O amor é complicado. É o sentimento de estar atraído, apegado e desejoso. Une duas almas, e ao mesmo tempo, permite que elas sejam livres.
Todos anseiam por amor. Eu não sou exceção.
Eu amei alguém profundamente. Mas nunca soube que amá-lo seria prejudicial para mim. Recebi minha punição por amá-lo. Agora estou deitada numa poça de sangue, esperando a morte me consumir.
Meu corpo dói. Minha cabeça dói ainda mais. Tenho a impressão de que meus ossos quebraram.
Não sinto minhas pernas e mãos. Mas posso sentir o cheiro metálico do sangue.
Algumas pessoas estão falando.
Por que elas soam tão estranho? Parecem estar falando debaixo d'água. Estão me levando para outro lugar.
Onde?
Esta sirene de ambulância...
Estão me levando para o hospital.
Mm... Minha cabeça dói. Não consigo ver claramente. Estou perdendo a consciência.
Mm... Quero vê-lo. Embora ele tenha me machucado, anseio por vê-lo. Estou chateada com ele, mas não o desprezo.
Não sei se vou acordar novamente. Quero vê-lo uma última vez.
"Chamem meu marido..." murmuro, mas não consigo me ouvir. "Por favor..."
...............….
............
..........
"A paciente está convulsionando," gritou um paramédico.
A mulher na maca estava tremendo vigorosamente.
Outro funcionário injetou algo em suas veias. A paciente parou de se mexer depois de um tempo e caiu em um sono profundo.
Uiu-Uiu-Uiu...
A ambulância correu para o hospital.
Várias horas depois...
Um jovem no final dos seus vinte anos estava sentado no consultório do médico, com o rosto sombrio. Seus olhos azuis estavam marejados. Seus punhos sobre as coxas tremiam enquanto ele lutava para controlar suas emoções.
"Sr. Wilson, sinto muito dizer que não pudemos salvar a criança." O médico lamentou.
"Criança?" Declan Wilson ergueu as sobrancelhas em choque.
"Ela estava grávida de oito semanas."
"Ela... G-Grávida!"
"Sim." O médico franziu a testa, imaginando por que Declan não sabia da gravidez.
Declan enfiou o punho na boca, seu maxilar inferior tremendo. Ele tentou arduamente conter suas lágrimas. Levou alguns momentos para organizar seus pensamentos.
"Quando ela vai acordar?" ele perguntou, com a voz falhando.
"Não posso dizer quando ela sairá do coma. Ela pode acordar em alguns dias ou em alguns meses."
Declan fungou, esfregando a testa. "Posso vê-la?"
"Sim."
"Obrigado." Ele se levantou e saiu do consultório.
Um policial se aproximou dele. "Sr. Wilson, sinto muito por sua esposa."
"Não preciso do seu sentimento," Declan rosnou, cerrando os dentes. "Quero um resultado."
"Parece um caso de atropelamento e fuga. Pegaremos o motorista em breve."
Declan não estava com humor para continuar a conversa. Ele se virou e foi para a UTI.
Quando chegou à unidade de terapia intensiva, uma enfermeira lhe deu um avental de isolamento, máscara, luvas e protetores de sapato. Não demorou muito para ele colocá-los. Depois de higienizar as mãos, ele entrou na UTI.
O coração de Declan afundou até o estômago quando viu sua esposa deitada imóvel no leito hospitalar.
Gaze branca envolvia sua cabeça. O tubo de oxigênio estava em sua boca. Vários fios de diversas máquinas complicadas estavam conectados ao seu corpo.
Ele não conseguiu conter as lágrimas. Sentou-se no banquinho ao lado da cama, olhando para ela atordoado. A culpa apertou seu coração.
"Desculpe, querida... Me desculpe muito," ele murmurou. "Por favor, acorde. Prometo consertar tudo." Ele pegou a mão dela na sua.
Enquanto a observava, lembranças agridoces passavam por sua mente. Ele estava arrependido por suas ações. Desejava poder voltar no tempo e mudar os acontecimentos do passado.
"Você será capaz de me perdoar algum dia?"