Capítulo 19, Matando Zhuang Hong

Zhuang Hong falou com cautela, seus olhos observando atentamente Kedo.

O plano havia sido impecável.

O fato de que a outra parte tinha vindo ao encontro provava sua viabilidade.

Mas eles claramente subestimaram aquele Lorde, um Lorde de uma facção única capaz de comandar Esqueletos.

A tentativa de atraí-lo e matá-lo havia falhado, deixando Zhuang Hong profundamente perturbado.

*Dependente dos outros, sobrevivendo pela misericórdia alheia.*

Isso descrevia perfeitamente sua situação atual.

Os Orcs tinham sua vida e morte nas mãos, forçando-o a agir de forma bajuladora e subserviente.

"Se você ainda não fosse útil, eu já teria te cortado em pedaços," disse Kedo friamente.

O território de Zhuang Hong já havia se tornado uma aldeia subsidiária da Tribo Lâmina de Fogo.

Todos os dias, era encarregada de reunir recursos para a tribo.

Uma fonte gratuita de mão de obra como essa era valiosa demais para simplesmente matar sem motivo.

"Sim, sim, prometo fazer o meu melhor," Zhuang Hong repetia, enxugando o suor da testa enquanto nervosamente garantia a Kedo.

"Hmph, é melhor que prove seu valor."

Vuush, vuush, vuush!

De repente, os sons de projéteis afiados cortando o ar irromperam logo do lado de fora da sala.

Misturados a eles vieram os uivos angustiados dos guerreiros Orcs.

Kedo levantou-se abruptamente e caminhou em direção à porta, mas parou quando uma flecha veio navegando diretamente à sua frente.

Thwack, thwack, thwack!

As flechas caíam como chuva torrencial, tecendo uma rede massiva que envolvia todo o acampamento.

A saraivada sibilante rasgava através das tendas, derrubando Orc após Orc sem pausa.

"Flecha Óssea!" Kedo berrou enquanto se abaixava para pegar uma flecha do lado de fora da porta.

A ponta óssea da flecha desmoronou ao tocar o chão, deixando para trás fragmentos de osso ainda agarrados à haste.

"Encontrem abrigo, não corram por aí," Kedo gritou a plenos pulmões.

Orcs em pânico se dispersaram brevemente, então começaram a procurar estruturas para se protegerem das implacáveis flechas.

Dentro do acampamento, abrigos eram escassos. Aqueles que conseguiram se espremer em algum refúgio sobreviveram, enquanto os que não conseguiram...

A tempestade de flechas continuou por mais de dez minutos.

Alguns conseguiram sobreviver usando os cadáveres de seus companheiros como escudos, mas incontáveis Orcs pereceram sob a chuva de Flechas Ósseas.

*Quem quer que tivesse desencadeado esse ataque devia ser completamente desenfreado.*

*Era nada menos que extravagante — disparar flechas como se não custassem nada.*

Quando o fogo de flechas cessou, Kedo e vários outros finalmente emergiram do salão, subindo as paredes do acampamento.

Sob o luar, eles os viram — os esqueletos.

Centenas de esqueletos empunhando bestas leves permaneciam em silêncio, iluminados pelo brilho pálido.

A raiva de Kedo explodiu incontrolavelmente à vista.

"São esses esqueletos desprezíveis! Guerreiros Lâmina de Fogo, peguem suas armas e sigam-me — vamos massacrá-los todos!" ele rugiu.

Rugido!!

Rugido, rugido, rugido!

Os guerreiros Orcs, com o moral inflamado, agarraram armas próximas e uivaram furiosamente.

Mais de mil guerreiros da Tribo da Fera avançaram como bestas enlouquecidas em direção aos Esqueletos.

Seus olhos brilhavam carmesim, selvagens e delirantes.

Cada passo irradiava energia opressiva.

No entanto.

Quando os Orcs saíram em tempestade do acampamento...

Números massivos de soldados esqueletos emergiram de ambos os lados da estrada.

Na floresta iluminada pela lua, esqueletos armados com lâminas afiadas preenchiam cada canto.

Nenhum comando foi necessário.

No momento em que apareceram, os dois lados mergulharam em combate.

Dois mil contra mil.

No espaço de um instante, o Mar de Esqueletos engoliu os guerreiros Orcs por inteiro, não deixando rastro deles.

Apenas os gritos guturais de fúria e desespero dos Orcs ecoavam fracamente.

Meia hora depois.

A batalha havia terminado; cada Orc tinha sido morto. O próprio Kedo morreu horrivelmente sob incontáveis lâminas.

Ninguém sobreviveu.

Fang Hao, comandando os soldados esqueletos, entrou no acampamento encharcado de sangue.

Zhuang Hong se encolhia em um canto, tremendo incontrolavelmente.

*Ele estava acabado — completamente.*

*Ele deveria ter sido mais sensato do que provocar este homem.*

*Por que, por que ele tolamente buscou o favor dos Orcs e conspirou contra este homem?* ele se questionou amargamente.

