Levante seu vestido

"Eu estou no ca... castelo? Príncipe Mikel?"

Sylvia olhou perplexa enquanto a criada fechava a porta do quarto e saía para buscar mais comida.

Embora Sylvia tivesse praticamente o resto do dia para si mesma, com o estômago cheio e vestida confortavelmente, sua mente estava em completa desordem.

Ela sentia como se sua cabeça fosse explodir, sem saber que diabos estava acontecendo.

Sylvia engoliu nervosamente e deu uma espiada pela milésima vez dentro de seu vestido violeta desbotado, entre seu decote.

Mas continuava o mesmo. Não havia marca e absolutamente nenhum brilho de qualquer tipo.

Hmmm... Ela ponderou por um momento e então afrouxou levemente o vestido nas costas, antes de puxá-lo por cima da cabeça.

Sylvia queria ver se a marca crescente apareceria novamente e brilharia na escuridão.

Então ela se abaixou e também usou suas mãos para fechar quaisquer pequenas frestas nas laterais.

Sua postura parecia extremamente cômica, como se fosse uma tartaruga tentando voltar para dentro de seu casco.

Infelizmente para Sylvia, a porta rangeu novamente nesse exato momento e desta vez não era a criada que entrava.

A temperatura no quarto caiu imediatamente e Sylvia podia sentir a aura gélida do homem, mesmo com a cabeça debaixo do vestido.

Um arrepio subiu pela espinha de Sylvia e ela imediatamente tentou se desvencilhar e levantar-se em respeito.

Mas ao tentar fazer isso, ela sem querer usou força demais em pânico.

Enquanto Sylvia se atrapalhava, o velho vestido rasgou bem no meio e se desfez, deixando seu torso completamente nu e descoberto... de novo...

Ahhh... Gritou Sylvia, parcialmente de medo e parcialmente de vergonha.

Mikel olhou para a mulher à sua frente, e seus olhos ficaram ainda mais gélidos.

"Arrume seu vestido." Sua voz profunda soou, severa mas aveludadamente suave. "Não estou interessado em seu corpo."

Sylvia imediatamente assentiu com o rosto vermelho de vergonha. Ela se levantou, cobrindo-se adequadamente.

"Me desculpe, sua alteza." Ela se curvou e rezou internamente para que o Príncipe não cortasse sua cabeça por essa insolência flagrante.

"Hmmm..." Mikel simplesmente acenou com a mão silenciosamente.

Ele sentou na cama e olhou para a mulher, cuja cabeça ainda estava abaixada.

"É bom que você saiba quem eu sou."

Sylvia tremeu levemente ao som de sua voz.

"Fique tranquila. Você não está em perigo aqui." Mikel murmurou. Havia um sutil cansaço em seu tom.

"Você será uma criada no castelo a partir de hoje. Não há nada de especial que se espere de você."

"Apresente-se à governanta-chefe e ela lhe dará mais instruções."

"Você não está autorizada a falar sobre o que aconteceu antes e não está autorizada a falar sobre sua marca crescente."

Sylvia ouviu atentamente e a cada segundo que passava, os nós em seu estômago iam se relaxando levemente.

Ela tinha imaginado o pior e isso não parecia tão ruim.

"Agora vá. Suma." Mikel acenou com a mão e se jogou de volta na cama.

Sylvia girou nos calcanhares e rapidamente se virou para sair correndo do quarto.

Ela estava errada em relaxar!!! Este homem era assustador!!!

Ela percebeu que estava prendendo a respiração e se forçou a respirar.

Seu coração disparou enquanto ela rapidamente abria a porta do quarto para sair dali o mais rápido possível.

Mas antes que pudesse sair, a voz cruel do homem soou novamente.

"E mais uma coisa... Nunca saia deste castelo."

As últimas palavras do homem continham uma ameaça velada e Sylvia sabia que ele falava sério.

Ela curvou a cabeça novamente, fechou a porta suavemente e se virou.

Só então ela suspirou aliviada. Seu coração, no entanto, ainda batia laboriosamente rápido.

Que homem temível! Ela bateu no peito e olhou ao redor.

Ela nunca tinha estado dentro de um castelo real e não fazia ideia de onde encontrar a governanta-chefe ou qualquer outra coisa.

Claro, ela não podia simplesmente voltar e pedir direções àquele diabo.

Então Sylvia criou coragem e caminhou lentamente pelo longo corredor vazio.

O castelo era feito de pedras brancas polidas, com um acabamento interior limpo e suave.

As paredes não eram muito extravagantes e exibiam orgulhosamente algumas elegantes obras de arte aqui e ali.

Sylvia suspirou levemente enquanto caminhava devagar, absorvendo maravilhada tudo ao seu redor.

Por sorte, não muito depois, ela encontrou Jane novamente, que agora estava limpando um sofá e as duas cadeiras estofadas ao lado do sofá.

"Olá, querida." Jane a cumprimentou calorosamente ao vê-la.

Sylvia primeiro olhou sem expressão mas eventualmente conseguiu esboçar um pequeno sorriso em resposta.

Ela não podia deixar de se perguntar se a mulher ainda a trataria com tanta gentileza se soubesse que ela era uma mera escrava.