Novo lar

Jane viu que Sylvia parecia confusa e ofereceu sua ajuda. "Precisa de alguma coisa, querida?"

Sylvia sorriu amargamente e assentiu.

Então murmurou lentamente. "Hmmm... Sim, Jane. Sua alteza... Sua alteza me ordenou que me apresentasse à governanta-chefe."

Para uma plebeia como Sylvia, ainda mais uma plebeia sem o dom da magia, entrar no palácio real era algo imenso. Sem mencionar como escrava.

Então naturalmente, ela estava extremamente nervosa.

Mas Sylvia fez o seu melhor e manteve uma expressão corajosa, sem deixar suas inseguranças transparecerem.

"Governanta-chefe? Para quê, querida?" Jane perguntou, levemente surpresa com aquele pedido.

"Eu... eu..." Sylvia gaguejou. Ela queria dizer que era uma escrava recém-adquirida, mas era doloroso demais pronunciar essas palavras.

Jane viu que ela estava hesitando e explicou. "Pode me dizer, querida. Eu sou a governanta-chefe."

"Ah..." Sylvia assentiu em compreensão. Então tomou fôlego e lentamente disse o que precisava ser dito.

"Eu... eu sou uma escrava. Fui ordenada a permanecer no castelo o tempo todo e trabalhar aqui."

Os olhos de Jane se arregalaram imediatamente. Ela não esperava que uma jovem tão impecavelmente bela fosse uma mera escrava.

Mas rapidamente recuperou a compostura e deu um tapinha em Sylvia. Pobre criança. Ela suspirou internamente.

Com a beleza de Sylvia e sua figura jovem, não havia dúvida de que ela devia ter sofrido muito.

Jane sabia em primeira mão como os homens podem ser porcos. Especialmente homens de poder.

Então ela simpatizou com ela e tentou confortá-la, pelo menos tanto quanto podia.

"Criança, não se preocupe. Sua alteza é um mestre muito gentil e atencioso. Você não tem nada com que se preocupar sob seus cuidados."

Sylvia assentiu. Era a segunda vez que ouvia essas palavras.

Será que realmente não tenho nada com que me preocupar? O sorriso amargo em seus lábios ainda permanecia.

Ela seguiu silenciosamente Jane, a governanta-chefe, enquanto a mulher de meia-idade vagava pelos longos corredores do palácio.

Jane era muito gentil e doce mesmo ela sendo uma escrava e explicou como tudo funcionava no castelo.

O castelo era principalmente dividido em três áreas, o pátio de entretenimento central para convidados, os aposentos dos servos e outros trabalhadores, e os aposentos privados do príncipe.

Além disso, havia também outras áreas do castelo como o jardim, a biblioteca, o campo de treinamento e o porão subterrâneo.

No geral, o castelo poderia ser categorizado como um castelo de tamanho médio.

Por que o primogênito do rei, Príncipe Mikel, só recebeu um castelo de tamanho médio do rei?

Isso era porque o Príncipe Mikel não era muito talentoso na arte da magia, pelo menos aos olhos da família real e do público.

Não só isso, mas havia vários rumores ruins sobre sua mãe.

Sendo este o caso, já era uma grande coisa o rei não deserdar Mikel diretamente e ainda tratá-lo como um membro da família real.

Então é claro, ninguém questionou suas ações quando o segundo príncipe Denault foi coroado como herdeiro.

Apesar de toda essa política e sua posição na corte real, o Príncipe Mikel era, no entanto, extremamente popular e muito aclamado.

O homem não era segundo para ninguém quando se tratava de sua inteligência, beleza diabólica e estratégias de guerra.

O Príncipe Denault poderia ser o príncipe herdeiro no nome, mas não ousava ofender Mikel sob nenhuma circunstância.

Jane tomou seu tempo e lentamente mostrou o castelo para Sylvia.

A dupla então chegou ao alojamento das criadas, onde Jane mostrou o quarto de Sylvia.

"Por que você não se refresca e descansa hoje, querida? Pode começar a trabalhar amanhã." Ela deu um tapinha nela e entregou um conjunto de chaves.

"Hmm... Obrigada." Sylvia assentiu. Ela segurou o conjunto de chaves em sua mão e abriu a porta.

O quarto em si não era muito grande, mas era espaçoso o suficiente para uma pequena cama e uma mesa. Tinha até uma janela que dava para o jardim.

Ela se virou para agradecer a Jane, mas a mulher já tinha ido embora.

Jane era afinal a governanta-chefe e ainda tinha muitas tarefas para terminar.

Sylvia olhou atordoada para o corredor vazio por um tempo, antes de fechar a porta atrás dela.

Então ela soltou um longo suspiro.

Era isso. Esta era sua nova vida.

Este pequeno quarto apertado e uma vida inteira cheia de trabalho servil. Era isso que a aguardava.

Sem perceber, lágrimas escorreram dos olhos hipnotizantes de Sylvia.

Não importava o quanto aliviada ela se sentisse por não estar em uma situação pior, ela ainda não conseguia digerir o fato de que agora era uma mera escrava.

Sylvia sentou-se lentamente na cama e olhou distraidamente pela janela.

Era uma vista linda com numerosas flores coloridas, plantas e árvores dançando alegremente ao som do vento.

O vento suave acariciou suas bochechas molhadas e aliviou seu humor sombrio.

Sylvia respirou fundo algumas vezes e um sentimento de calma e serenidade borbulhou em seu coração.

Por um momento, tudo não parecia tão ruim e sombrio.

No entanto, no instante seguinte, uma figura familiar passeou pelo seu jardim, instantaneamente destruindo sua recém-descoberta tranquilidade.