"Zhuang Hong, certo? Não esqueci seu nome. Tem alguma última palavra?" Fang Hao perguntou enquanto se colocava diante dele, falando em um tom suave.

"Não, não me mate! Eu estava errado. Vou te dar meu território — eu juro! Somos da mesma terra natal; não me mate," Zhuang Hong implorou em voz alta.

Ele havia negociado com Orcs; certamente poderia negociar com um humano.

Embora Fang Hao aparecesse como nada mais que um Esqueleto agora, Zhuang Hong estava certo de que ele era humano.

*A esperança persistia em seu coração — ingênua e desesperada.*

Mas Fang Hao não se comoveu.

"Esse é seu último desejo? Entendi," Fang Hao disse casualmente, erguendo a espada de ferro em sua mão.

Os músculos de Zhuang Hong contraíram-se enquanto ele gritava: "Que escolha eu tinha? Meu território fica perto das terras da Tribo Orc! Eu só queria sobreviver — o que há de errado em querer viver? Eu não podia resistir; não podia fazer mais nada. Eu só queria viver...!"

Ele rompeu em lágrimas no final, dominado pela emoção.

*As circunstâncias de cada pessoa eram diferentes.*

*Zhuang Hong pensava que tinha um começo ruim, mas Fang Hao sabia que seu próprio começo não havia sido nada menos que uma sentença de morte.*

*A falha estava nas escolhas de Zhuang Hong.*

*Ele havia escolhido tentar matar Fang Hao.*

"Entendo agora. Se você conseguir voltar para a Terra, não deixe de me enviar um sonho," Fang Hao comentou.

Com isso, sua longa espada desceu cortando, facilmente fatiando a garganta de Zhuang Hong.

O sangue esguichou para fora.

O rosto de Zhuang Hong congelou em terror, suas mãos agarrando seu pescoço em vão enquanto tentava afastar a morte.

Mas foi inútil. Ele desabou no chão, seus olhos perdendo o brilho.

...

*A vitória faz um rei; a derrota faz um camponês.*

*Se, no início, Fang Hao tivesse confiado em Zhuang Hong e se encontrado com ele pessoalmente — ele certamente teria morrido.*

*E Zhuang Hong teria emergido vitorioso, um astuto estrategista que triunfou sobre seu inimigo.*

*Mas não hoje.*

Fang Hao havia vencido, inflexível e desprovido de hesitação.

O que eram "erros", "arrependimentos", "súplicas por misericórdia" e "origem compartilhada"? Nada mais que os delírios de um homem derrotado.

*Amargo é o ódio que os sobreviventes carregam, esperando infinitamente por vingança.*

Assim, matar Zhuang Hong não era diferente de matar o Lorde que primeiro conduziu Fang Hao para a toca de uma fera para roubar um baú — não trazia nenhum fardo mental.

Ele se abaixou e recuperou o Livro dos Senhores de Zhuang Hong.

Abrindo-o para inspecionar, descobriu que não podia usá-lo — talvez por causa de problemas de identidade com seu corpo esquelético.

Fang Hao guardou o Livro dos Senhores.

Então, controlando sua forma de Esqueleto, ele se agachou e começou a remover as roupas de Zhuang Hong.

Em meros momentos, Zhuang Hong estava completamente despido.

"Ainda bastante pálido," Fang Hao observou secamente.

*Isso não era algum hobby perverso — era necessidade.*

*Neste mundo, sem roupas extras para lavar e vestir, a sobrevivência superava as cortesias sociais.*

Já que Zhuang Hong havia perecido, suas vestimentas agora serviriam a Fang Hao.

Roupas manchadas de sangue, calças e tênis foram todos removidos e arrumadamente colocados de lado.

Os tênis chamaram a atenção de Fang Hao; pareciam caros.

"Levem-no para fora e enterrem-no," Fang Hao ordenou.

Dois soldados esqueletos entraram, pegaram o cadáver de Zhuang Hong e o carregaram para longe.

*Pelo menos ele seria sepultado.*

*Talvez, quando o pesadelo terminasse, todos retornariam ao seu mundo original.*

Saindo do Salão do Líder do Clã, Fang Hao contemplou o céu estrelado. Um leve indício de amanhecer brilhava no horizonte.

Provavelmente eram cerca de três ou quatro da manhã.

Esqueletos ainda trabalhavam eficientemente, despindo equipamentos dos guerreiros Orcs mortos e reunindo-os.

De pé na porta do salão, o crânio de Fang Hao ressoava com dor aguda — uma pulsação rítmica como se alguém estivesse estalando em seus cordões neurais.

*O esgotamento de uma batalha noturna e o uso excessivo da habilidade "Presença Divina" havia drenado seu poder espiritual.*

Depois de dar brevemente ordens aos esqueletos, Fang Hao dispensou o estado de "Presença Divina" e retornou ao seu corpo original.

Ele bebeu um gole de água e dormiu profundamente, sua fadiga finalmente o alcançando.