Declan não sentiu nada além de um arrepio nas costas, seu rosto pálido. Seus olhos escureceram de tristeza. Mas a tristeza em seu rosto rapidamente se transformou em raiva. Ele franziu o rosto e rosnou: "Por que você me ligou?"
"Eu queria te parabenizar pelo seu casamento," ele ouviu a mulher dizer.
"Você está zombando de mim?" Ele rosnou, cerrando os dentes.
"Não pense assim. Eu sempre desejei ver você feliz."
"Não preciso dos seus desejos," ele resmungou, cortando-a. Ele apertou o telefone com força como se estivesse esmagando-o, seu punho no braço da cadeira tremia. "Estou bem e feliz sem seus desejos. E serei feliz na minha vida se você ficar longe de mim. Pare de me ligar repetidamente." Ele jogou o telefone de lado depois de desligar a chamada.
"Porra..." Ele gritou, batendo o punho na mesa. Seu rosto ficou vermelho, a raiva pulsando em suas veias.
Ele olhou para o telefone. Então ele pegou e discou o número de Francis.
"Preciso de um número novo," ele disse assim que a chamada foi conectada. Ele pegou o peso de papel e o arremessou contra a parede.
Nesse meio tempo, Yasmin entrou, empurrando a porta.
Declan congelou, seu olhar fixo no peso de papel voador. Seu coração parou de bater temendo que pudesse atingi-la.
Yasmin estava igualmente chocada. Ela parou no caminho, agarrando a maçaneta com força.
O peso de papel colidiu com a parede a poucos centímetros dela.
Yasmin olhou boquiaberta para o peso de papel rolando no chão, seu coração tremendo de medo. Se tivesse a atingido, ela teria se machucado gravemente. Foi por pouco.
Declan limpou o rosto, soltando um suspiro de alívio. Mas aquele alívio não durou muito. Seu rosto escureceu enquanto ele se levantava e se aproximava dela com um ímpeto perigoso.
"O que você está fazendo aqui?" ele disparou.
Yasmin se encolheu e imediatamente olhou para ele. "E-eu... vim... A comida está servida."
"Você não tem modos?" Ele a repreendeu antes que ela pudesse terminar a frase. "Não sabe bater na porta?"
"Me desculpe muito." Ela saiu correndo e fechou a porta atrás dela.
"Ah, meu Deus..." Declan suspirou e cobriu o rosto com as mãos.
Toc-Toc...
Ele congelou e espiou a porta através do espaço entre seus dedos.
"Posso entrar?" A voz de Yasmin soou do outro lado da porta.
"Ela está falando sério?" Ele abriu a porta e lançou-lhe um olhar fulminante. "O quê?" ele gritou.
"O jantar está servido."
"Você já disse isso."
"Ok..." Yasmin virou-se e fugiu, seu coração saltando para a boca.
"Ah, Deus..." Declan gemeu, apertando a testa. "Me dê um pouco de paz na minha vida." Ele rangeu os dentes enquanto descia as escadas.
Ele a encontrou sentada em uma cadeira com a cabeça baixa na sala de jantar. Ele tomou seu lugar, seu olhar fixo nela.
'Desculpe, não deveria ter gritado com você.' Ele queria dizer isso, mas disse: "Não entre no escritório sem bater."
Yasmin assentiu freneticamente.
Declan franziu a testa. Ele não gostava quando as pessoas apenas assentiam ou balançavam a cabeça sem dizer nada. Isso o irritava. Yasmin estava fazendo tudo que o irritava.
Ele estava prestes a se desculpar mas sentiu-se compelido a repreendê-la. Ele apertou a testa, tentando não gritar. Levou algum tempo para se acalmar.
"Yasmin... não apenas acene, ok?" Ele se esforçou para manter a voz baixa. "Preciso ouvir você."
"Não vou esquecer de bater," ela respondeu.
"Bom. E você não precisa vir me chamar para o jantar. Eu sei o horário."
Yasmin se arrependeu de não ter ouvido Harry. Quando viu Amy servindo a comida, ela imediatamente correu para chamar Declan. Ela ignorou Harry, que queria lhe dizer algo. Ela gradualmente percebeu que Harry havia tentado impedi-la.
"Mande Harry se quiser me chamar," Declan acrescentou.
"Entendi."
Declan começou a cortar o frango grelhado com garfo e faca. Quando olhou para ela, a encontrou pegando a tigela de sopa de legumes.
