente pareciam uma família.

Depois do jantar, Ayla ajudou a recolher os pratos, mas Oliver foi rápido e pegou a louça antes dela.

— Pode ir descansar.

— Mas eu posso ajudar!

Ele apenas olhou para ela por um segundo antes de continuar lavando.

— Pode, mas não precisa.

Ayla inflou as bochechas, mas obedeceu.

Evelyn se espreguiçou no sofá, pegando o celular.

— Ayla, você já fez sua lição de casa?

A menina acenou com a cabeça.

— Sim! Antes do jantar.

— Hmm, então está liberada.

Ayla sorriu e voltou para seu caderno de desenhos, deitando no tapete da sala e mexendo no lápis com concentração.

Oliver terminou de lavar a louça e se recostou na bancada da cozinha, observando a cena.

Evelyn percebeu o olhar e riu.

— O que foi? Nunca viu uma criança desenhando antes?

Ele cruzou os braços.

— Nunca tive uma em casa.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Isso é um problema?

— Não.

Evelyn deu um meio sorriso.

— Hm… Você realmente virou pai adotivo, hein?

Ayla, que ainda desenhava, olhou de canto de olho.

— Isso significa que a Evelyn é minha mãe?

Evelyn engasgou com a própria saliva.

Oliver apenas piscou.

Ayla então voltou para seu desenho, murmurando baixinho:

— Maryn Nash ainda soa bem…

Evelyn franziu a testa.

— O quê?

— Nada!

Oliver conteve um sorriso.

Era incrível como a menina se adaptou tão rápido.

Evelyn, por outro lado, ficou alguns segundos pensativa, olhando de Ayla para Oliver.

— Acho que isso me faz refletir sobre algumas coisas…

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Tipo?

Ela virou o rosto, desviando o olhar.

— Nada.

Oliver sentiu uma leve hesitação na voz dela, mas não insistiu.

Ayla bocejou e esfregou os olhos.

— Acho que já vou dormir…

Evelyn se levantou.

— Vamos, eu te ajudo a arrumar a cama.

A menina pegou seus desenhos e foi para o quarto.

Oliver ficou ali na cozinha por mais um tempo, pensando.

Algo estava mudando naquele apartamento.

E ele sabia disso.

Alguns dias se passaram, e a rotina de Oliver e Evelyn havia mudado levemente por causa de Ayla.

Agora, as manhãs eram um pouco mais animadas, e as refeições tinham um terceiro participante sempre cheio de energia.

Chegando no sábado, perto do meio-dia, alguém tocou a campainha.

O leve som calmo se espalhou pelo apartamento.

Ayla, sempre cheia de energia, correu para abrir a porta sem hesitar.

Ayla arregalou os olhos ao ver o homem grande à sua frente.

Ela deu um passo para trás, surpresa, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Evelyn apareceu ao lado dela, cruzando os braços.

— Gerarld, não assusta a garota.

O homem alto, de porte firme e olhar afiado, ergueu as mãos em rendição.

— Eu nem fiz nada.

Atrás dele, uma jovem loira apareceu, segurando levemente no braço dele.

— Ayla, esse brutamontes é o irmão da Evelyn, Gerarld. E essa é a Cynthia, namorada dele.

Ayla piscou algumas vezes antes de olhar para Evelyn.

— Você nunca disse que tinha um irmão.

Evelyn suspirou.

— Não é algo que eu fico espalhando.

— Ouch, isso doeu. — Gerarld colocou a mão no peito, fingindo estar ofendido.

Cynthia riu baixo e então olhou para Ayla com um sorriso gentil.

— É um prazer te conhecer, Ayla.

Ayla hesitou por um momento antes de assentir timidamente.

— O-oi.

Evelyn apontou para dentro.

— Entrem logo.

Gerarld foi o primeiro a passar, Cynthia veio logo atrás.

Oliver, que observava tudo da cozinha, continuou mexendo no café sem se pronunciar.

Quando Gerarld passou por ele, parou ao lado e deu um tapinha em seu ombro.

— Então, virou pai agora?

Oliver apenas tomou um gole do café.

— Aparentemente.

Gerarld riu, balançando a cabeça.

— Cara, sua vida é uma bagunça organizada.

— Eu sei.

Evelyn puxou uma cadeira e se sentou, Cynthia fez o mesmo.

Ayla olhava para os visitantes com curiosidade, mas sem muita certeza se deveria interagir.

Cynthia percebeu e sorriu para ela.

— Então, você está gostando de morar com esses dois?

Ayla olhou para Evelyn e Oliver por um instante antes de dar um pequeno sorriso.

— Sim… eles são legais.

Evelyn ergueu uma sobrancelha.

— Só legais?

Ayla sorriu um pouco mais, sem responder.

Gerarld puxou uma cadeira e se recostou.

— Bom, eu tenho que admitir, não esperava que isso acontecesse tão cedo.

Oliver olhou para ele.

— Isso o quê?

— Você criando uma família.

Evelyn tossiu, desviando o olhar.

Cynthia riu.

— Ele tem um ponto.

Ayla piscou, sem entender direito.

Oliver permaneceu em silêncio por alguns instantes antes de dar de ombros.

— Aconteceu.

Gerarld cruzou os braços.

— É… acontece.

Evelyn olhou para ele.

— Você quer alguma coisa ou veio só para encher o saco?

— Relaxa, irmãzinha. Só queria ver como vocês estavam.

Cynthia sorriu.

— E também trazer um presente para Ayla.

Ayla arregalou os olhos.

— Pra mim?

Cynthia assentiu e pegou uma pequena sacola, entregando para a garota.