Arroz, tofu frito e frango grelhado foram servidos à mesa. Mas ela escolheu sopa de legumes para comer.
Ele se lembrou dela comendo uma maçã e mingau no café da manhã e macarrão no almoço. Olhando para sua estrutura magra, ele suspeitou que ela não gostava de comer carne.
Ele empurrou um prato em sua direção depois de colocar alguns pedaços cortados de frango.
Yasmin parou de tomar sopa e olhou para ele.
"Coma." Ele acenou para o prato.
"Obrigada." Ela puxou o prato para sua frente.
Declan sentiu-se aliviado. Pelo menos ela não se recusou a comer o frango.
Eles comeram em silêncio.
"O Sr. Lee ficou feliz com você," ele murmurou, limpando a boca com um guardanapo. "Ele gosta de você."
"Ah..." Yasmin inclinou a cabeça, surpresa.
"Obrigado por me ajudar a assinar o contrato." Ele finalmente expressou gratidão a ela.
Yasmin piscou, atônita. Ela não podia acreditar que ele lhe deu crédito por assinar o contrato.
"Eu não fiz nada," ela murmurou.
Mas ele se levantou e foi embora.
Ela não podia dizer se ele a ouviu ou não.
"Que agradecimento frio," ela murmurou, olhando feio para sua forma que se afastava. "Por que você está me agradecendo se não sente isso no coração? Humph." Ela jogou o guardanapo no prato e voltou para o quarto.
Ela não ficou nem um pouco surpresa que ele não estava no quarto. Ela presumiu que ele tinha ido para o escritório.
"Quanto alguém pode trabalhar?" Ela resmungou enquanto se dirigia ao closet. "Ele não parou de trabalhar nem depois do jantar. Me pergunto se ele tem tempo para um descanso adequado. Huh..." Ela suspirou e acrescentou: "Vou envelhecer esperando por ele."
Ela pegou seu pijama do closet e foi ao banheiro. Ela trancou a porta e se virou, apenas para ver um par de olhos azuis profundos olhando para ela. Seu pijama escorregou de suas mãos.
Ela girou e correu para fora. No entanto, ela pisou em seu pijama e tropeçou. Ela estava no chão no momento seguinte, deitada de barriga.
'Merda...' Ela fechou os olhos, envergonhada. Seu rosto corou instantaneamente. As pontas de suas orelhas ficaram carmesim. 'Não posso simplesmente morrer?' Ela queria desaparecer naquele momento.
"Mm..."
Ela abriu um olho quando o ouviu murmurar e o viu oferecendo sua mão, a escova de dentes enfiada dentro de sua boca. Ela pegou sua mão e se levantou.
"D-Desculpe... Eu deveria ter batido na porta," ela murmurou, baixando a cabeça.
Declan tirou a escova de dentes e cuspiu na pia. "Eu esqueço que não estou sozinho nesta casa. Eu deveria pedir desculpas por não trancar a porta."
Yasmin não demorou para pegar seu pijama e sair correndo do banheiro.
"Ah meu Deus, ah meu Deus, ah meu Deus..." ela cantarolou. "Como sou estúpida. Por que não bati na porta primeiro? Um..." Ela sentiu vontade de chorar, seu rosto se contorcendo. Ela desabou na cama e bateu em suas bochechas ardentes.
"Como ainda estou viva? Não deveria estar morta agora? Ah, Deus..." Ela inclinou a cabeça para trás, olhando para o teto. "Por que você está me humilhando repetidamente? É tão... tão embaraçoso. Um..." Ela escondeu o rosto atrás das mãos.
Rangido...
Sua respiração ficou presa na garganta enquanto ela baixava as mãos e olhava para a porta.
"Você pode entrar agora." A voz fria de Declan ecoou dentro do quarto.
Yasmin o viu caminhando até o closet. Ela pulou de pé e correu para o banheiro, pijama na mão como se tentasse se esconder dele. Ela fechou a porta por trás e se apoiou nela. Seu peito subia e descia rapidamente.
"Não vou sair. Não... Não vou sair." Ela balançou a cabeça. "Um... Mamãe..." Sua boca se contorceu. "Quero ir para casa."
Depois do que pareceu uma hora, ela trocou de roupa para seu pijama e saiu do banheiro.
Ela encontrou Declan na cama com uma revista nas mãos, recostado na cabeceira.