Ayla olhou para Oliver e Evelyn, como se pedisse permissão para abrir. Evelyn apenas sorriu e acenou com a cabeça.

Com cuidado, Ayla abriu a sacola e tirou de dentro um pequeno caderno de desenho e um estojo com lápis coloridos.

Seus olhos brilharam.

— Eu… eu posso ficar com isso?

Cynthia riu.

— Claro que pode.

Ayla apertou o caderno contra o peito.

— Obrigada!

Gerarld cruzou os braços e olhou para Oliver.

— Você tem sorte que minha namorada é um anjo.

Oliver apenas tomou mais um gole do café.

Evelyn sorriu de canto, observando Ayla folhear o caderno com empolgação.

— Acho que ela já é oficialmente da família.

Ayla olhou para Evelyn com um olhar confuso.

— Família?

Evelyn deu um pequeno sorriso.

— É… Maryn Nash já está praticamente oficializado, não acha?

Oliver não disse nada.

Mas o sorriso de Ayla naquele momento foi o suficiente para dizer tudo.

Como hoje era sábado, Cynthia, Evelyn e Ayla saíram juntas para comprar roupas.

Ayla estava animada, pulando um pouco ao andar, enquanto Evelyn caminhava ao lado dela com os braços cruzados, mantendo sua expressão habitual. Cynthia, por outro lado, sorria ao ver a empolgação da menina.

— Então, Ayla — Cynthia disse, inclinando-se levemente. — Algum estilo de roupa que você goste?

Ayla olhou para ela, piscando algumas vezes.

— Estilo?

Evelyn suspirou.

— Ela não teve a chance de escolher roupas antes.

Cynthia fez uma expressão compreensiva.

— Entendi… bom, então vamos experimentar vários estilos e ver o que você gosta!

Ayla assentiu, empolgada.

Assim que chegaram à loja, Evelyn já foi direto para a sessão infantil, enquanto Cynthia segurava a mão de Ayla para guiá-la entre as prateleiras.

A menina olhava para tudo com curiosidade, claramente sem saber por onde começar.

— Vamos começar com algo básico — Evelyn disse, pegando algumas camisetas e calças simples.

— E depois algo mais fofo! — Cynthia completou, pegando vestidos e saias coloridas.

Ayla olhou para as roupas e depois para Evelyn.

— Eu posso escolher?

Evelyn ergueu uma sobrancelha.

— Claro que pode.

Ayla sorriu e começou a pegar algumas peças que achava bonitas, misturando um pouco do estilo prático de Evelyn com as opções mais vibrantes que Cynthia sugeria.

Depois de algum tempo escolhendo, elas foram até os provadores.

Evelyn se recostou na parede do lado de fora, de braços cruzados, enquanto Cynthia esperava ansiosamente.

Ayla saiu do provador com um vestido azul claro, olhando para as duas.

— E então?

Cynthia sorriu.

— Você está linda!

Evelyn assentiu levemente.

— Ficou bom.

Ayla sorriu mais ainda e voltou para experimentar as outras roupas.

Depois de várias trocas, combinações e uma pequena pilha de roupas escolhidas, elas finalmente foram para o caixa.

Ayla olhava para tudo com um brilho nos olhos, segurando as sacolas com as duas mãos.

Quando saíram da loja, Cynthia bagunçou levemente o cabelo da garota.

— Agora sim, um guarda-roupa decente!

Evelyn suspirou.

— Só espero que Oliver não reclame do espaço que vai ocupar.

Ayla riu baixinho.

— Ele não vai reclamar.

Cynthia sorriu.

— Tem razão, ele não vai.

Com isso, as três seguiram de volta para casa, com Ayla segurando suas novas roupas como se fossem um tesouro.

Ao chegarem no apartamento, Ayla foi a primeira a entrar, animada, segurando as sacolas como se fossem um prêmio.

Oliver estava no sofá, lendo algo no celular, mas levantou o olhar quando as viu entrar.

— Voltaram.

Evelyn fechou a porta atrás de si e colocou uma das sacolas no chão.

— Missão cumprida. Agora essa criança tem roupas decentes.

Ayla ergueu uma das sacolas com um sorriso.

— Eu escolhi!

Oliver arqueou uma sobrancelha.

— Escolheu mesmo?

Ayla assentiu rapidamente.

— Evelyn e Cynthia me ajudaram!

Cynthia se sentou ao lado de Oliver no sofá.

— A pequena tem bom gosto.

Ele olhou para Evelyn, que suspirou.

— Ela misturou um pouco de cada estilo.

Oliver olhou para Ayla e deu um pequeno sorriso.

— Bom, se você gostou, então está ótimo.

Ayla correu até seu quarto improvisado e começou a guardar as roupas no pequeno armário que Oliver tinha comprado para ela.

Enquanto isso, Evelyn se jogou no sofá ao lado de Cynthia, cruzando os braços.

— Você devia ver a cara dela escolhendo as roupas. Parecia uma criança na véspera de Natal.

Oliver soltou um breve som de diversão pelo nariz.

— Isso é bom.

Cynthia olhou para ele com um pequeno sorriso.

— Você parece meio satisfeito, hein?

Oliver manteve sua expressão neutra.

— Só estou tranquilo.

Cynthia trocou um olhar com Evelyn e deu de ombros.

Ayla voltou animada, pulando no sofá ao lado de Evelyn.

— Agora eu tenho roupas!

Evelyn bagunçou o cabelo dela.

— Sim, e da próxima vez, compramos mais.

Ayla sorriu.

Oliver olhou para a cena por um momento e depois desviou o olhar, pegando o celular de novo.

A rotina do apartamento tinha mudado de vez.